Após alguns dias de suspense, a NASA finalmente anunciou as descobertas sobre a famosa lua Europa!
Usando o Telescópio Espacial Hubble, da NASA, astrônomos observaram novos indícios de erupções de plumas de vapor de água na lua Europa de Júpiter. O que para muitos pode parecer algo "trivial", para os cientistas essas observações revelam algo muito mais surpreendente: aumentou drasticamente a possibilidade de existir um oceano de água líquida escondido abaixo da camada de gelo da lua Europa.
E não é só isso. As plumas de vapor de água facilitam futuras missões a Europa, pois poderemos acessar esse oceano escondido sem ter que perfurar a espessa camada de gelo.
"O oceano de Europa é considerado um dos lugares mais promissores que poderiam abrigar vida no Sistema Solar", disse Geoff Yoder, administrador associado da Diretoria de Missões Científicas da NASA. "Estas plumas, se elas realmente estão lá, podem fornecer uma outra maneira de acessar o oceano de Europa."
Estima-se que as plumas cheguem a uma altura de 200 quilômetros antes do material cair sobre a superfície da lua. Europa tem um enorme oceano global que contém o dobro de água dos nossos oceanos da Terra, mas é protegido por uma camada de gelo de espessura desconhecida. As plumas oferecem uma oportunidade tentadora possibilitando recolher amostras desse oceano sem ter que perfurar a superfície congelada. Bastaria uma sonda orbitadora coletar um pouco da água e analisar o que tem nela.
A equipe, liderada por William Sparks do Space Telescope Science Institute (STScI) em Baltimore, nos EUA, observou essas projeções semelhantes a dedos, enquanto visualiza a lua Europa conforme ela passava na frente de Júpiter.
Plumas de vapor de água detectadas pelo Telescópio Espacial Hubble.
Créditos: NASA / ESA / Hubble
O objetivo original das observações era verificar se Europa possuía uma fina camada de atmosfera. "A atmosfera de planetas extrassolares bloqueia parte da luz das estrelas que estão por trás", disse William. "Se houver uma fina atmosfera em torno de Europa, ela tem o potencial de bloquear parte da luz de Júpiter, e nós poderíamos vê-la como uma silhueta. E assim fomos à procura de características de absorção em torno de Europa."
Em 10 ocorrências separadas (abrangendo 15 meses de observações) a equipe observou Europa passando na frente de Júpiter. Eles viram o que poderiam ser plumas em erupção em três dessas ocasiões.
O resultado desse trabalho é mais uma evidência para a comprovação da existência de plumas de água em Europa. Em 2012, uma equipe liderada por Lorenz Roth do Southwest Research Institute em San Antonio, detectou evidências de vapor de água em erupção a partir da região polar sul de Europa, que chegavam a mais de 160 quilômetros de altura. Agora, as observações feitas com o Hubble deu aos cientistas o mesmo resultado.
Mas até o momento, as duas equipes ainda não conseguiram detectar essas plumas de vapor de água simultaneamente, o que sugere que as plumas podem ser esporádicas, aparecendo e desaparecendo em questão de dias ou semanas.
Ilustração artística mostra as plumas de vapor de água em Europa, com Júpiter de fundo
e no centro, a lua Io, que projeta sua sombra em Júpiter.
Créditos: NASA / ESA / G. Bacon
Futuramente, com auxílio do Telescópio Espacial James Webb (programado para ser lançado em 2018) os astrônomos poderão usar a visão infravermelha para confirmar de vez as erupções de plumas de vapor de água em Europa. A NASA já está formulando uma missão que poderia detectar e coletar amostras dessas plumas de água em Europa.
"Essa observação abre um mundo de possibilidades, e estamos ansiosos para futuras missões, como o Telescópio Espacial James Webb, por exemplo, dando seguimento a esta descoberta emocionante", disse Paul Hertz, diretor da Divisão de Astrofísica da NASA.
Se confirmado, Europa seria a segunda lua do Sistema Solar conhecida por ejetar plumas de vapor de água. A outra lua que já tem essa confirmação é Encélado, de Saturno, cujas observações foram feitas pela sonda Cassini.
Imagens: (capa-ilustração/NASA) / NASA / ESA / Hubble / G. Bacon / divulgação
26/09/16
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Olá pessoal;
ResponderExcluirNão entendo muito como funciona as imagens do telescópio.
Mas, o hubble consegue fotografar várias nebulosas em alta resolução em milhares de anos luz da terra, mas não consegue tirar uma imagem de alta resolução de um planeta, ou lua no sistema solar?
Como funciona? As imagens do hubble que vemos no google são editadas para ter todo aquele brilho? É possível algum telescópio hoje na terra tirar fotos de resolução igual como vemos do curiosity em Marte? Ou é difícil fotografar o interior do planeta devido a atmosfera?
Não estou sendo ignorante, não me entendam mal, é que não entendo como funciona a câmera deste telescópio. rsrs
A "potência" de um telescópio está na quantidade de luz que ele pode receber instantaneamente de um objeto. Quanto maior o diâmetro de um telescópio, maior a sua "potência". O Hubble é um telescópio refletor (seu elemento óptico principal é um espelho) com 2,40 metros de diâmetro.Além de fotografar os objetos e medir com grande precisão suas posições, o Hubble é capaz de "dissecar" em detalhes a luz que vem deles. (UFMG institute)
ExcluirÉ que essas nebulosas têm centenas de anos luz de comprimento. São absurdamente grandes, por isso são mais fáceis de fotografar do que um planeta.
ExcluirEm resumo, é mais fácil vc enxergar um caminhão passando a um quarteirão de distância do que uma formiga do lado do seu pé.
