O Instituto Carnegie não sabia disso, mas uma imagem feita em 1917 em uma placa de vidro mostra a primeira evidência de um sistema planetário além do nosso! Esse achado inesperado foi reconhecido no processo de pesquisas em um artigo da revista New Astronomy Reviews.
Para entender melhor, veja o que aconteceu: em 2015, Jay Farihi da Universidade College de Londres entrou em contato com o diretor de Observatórios John Mulchaey. Ele procurava uma placa do Instituto Carnegie que tinha o espectro da estrela de Van Maanen (capa), uma anã branca descoberta pelo astrônomo holandês-americano Adriaan Van Maanen, em 1917.
O espectro foi fotografado também em 1917, mostrando detalhes da estrela de van Maanen, como mostra na figura abaixo. As linhas fortes mostram evidências de cálcio, facilmente visíveis. O espectro emitido pela estrela é apenas a faixa fina escura no centro. As duas faixas grossas escuras são na verdade as lâmpadas utilizadas para calibrar o comprimento de onda, com core saturadas para destacar as bandas de absorção da estrela.
Placa de 1917 com o espectro da estrela de Van Maanen.
Créditos: Carnegie Institute os Science
Créditos: Carnegie Institute os Science
Os espectros estelares são características que percebemos na luz emitida por estrelas distantes. é como um código de barras que nos mostra a composição química de uma estrela. O espectro também pode nos informar sobre a composição química de um corpo cuja luz interagiu antes de chegar até nós, aqui na Terra.
Voltando ao pedido de Jay Farihi, O Instituto Carnegie encontrou a placa de 1917, que foi feita pelo ex-diretor de Observatórios Walter Adams, através do Observatório de Mount Wilson, que na época pertencia ao Instituto Carnegie. A placa tinha uma anotação, dizendo que a estrela era apenas um pouco mais quente do que o nosso Sol. Tudo parecia comum...
Anotações feitas pelo observador Walter Adams, em 1917, no rodapé da placa.
Créditos: Carnegie Institute of Science
Créditos: Carnegie Institute of Science
No entanto, quando Farihi examinou o espectro, ele encontrou algo extraordinário. As "linhas de absorção" do espectro indicam peças que faltam, ou seja, áreas em que a luz da estrela passou por algum corpo, e portanto, continha cores específicas absorvidas por essa substância. Essas linhas indicam a composição química desse objeto que "bloqueou" a luz da estrela.
O espectro de 1917 da estrela de Van Maanen revelou a presença de elementos mais pesados, como cálcio, magnésio e ferro, algo incomum nas estrelas, pois esses elementos deveriam desparecer em seu interior por conta da gravidade.
Agora está claro para os astrônomos que a estrela de Van Maanen e outras anãs brancas com elementos pesados representam um tipo de sistema planetário com grandes restos de rochas e detritos. Essas estrelas com sistemas recentemente descobertos são chamadas de "anãs brancas poluídas". Elas surpreenderam os astrônomos, porque as anãs brancas são estrelas como o nosso Sol, que estão no final de suas vidas.
Estrela de Van Maanen. Créditos: STScI / PSU / HST / NASA
"Saber que essa placa de 1917 do nosso arquivo contém a evidência mais antiga registrada de um sistema planetário é simplesmente incrível", disse John Mulchaey.
Planetas em si ainda não foram detectados orbitando a estrela de Van Maanen, nem em torno de sistemas similares, mas Farihi está confiante de que é apenas uma questão de tempo.
"O mecanismo que cria os anéis de detritos ao redor da estrela requer a influência gravitacional direta de planetas", explicou Farihi. "O processo não pode ocorrer a menos que houvesse planetas lá."
O Instituto Carnegie tem uma das maiores coleções de placas astronômicas do mundo, com um arquivo que inclui 250.000 placas de três observatórios diferentes: Mount Wilson, Palomar e Las Campanas. "Nós temos uma tonelada de história em nosso porão", disse John Mulchaey. "Quem sabe o que pode ser desenterrado no futuro?"
Fonte: DailyGalaxy / Carnegie Institute
Imagens: (capa-ilustração/divulgção) Carnegie Institute of Science / STScI / PSU / HST / NASA
15/04/16
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Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirNo inicio da matéria fiquei com a impressão que tinham descoberto de novo o primeiro sistema planetário fora do sistema solar, depois li a matéria e vi que não era bem isso. rsss
ResponderExcluirO conhecimento é realmente incrível, pode dar novos significados a coisas que até então pareciam não ter nada mais pra mostrar.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirInteressante! Ei, gostaria de saber como faz para estudar o espectro das estrelas usando telescópios pequenos, tipo o meu refrator de 80mm de abertura. Será q é possível?
ResponderExcluirBom pessoal, mesmo que nada tenha haver com o post, tenho uma duvida interessante e espero que seja objetiva: Por que os satelites de planetas gasosos são rochosos e não gasosos também? espero que alguem possa responder :)
ResponderExcluirO poder gravitacional desses gigantes é muito forte, então é fácil para eles capturarem corpos rochosos que passam próximos e estes passarem a ser suas luas. Em alguns casos, corpos colidem e lançam restos de poeira pelo ar, essa poeira pode agrupar-se e formar novos satélites com o passar do tempo.
ExcluirResumindo sua pergunta, os satélites não necessariamente precisam ter matéria similar ao dos planetas, basta que os corpos ou restos de alguma matéria qualquer sejam capturados e entrem em órbita regular.
Como gás é leve, é preciso reunir muita matéria para que a gravidade consiga reunir esses elementos e formar um corpo coeso. É por conta disso que todos os planetas gasosos do sistema solar são gigantes, pois é necessário grande força gravitacional para que esses gases não escapem para o espaço.
ResponderExcluirDe que adianta se nunca vamos ir ate lá
ResponderExcluirDe que adianta se nunca vamos ir ate lá
ResponderExcluirDe que adianta você vir aqui para falar merda?
ExcluirÉ lógico que existe outros sistemas planetários. Pra mim nunca foi novidade, mesmo quando foi revelado a descoberta. Da mesma forma existe vidas inteligentes em nossa galaxia como em todo universo.Apenas ainda não descobrimos. Estamos ainda muito longe de grandes descobertas. Nossa técnologia é recente. Eu tenho 39 anos, e na minha juventude foi que surgiu o celular por exemplo, e olha que os primeiros celulares eram aqueles Nokia parecendo um tijolo. Estamos aina no início da técnolgia. Muitas coisas ainda serão descobertas. Mas já adianto, não somos os únicos nessa imensidão toda!
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