A maioria das estrelas, ao atingir a velhice, começam a ficar sem combustível, e incham exageradamente, tornando-se centenas de vezes maior, engolindo planetas mais próximos e ejetando parte de seu material para o espaço. Até onde se sabia, esse era o fim de todo o sistema, porém, uma nova pesquisa mostra que a vida pode prosperar até mesmo em um planeta que orbita uma estrela que está chegando ao fim de sua vida.
Dentro de aproximadamente 7,5 bilhões de anos o Sol estará chegando ao seu estágio final, e começará a se expandir. Acredita-se que ele terá 200 vezes seu tamanho atual, engolindo Mercúrio e Vênus, deixando a Terra inabitável. Por outro lado, mundos de gelo como as luas de Saturno e de Júpiter podem passar a ter a temperatura ideal para a vida.
Muitas estrelas do Universo se tornam gigantes vermelhas, e muitas vezes é assim que elas permanecem por bilhões de anos. O novo estudo fornece uma análise detalhada de como os mundos distantes e frios podem se tornar habitáveis em torno de estrelas gigantes vermelhas. Em alguns casos, eles poderiam permanecer habitáveis por até 9 bilhões de anos, tempo suficiente para a evolução gerar diversos tipos de vida, e também para salvar a humanidade.
Como isso acontece?
O nosso planeta Terra encontra-se dentro da zona habitável do Sol, ou seja, na distância exata para que a água líquida exista na superfície, portanto, a vida. Se a Terra estivesse mais próxima do Sol a água evaporaria... se estivesse mais distante, congelaria. Estamos no local ideal.
Mas a zona habitável não encontra-se na mesma distância para todas as estrelas, e depende inteiramente da luminosidade (quantidade de luz que emitida pela estrela ao longo do tempo). Quando o hidrogênio (combustível principal das estrelas) acaba, ela começa a queimar hélio, um combustível ainda mais potente, que aumenta a produção de energia da estrela, e faz com que ela inche, tornando-se uma gigante vermelha. Quando isso acontece, sua luminosidade aumenta em mais de 4.000 vezes, portanto, a zona habitável é afastada. Isso faz com que planetas cada vez mais distantes sejam capazes de suportar água líquida na superfície.
Infográfico mostra a zona habitável do Sol atualmente e futuramente.
Créditos: Cornell University Tradução e Edição: Galeria do Meteorito
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Créditos: Cornell University Tradução e Edição: Galeria do Meteorito
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"A Terra se tornará um deserto escaldante", comenta Lisa Kaltenegger, professora de Astronomia, diretora do Instituto Carl Sagan e co-autora do estudo, que foi publicado na revista The Astrophysical Journal. Mas outros lugares do Sistema Solar passarão a ter uma temperatura mais amena, e a zona habitável da Terra estará mais afastada, incluindo as órbitas de Júpiter e Saturno, de acordo com a nova pesquisa.
Talvez a vida já exista por lá
Debaixo das espessas camadas de gelo da lua Encélado e da lua Europa de Saturno, os cientistas acreditam que seja possível que a vida exista, afinal, escondido abaixo da superfície encontramos oceanos de água líquida nesses mundos. E descobertas de vida microbiana em ambientes extremos na Terra, como abaixo das camadas de gelo da Antártida suportam essa ideia.
Segundo o novo estudo, quando o Sol se tornar uma estrela gigante vermelha, as camadas de gelo de Encélado e de Europa irão derreter, e com isso, sua aparência será muito diferente daquela que conhecemos hoje. Sua história será completamente diferente.
Europa (lua de Júpiter à esquerda) e Encélado (lua de Saturno à direita).
Créditos: ESA
Créditos: ESA
O estudo mostra que ao redor das estrelas mais massivas, um planeta poderia permanecer na zona habitável por cerca de 200 milhões de anos, porém, ao redor de estrelas pequenas, um planeta poderia permanecer dentro da zona habitável por até 9 bilhões de anos! Isso acontece porque, quanto maior é a massa da estrela, mais rápido ela passa pelos estágios de queima, e portanto, menor é a sua vida. Portanto, se considerarmos que a vida na Terra chegou a esse ponto em apenas 4 bilhões de anos, imagine os mundos que poderíamos encontrar em torno de pequenas estrelas gigantes vermelhas?
Lisa Kaltenegger disse ainda que ela e seu co-autor, Ramses M. Ramirez, pesquisador do Instituto Carl Sagan, apresentaram uma lista de 23 estrelas gigantes vermelhas que estão no máximo a 100 anos-luz da Terra: alvos ideais para os caçadores de exoplanetas. "Se pudéssemos encontrar assinaturas de vida em um planeta distante que orbita uma gigante vermelha, seria incrível."
