A vida na Terra pode não ter levado tanto tempo para surgir, é o que sugere um novo estudo.
"Precisamos pensar de forma diferente sobre a Terra primitiva", diz Elizabeth Bell da UCLA (Universidade da Califórnia Los Angeles). A Terra primitiva certamente não era um planeta seco e infernal como acreditávamos, segundo um estudo feito por geoquímicos da UCLA, que simplesmente não encontrou evidências para sustentar essa teoria. Ao invés disso, o planeta teria sido, provavelmente, muito parecido com sua versão atual.
Os cientistas da UCLA encontraram evidências de que a vida provavelmente já existia na Terra, pelo menos a 4,1 bilhões de anos atrás, ou seja, 300 milhões de anos mais cedo do que pesquisas anteriores sugeriam. A descoberta indica que a vida pode ter começado logo após a formação do planeta, que ocorreu a 4,54 bilhões de anos atrás.
A pesquisa foi publicada na edição online do jornal "Proceedings of the National Academy of Sciences".
"A vinte anos atrás, encontrar evidências como essa teria sido uma heresia contra os "dogmas científicos", assim como foi chocante encontrar evidências de vida de 3,8 bilhões de anos atrás", disse Mark Harrison, co-autor da pesquisa e professor de geoquímica na Universidade da Califórnia. "A vida na Terra pode ter começado quase que instantaneamente. Com os ingredientes certos, a vida parece se formar muito rapidamente."
A nova pesquisa sugere que a vida existia antes do "Intenso Bombardeio Tardio" que ocorreu no Sistema Solar interior, e que acredita-se ter criado as grandes crateras da Lua há 3,9 bilhões de anos.
Ilustração artística do Intenso Bombardeio Tardio, ocorrido a cerca de 3,9 bilhões de anos atrás.
Créditos: NatGeo / Dana Berry Clique na imagem para ampliar
Créditos: NatGeo / Dana Berry Clique na imagem para ampliar
O que não se sabe, porém, é se toda a vida na Terra morreu durante o bombardeio, ou se parte dela conseguiu sobreviver. De qualquer forma, mesmo que tenha sido aniquilada, a vida encontrou uma forma rápida de surgir novamente.
Os cientistas há muito tempo acreditavam que a Terra era seca, desolada e inóspita durante esse período de tempo. A pesquisa de Mark Harrison (incluindo um estudo de 2008 publicado na revista Nature), está provando o contrário. Ao que tudo indica, a vida é muito mais abundante do que se pensava.
Os pesquisadores liderados por Elizabeth Bell estudaram mais de 10.000 zircões originalmente formados por rochas fundidas, ou magmas, da Austrália Ocidental. Zircões são minerais pesados, duráveis, relacionados com o zircônio cúbico sintético usado para diamantes feitos em laboratório. Os zircões capturam e preservam seu ambiente imediato, o que significa que podem servir como cápsulas do tempo.
Cristal de Zircão de Tocantins (2x2 cm).
Créditos: Wikimedia Commons
Créditos: Wikimedia Commons
Os cientistas identificaram 656 zircões contendo manchas escuras que poderiam ser reveladoras, e em seguida, analisaram 79 delas com espectroscopia Raman, uma técnica que mostra a estrutura molecular e química de microrganismos antigos em três dimensões.
Os cientistas estavam a procura de carbono, o componente chave a para a vida. E em um dos 79 zircões continha grafite (carbono puro) em dois locais.
Mas como eles têm certeza de que esse grafite tem 4,1 bilhões de anos? "Estamos muito confiantes", disse Harrison. "Não há melhor conclusão e ninguém ofereceu uma explicação alternativa plausível para explicar grafite de origem não biológica em um zircão."
O grafite é mais velho do que o próprio zircão que o encapsulou, segundo os pesquisadores. Eles sabem que o zircão tem 4,1 bilhões de anos, com base na sua proporção de urânio, mas apesar de saber que o grafite é mais antigo do que isso, eles não sabem o quanto.
A pesquisa sugere que a vida no Universo poderia ser abundante, disse Harrison. Na Terra, a vida simples parece ter se formado rapidamente, mas provavelmente levou muitos milhões de anos para que ela se desenvolvesse e evoluísse para realizar a fotossíntese, por exemplo. De qualquer forma, a vida no Universo pode ser mais presente do que imaginávamos...
