Telescópios espaciais registram a poderosa e magnífica colisão entre duas galáxias distantes

Essas belas galáxias (acima) estão localizadas na constelação de Cão Maior, a cerca de 130 milhões de anos


Uma foto da NASA registrou a colisão entre duas galáxias que brilham de forma magnífica. Divulgada na última quinta-feira, 11 de dezembro, ela apresenta fontes de raios-X ultra-luminosas (ULXs) que mostram as galáxias espirais NGC 2207 e IC 2163, a cerca de 130 milhões de anos-luz da Terra, na constelação de Cão Maior.

Segundo oficiais da NASA, a foto é composta por dados de 3 observatórios espaciais da NASA: Observatório de Raios-X Chandra (raios-X e cores rosas), Telescópio Espacial Hubble (luz ótica azul, branca, marrom e laranja) e do Telescópio Espacial Spitzer (luz infravermelha de cor vermelha).

Enquanto não se sabe ao certo sobre a natureza exata das ULXs, os astrônomos acreditam se tratar de um tipo especial de binário de raios-X, um sistema em que uma estrela orbita uma estrela de nêutrons ou um buraco negro.




Em uma das descrições da imagem, oficiais da NASA disseram que "a forte gravidade da estrela de nêutrons ou de um buraco negro puxa matéria da estrela companheira. Como este material cai em direção à estrela de nêutrons ou do buraco negro, ele é aquecido a milhões de graus e gera raios-X".

As belíssimas galáxias NGC 2207 e IC 2163 são frequentemente observadas por astrônomos de todo planeta. Explosões de supernova não têm sido observadas nessas duas galáxias, pelo menos nos últimos 15 anos, e até o momento, os pesquisadores encontraram 28 ULXs em ambas.

Imagens dos telescópios Chandra, Hubble e Spitzer mostram a colisão entre as galáxias NGC 2207 e IC 2163, que fica a cerca de 130 milhões de anos-luz na constelação de Cão Maior. Créditos: Chandra / Hubble / Spitzer, NASA / JPL-Caltech

Colisões de galáxias são conhecidas por gerar condições propícias para um nascimento desenfrado de estrelas. Ondas de choque geradas durante essas interações fazem com que as nuvens de gás e poeira de ambas galáxias entrem em colapso, formando aglomerados de estrelas a uma taxa muito maior do que o normal. Ou seja, podemos dizer que uma grande colisão com essas proporções acaba criando mais do que destruindo.




Para se ter uma idéia, a colisão das galáxias NGC 2207 e IC 2163 é responsável pela formação de aproximadamente 24 novas estrelas como o Sol a cada ano, em comparação a 1 ou 3 sóis por ano na Via Láctea.

Os ULXs em NGC 2207 e IC 2163 provavelmente contêm estrelas muito jovens, com cerca de 10 milhões de ano apenas, que pode até parecer bastante, mas em escala estelar, é muito pouco tempo. O nosso Sol, por exemplo, tem cerca de 5 bilhões de anos e ainda está na metade de sua vida.

E sabe o que é o mais intrigante? Essa grande colisão provavelmente já nem está mais acontecendo. Essas duas galáxias possivelmente já se tornaram (praticamente) uma, pois como a distância é de 130 milhões de anos-luz, significa que a luz viajou 130 milhões de anos para chegar até a Terra, ou seja, isso eque estamos vendo neste exato momento aconteceu há milhões de anos atrás (130 mais exatamente).




Uma colisão parecida com essa vai acontecer entre a nossa Galáxia, a Via Láctea, e a galáxia de Andrômeda, porém, não precisamos nos preocupar... as estimativas dizem que esse grande encontro só vai acontecer mesmo daqui a 4 bilhões de anos, época em que o Sol estará chegando no fim de sua vida, e se ainda houver vida aqui na Terra, não será nada parecida com a que conhecemos hoje...

E referente os ULXs das galáxias NGC 2207 e IC 2163, um estudo detalhado destes resultados foi aceito para publicação na revista The Astrophysical Journal.


Fonte: Space / NASA
Imagens: Chandra / Hubble / Spitzer / NASA / JPL-Caltech
16/12/14

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