Nem todos vão sobreviver
Para determinar qual seria a nova zona habitável ao redor do nosso Sol, Lisa e Ramses observaram diversas estrelas parecidas com a nossa, e identificaram suas luminosidades e temperaturas, criando modelos de estrelas em evolução que já existem lá fora.
Vale lembrar ainda que nem todos planetas localizados dentro da zona habitável conseguem suportar a vida, e um exemplo em nosso próprio quintal é Marte, que encontra-se dentro da zona habitável mas não conseguiu segurar sua atmosfera para que temperaturas mais amenas dominassem o ambiente. Vênus é um outro exemplo dessa discrepância, pois apesar de estar nos limites da zona habitável, possui uma atmosfera muito espessa, tornando sua superfície extremamente quente, e portanto, inabitável.
Comparativo do tamanho do Sol atual x tamanho do Sol quando atingir a fase de gigante vermelha.
Créditos: Galeria do Meteorito
Créditos: Galeria do Meteorito
Além disso, esse novo estudo também afirma que nem todos os mundos poderão sobreviver as fases finais do Sol, já que, ao se tornar uma gigante vermelha, a estrela ejeta grande parte de seu material para o espaço, fazendo com que os ventos solares sejam ainda mais intensos. Se o planeta (ou satélite) estiver na parte mais interna da zona habitável, ele precisa ter massa suficiente para segurar sua atmosfera, caso contrário, ela será arremessada para o espaço. Já planetas com massa suficiente para aguentar esse sopro mortal do Sol, poderão manter suas atmosferas e portanto, água líquida, e a chance de suportar a vida.
Outro fator complicado é que a estrela perde parte de sua massa ao se tornar gigante vermelha, e portanto sua atração gravitacional, e isso fatalmente fará com que os planetas se distanciem dela ao longo do tempo. É justamente por esse efeito que a Terra escapará de ser engolida pelo Sol, segundo Lisa.
Apesar de alguns empecilhos, o novo estudo traz uma notícia fantástica para a humanidade! Antes, quando imaginávamos o Sol tornando-se uma gigante vermelha, acreditávamos que a única maneira de sobreviver seria em outro sistema. Agora sabemos que a nossa nova casa pode estar muito mais próxima, talvez bem ali naqueles mundos para os quais, hoje, só podemos olhar com fascinação.
Fonte: The Astrophysical Journal / NASA
Imagens: (capa-ilustração/NASA) / Cornell University / Galeria do Meteorito / ESA
18/05/16
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Adorei a matéria talvez a humanidade nunca irá acaba ela irá sobreviver com nosso ideológia
ResponderExcluirA humanidade sempre existiu, porém vem evoluindo ao longo de bilhões anos. A vida tem que passar por essas mudanças para que a evolução aconteça. O universo é uma sintonia de órbitas,onde galáxias,sistemas solares e planetas se conectam por um único objetivo a vida. "O universo é um lugar ambudante paradoxal, feito para todo mundo ganhar"
ResponderExcluirSigo a ideia de Stephen Hawking que os humanos não iram durar mais 1000 anos.
ResponderExcluirE vou alem, acho que não vamos durar mais 500 anos.
Europa é, provavelmente, o local mais propício, segundo algumas teorias, para ser uma futura "casa". Além de ter água congelada em seu interior (debaixo de uma grande camada de gelo), já detectaram oxigênio em sua atmosfera. Outro ponto importante é a magnetosfera de Júpiter: se, conforme a matéria, o Sol ejetar ainda mais partículas no espaço, será necessário um campo magnético forte o suficiente para proteger a atmosfera da lua, e Júpiter, de longe, supriria as necessidades de Europa (que tem um pequeno campo magnético).
ResponderExcluirSó fico em dúvida num ponto: a gravidade de Júpiter desvia ou põe Europa na rota de rochas espaciais (de acordo com observações)? A atmosfera de Europa conseguiria, possivelmente, como a Terra, nos proteger de potenciais impactos?
Homem, bronzeado, torradinho, levemente desidratado, com traços de U.V.A e U.V.B, pele prateada-alumínio anfíbia, procura mulher em mesma situação para morarmos em Urano. Motivo: Extração mineral de Lantânio e Tório em Oberon.