ExcluirComo disse o bazem, uma nebulosa tem centenas à milhares de anos-luz de largura, consequentemente tendo um tamanho aparente no céu bem maior do que a lua Europa. Para você ter ideia, as pessoas que praticam astrofografia de nebulosas e galaxias, utilizam baixas ampliações em suas fotos, pois esses são objetos muito grandes visualmente no céu. Por outro lado, para fotografia de planetas, é preciso grandes ampliações para que possamos ver os planetas com um tamanho adequado. Agora o que dirá as luas de Jupiter, que são muito menores do que o planeta?
ExcluirA mesma coisa acontece com as fotografias do Hubble. E também tem a questão da exposição das fotografias. Uma foto de nebulosa mostra muito mais detalhes, pois são objetos escuros e é possível fazer fotografias de longa exposição. O mesmo artificio não é possível fazer com fotos de planetas e suas luas, já que esses objetos são muito brilhantes vistos por um telescópio, e consequentemente, se fizer fotografias de longa exposição apenas irá estourar em brilho antes que seja capaz de revelar mais detalhes.
Por que nāo usar a Juno para fazer algumas observaçoes, sendo que ela vai passar varias vezes por Europa durante a missao?
ExcluirPor que nāo usar a Juno para fazer algumas observaçoes, sendo que ela vai passar varias vezes por Europa durante a missao?
ExcluirPor que nāo usar a Juno para fazer algumas observaçoes, sendo que ela vai passar varias vezes por Europa durante a missao?
ExcluirTambém tenho essa dúvida...
ResponderExcluirSegundo eu entendi é o mesmo que óculos para perto e óculos para longe. O Hubble tem óculos para longe, para além do sistema solar.
ResponderExcluirPegue um alfinete, aproxime a cabeça dele ao máximo do seu olho e tente ver com definição. Agora coloque ele mais distante e tente focar para ter mais definição. De forma grosseira é assim que funciona.
ResponderExcluir@Agnaldo e Roberto, isso é devido a proporção de tamanho
ResponderExcluirApesar dos planetas estarem mais "perto" seu tamanho em relação a distancia é muito menor do que uma galaxia e afins. uma galaxia apesar de estar milhares de anos luz daqui ela tem milhares de anos luz de tamanho assim cobrindo uma área maior na lente por consequência tendo maior resolução.
Imagens lindas e coloridas de galaxias, nebulosas e etc que nos vemos passam por um tempo de exposição enorme e com diversos filtros. nao entendo muito sobre o assunto mas este pouco acho que ajuda.
O Hubble não faz aquelas imagens coloridas na verdade ele fotografa em preto e branco e consegue identificar o que compõem aquelas imagens e de acordo com cada composição de elementos que ele identifica é colocado cores correspondente
ExcluirQual será o força gravitacional desta lua? Pois para essas erupções chegarem a uma altura de 200 Km o campo deve ser muito baixo, quase próximo da nossa Lua.
ResponderExcluirNão é o campo gravitacional que gera esses geiseres, mas sim os puxões gravitacionais que ocorrem através de Jupiter, Io e Ganimedes, cada um desses corpos "puxando" Europa de um lado para o outro, o famoso efeito maré. Consequentemente, isso faz com a lua entre em um efeito "sanfona", fazendo a linha do equador de Europa subir e descer dezenas de metros, e com isso, gerando fricção e calor. O mesmo efeito acontece de maneira ainda mais intensa com Io, com vulcões muito mais ativos, por conta de um efeito maré ainda mais intenso, por estar mais próximo de Jupiter.
ExcluirPorém, se essa lua tivesse um campo gravitacional mais forte, não alcançaria 200 km de altura, mas obviamente as erupções ocorreriam de qualquer jeito.
ExcluirDemais! Em breve saberemos a composição da água dos oceanos de Europa!
ResponderExcluirDiante dessa suspeita não dá para fazer com que a sonda Juno procure fotografar esse evento? Com todo respeito ao planejamento orçamentário-científico da Nasa mas a Juno para mim é um desperdício de dinheiro. Mandar uma sonda lá só para ficar observando Júpiter sendo que tem uma gama de possibilidades ao redor em suas luas? Custava mandar uma outra sonda-filhote seja para alguma de suas luas ou para o próprio Júpiter?
ResponderExcluirPor que nāo usar a Juno para fazer algumas observaçoes, sendo que Europa vai passar bem perto dela varias vezes durante a missao?
ResponderExcluirPorque não estava nos planos, correções de orbita e combustivel complexas demais, o fenômeno pode nem estar acontecendo e ela tem muito a analisar no gigante ainda, enfim, segue o planejamento sem gambiarras por favor, agora se fosse o Brasil...Vai saci,vai saci
ResponderExcluirErrado, meu amigo! Se a Juno tem combustivel o suficiente para penetrar a atmosfera de Jupiter no final da missao, ela poderia muito bem captar imagens, nao so da Europa, mas tambem das outras 3 luas descobertas por Galileu. Nao existe nada de complexo em olhar para tras!
ExcluirErrado, meu amigo! Se a Juno tem combustivel o suficiente para penetrar a atmosfera de Jupiter no final da missao, ela poderia muito bem captar imagens, nao so da Europa, mas tambem das outras 3 luas descobertas por Galileu. Nao existe nada de complexo em olhar para tras!
ExcluirSó que Juno vai passar 20 meses na órbita de Júpiter, realizando diversas voltas no planeta, poderia sim estudar suas luas. Aliás, 20 meses é tempo de sobra pra estudar um planeta gasoso que não tem a mínima chance de vida, porém a chance nas luas é grande
ResponderExcluirA água de lá tem a mesma formula química da terra ??
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