Fonte: DailyGalaxy / UCLA
Imagens: (capa-NASA/Edição:Galeria do Meteorito) / Wikimedia Commons
28/10/15
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A teoria mais relevante ainda é a das condições favoráveis? A que diz que raios energizaram moléculas orgânicas e forneceram a energia para as combinações primordiais.... ?
ResponderExcluirMas segundo a teoria da evolução, não somos todos macacão?
ResponderExcluirnao asomos parentes dos macacos pois senao eles nao existiriam ne?
ExcluirO fantasma está 85% certo. Os dois posteriores saibam que, segundo a teoria de Darwin, e descobertas posteriores na África (Congo, Somália e Mauritânia) houve um pré-símio, semiquadrúpede, mamífero, que cobria grandes distâncias a pé, era onívoro e curioso, além de ter técnicas primitivas, mas eficazes de caça. Ao se espalhar pela Terra, evoluiu segundo as exigências adaptativas do meio. Com o tempo, milhões de anos, as devidas mutações fizeram o resto. A capacidade de mutar-se no ambiente enquadra as criaturas no ambiente onde vivem. O Homem é derivativo de um destes pré-símios mas não descendemos diretamente do macaco, outrossim, de um dos ramos deste pré, tal como os ramos de um grande cactus se desprende, se emancipa, se enraiza e evolui conforme o que o ambiente lhe dita. Biologia, ens. médio. Obrigado.
ResponderExcluirEntão, somos todos descendentes do pré-símio.
ExcluirNão somos nosso pai, mas filhos dele!
Ainda assim humanos.
Na verdade dá na mesma!
Pré-símio, símio, chimpanzé...
Viemos de um primata "símio" (macaco).
Para quem acredita nisso é claro!
Ta certo... E por alguma razão nosso corpo se parece mais com golfinhos do que com primatas.
ExcluirE pasme, a natureza permitiu que nós, os menos favorecidos tivéssemos inteligência, o supra sumo da evolução, deixando de lado gorilas, ursos, leões, etc, etc, etc...
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirA evolução realmente faz parte do currículo do ensino médio, viva a laicidade! No entanto, por culpa de professores irresponsáveis, que influenciados por suas crenças religiosas , na prática não ensinam o conteúdo e quando ensinam é de maneira jocosa... sugerindo erroneamente que o homem originou-se desse mesmo macaco da atualidade, que fica parecendo uma piada, e as pessoas acabam reforçando suas ideias criacionistas... eu particularmente acho que a pesquisa da Dra. Bell só reforça a ideia que a Vida é igual tiririca no universo, praguejando, atraves da panspermia, todos os recantos do cosmos, inclusive aqui nas vizinhanças do nosso sol... este notavel site publicou um top 10 dos lugares no sistema solar com mais chances de ter vida, e eu acrescentaria mais lugares ainda, quem sabe Plutão? Agora saber quantos trilhões de anos, quando e como surgiu a vida é uma questão insolúvel neste momento! Valeu GMD por divulgarem a Ciência, parabéns!
ResponderExcluirMuito obrigado Elias. A vida pode mesmo ser muito mais abundante do que acreditamos... os próximos anos e as próximas explorações espaciais podem nos mostrar isso... e muitos estudos já estão nos guiando nessa mesma ideia... vamos ver no que isso tudo vai dar!
ExcluirE muito obrigado pelo elogio! Ficamos muito felizes com o apoio de nossos leitores! Um grande abraço!
Criacionismo e evolucionismo são teorias fáceis e não convincentes, há algo maior em tudo isso, precisamos vencer o medo e ir além, o resto é especulação.
ResponderExcluirUm criador... Um manipulador genético.
ExcluirPapai...
Somos mínimos e insignificantes diante da complexidade da vida, vida simples e Humana, com notório relevância superior a qualquer forma de vida até conhecida. Criacionistas ou evolucionistas apenas dogmáticos que não conseguem ver além do seu umbigo. A vida já é por si só o maior designer do universo, seja por um simples processo de adaptação ou desenho inteligente somados,somos maravilhosos.
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