Agora no fim de agosto, a sonda Juno passou bem próxima de Júpiter, completando com sucesso o primeiro (e mais próximo) de 36 sobrevoos rasantes previstos para acontecer durante toda a missão.
A sonda Juno chegou em Júpiter no dia 04 de julho, após uma longa viagem de cinco anos. Este encontro rasante ocorrido em 27 de agosto é o mais próximo de toda a missão, com a nave espacial sobrevoando acima das nuvens de Júpiter a uma distância de apenas 4.200 quilômetros, numa velocidade de 208.000 km/h.
Pólo norte de Júpiter fotografado a 78.000 km de distância pela sonda Juno.
Créditos: NASA / JPL-Caltech / SwRI / MSSS
Durante esse encontro, todos os instrumentos científicos da sonda permaneceram ligados juntos, pela primeira vez. Mas segundo os pesquisadores, levará algum tempo até que a maioria dos dados e imagens estejam disponíveis ao publico.
"Estamos recebendo alguns dados impressionantes desse encontro", disse Scott Bolton, investigador principal da missão Juno, do Instituto de Pesquisas Southwest, em San Antonio. "Vai levar dias para que todos os dados científicos recolhidos durante o sobrevoo sejam transferidos, e ainda mais tempo para começarmos a compreender o que Juno e Júpiter estão tentando nos dizer."
Polo norte de Júpiter repleto de remanescentes de furacões.
Créditos: NASA / JPL-Caltech / SwRI / MSSS
Os primeiros dados do voo rasante que serão lançados são as fotografias de alta resolução feitas pela JunoCam, uma câmera acoplada a sonda que opera na luz visível. A NASA provavelmente vai liberar mais fotos nas próximas semanas, e elas devem nos fornecer pontos de vista mais próximos e detalhados da atmosfera de Júpiter, segundo funcionários da NASA.
Diferente da JunoCam, que fotografa na luz visível, a sonda Juno possui um outro instrumento que fotografa imagens em um nível do espectro que não somos capazes de enxergar: o infravermelho. As imagens no infravermelho foram feitas pelo instrumento chamado JIRAM (Juno Infrared Auroral Mapper):
Polo sul de Júpiter no infravermelho, registrado pelo instrumento JIRAM.
Créditos: NASA / JPL-Caltech / SwRI / MSSS
"O JIRAM alcança as camadas profundas de Júpiter, e nos dá os primeiros close-ups em infravermelho do planeta", disse Alberto Adriani, investigador do instrumento JIRAM, do Istituto di Astrofisica e Planetologia Spaziali, em Roma. "Essas primeiras imagens no infravermelho dos polos norte e sul de Júpiter estão revelando pontos quentes (ou hot spots) que nunca foram vistos. E quando ficamos sabendo que a nossa visão no infravermelho nos revelaria as auroras do polo sul de Júpiter, ficamos maravilhados por vê-las pela primeira vez. Nenhum outro instrumento, terrestre ou espacial, foi capaz de ver as auroras austrais de Júpiter antes de Juno."
Outra revelação interessantíssima foi o som captado pelo instrumento WAVE (Radio/Plasma Wave Experiment), traduzindo os sinais de rádio e de plasma liberados pelas auroras que tomam conta das regiões polares do gigantes de gás:
O instrumento WAVES registrou assinatura de emissão de partículas energéticas que geram as imensas auroras que circulam os polos de Júpiter. Essas emissão são as mais intensas em todo o Sistema Solar.
"Estamos em uma órbita que ninguém nunca esteve antes, e essas imagens nos dão toda uma nova perspectiva sobre este mundo gigante de gás", disse Scott.
Juno vai continuar recolhendo dados sobre a atmosfera, o clima, os campos magnéticos e a história da formação de Júpiter até o fim de sua missão, em 2018. Em seguida, a nave espacial deverá realizar um mergulho mortal na atmosfera do gigante de gás, fazendo medições durante todo o tempo. Segundo os cientistas da NASA, todas as informações recolhidas durante a missão Juno, serão suficientes para deixar os cientistas ocupados, estudando o maior planeta do Sistema Solar por muitos anos...
Imagens: (capa-NASA/JPL-Caltech) / NASA / JPL-Caltech / SwRI / MSSS
05/09/16
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Fantástico.
ResponderExcluirSimplesmente incrível.... E que venha novas imagens logo.... kk :) Ótima matéria
ResponderExcluirUau! Eu tenho quase certeza que há vida em Júpiter. Diferente da nossa, é claro, afinal a constituição física do planeta é diferente, é gasosa. Assim como na água os seres são diferentes, em outros meios que não sejam ar como o nosso, nem rocha como nosso solo, a vida será diferente! Um planeta tão gigantesco perto do nosso, não teria sido criado à toa, nem seria improdutivo!
ResponderExcluirEu também acho. E aquela grande mancha vermelha... deve ter algo de biológico ali.
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