ResponderExcluirno futuro podemos ter tecnologia para mover a terra para regiões mais habitáveis, já estão sendo feitos estudos sobre isso e não é impossível, utilizando a atração de asteroides a cada certo período durante bilhões de anos a terra seria afastada
ResponderExcluirmas ai teria que lidar com os outros planetas também, mas daqui a bilhões de anos talvez seja possível
O Ser Humano acho que não dura nem 100 anos, pelos simples motivo de se nenhuma asteroide colidir com a terra nesse tempo, o proprio ser humano que vai criar a extinção, seja numa guerra nuclear, ou na falta de água, aquecimento global. De acordo com O Grande Filtro, algo impede que uma vida inteligente siga evoluindo, Isso se existi vida inteligente em outros planetas.
ResponderExcluirBoa, você citou o Grande Filtro! Já li sobre ele e as civilizações do tipo I,II e III, somos a do tipo 0.5 intermediários ainda até ao nível I, é sinistro!
ExcluirRealmente, eu também achei interessante O Paradoxo de Fermi, nem sequer conseguimos chegar ao tipo I de civilização. Se existir vida em outros planetas então O Grande Filtro deve estar muito longe, a não ser se somos os primeiros. Ai O Grande Filtro ainda ira chegar, sendo qualquer uma das hipóteses, é realmente algo assustador.
Excluiré tudo muito bonito mas; se todos se peocupasem com o que está acontecendo hoje,a devastação as guerras a fome da humanidade,a falta de agua etc etc.?!!!!fod....
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ResponderExcluirFico imaginando como que as testemunhas de jeova, que estudam tanto a bíblia e ainda acreditam num lindo paraíso aqui na terra, pois se a própria ciência diz que dentro de alguns bilhões e anos a terra será tragada pelo fogo, coincidenmente a que o apocalipse diz... pra vcs TDJ, mas acho que vcs nem entram em sites de astronomia ne???
ResponderExcluirEles disseram que existiria uma segunda Terra,mas não disseram que seria essa.Até porque,daqui a bilhões de anos,não terá nenhum rastro da gente,nós mesmos nos destruiremos.E também a ciencia e a bíblia acabam se coincidindo em algum momento.Por exemplo,na bíblia diz que cairá uma estrela(nos dias de hoje conhecemos como asteróide ou um meteorito)colidirá com a Terra e causará um enorme buraco na superfície,o que realmente pode acontecer,já a NASA já descobriu diversos asteroides que podem passar extremamente perto,talvez o suficiente para causar estragos aqui na Terra.
ExcluirFico imaginando como que as testemunhas de jeova, que estudam tanto a bíblia e ainda acreditam num lindo paraíso aqui na terra, pois se a própria ciência diz que dentro de alguns bilhões e anos a terra será tragada pelo fogo, coincidenmente a que o apocalipse diz... pra vcs TDJ, mas acho que vcs nem entram em sites de astronomia ne???
ResponderExcluirE num futuro muito distante.... Pode ser que assim como nós procuramos vestígios de vida nos vastos desertos de Marte, uma civilização evoluída dessas Luas venha procurar vida nos vastos desertos que se tornará a Terra.
ResponderExcluirE num futuro muito distante.... Pode ser que assim como nós procuramos vestígios de vida nos vastos desertos de Marte, uma civilização evoluída dessas Luas venha procurar vida nos vastos desertos que se tornará a Terra.
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ResponderExcluirDepois de o sol transformar-se em uma estrela gigante vermelha, vai passar pra fase seguinte, super nova, então se a sua expansão proporcionar condições exactas pra vida em Júpiter será por pouco tempo, além disso o factor gravitacional deve se ter em conta
ResponderExcluirQue bando de bobagem...kkkk... não há como se prever algo tão distante assim... "bilhões de anos..." por favor né...
ResponderExcluirPelo que eu já li sobre astronomia existe gigante vermelha e anã vermelha. Gigante vermelha é uma estrela que está no fim da vida. Dura apenas alguns milhões de anos. Anã vermelha é uma estrela com pouca massa e essa sim pode durar mais de nove bilhões de anos.
ResponderExcluirÉ POSSIVEL QUE EXISTA MUITA VIDA INTELIGENTE NO UNIVERSO . MÁS QUE PASSE DO NIVEL 2 EM INTELIGENGIA E DESENVOLVIMENTO É RARISSIMO . LEMBRANDO QUE A HUMANIDADE VAI LEVAR 200 ANOS PARA CHEGAR NO NIVEL 1 .
ResponderExcluirA Terra pode também ser ejetada do Sistema e, vagar no espaço interestelar até achar uma outra estrela para orbitar...
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