Novo sistema de alerta de asteroides dá aviso de 5 dias

novo sistema de alerta de asteroides
O novo patrulheiro dos céus se chama Scout, e ele passou no teste de eficiência!


Todos sabemos que foram impactos de asteroides que extinguiram os dinossauros. Mas quantos asteroides passaram de raspão pela Terra antes disso acontecer? O ser-humano moderno já existe há cerca de 225.000 anos, então provavelmente já tivemos alguns encontros rasantes e nem sabemos... Vai saber o tamanho dos asteroides que podem ter passado bem pertinho de nós e nós nunca tomamos conhecimento...

Claro, os "quase impactos" não são motivos para preocupações, mas as colisões sim! E é pensando nisso que diversas agências espaciais e organizações ao redor do mundo se esforçam para rastrear e catalogar asteroides que se aproximam do nosso planeta. E um novo projeto da NASA, chamado Scout, deu um novo passo nessa grande caçada.




Scout, que significa "escoteiro ou observador" em português, é um projeto com o intuito de detectar e rastrear essas grandes rochas espaciais que estão próximas da Terra. E esse projeto acaba de passar em um teste muito importante, após conseguir informar a aproximação de um asteroide com 5 dias de antecedência!


Como funciona o Scout

O Panoramic Survey Telescope e o Rapid Response System (Pan-STARRS), no Havaí, detectaram o asteroide chamado 2016 UR36, e em seguida, alertaram outros observatórios. Três telescópios confirmaram a existência do asteroide 2016 UR36, e foram capazes de compreender sua trajetória. Também foi possível identificar o tamanho da rocha espacial, que tinha entre 5 e 25 metros.

Telescópio Pan-STARRS - Havaí
Telescópio Pan-STARRS, no Havaí.
Crédito: Institute for Astronomy / University of Hawaii

Algumas horas depois, os astrônomos já sabiam que o asteroide 2016 UR36 iria passar bem próximo da Terra, mas que não seria uma ameaça de impacto. Ele passaria a uma distância de aproximadamente 498.000 km, ou seja, 1.3 vezes a distância da Lua.




Mas o ponto mais importante nisso tudo é que o alerta foi emitido 5 dias antes da passagem do asteroide. Cinco dias de antecedência é muito melhor do que algumas poucas horas, que era o que tínhamos até então. A detecção e o alerta de 2016 UR36 foi o primeiro teste feito pelo sistema Scout, e foi um sucesso.


Asteroides Próximos da Terra e alguns sistemas importantes

Asteroides que se aproximam da Terra são chamados NEOs (Near Earth Asteroids / Asteroides Próximos da Terra), e detectá-los tem sido uma tarefa complicada, o que causa preocupação, segundo a própria NASA. A agência espacial norte-americana já identificou mais de 15.000 NEOs, que estão devidamente catalogados, e ainda assim, cerca de 5 novos asteroides próximos da Terra são encontrados a cada noite.

histórico de detecção de asteroides próximos da Terra
Histórico de detecção de asteroides próximos da Terra.
A cor azul representa todos os tamanhos de rochas espaciais; laranja, os asteroides com mais de 140 metros;
vermelho, os asteroides com mais de 1 km de diâmetro.
Créditos: NASA / NEO

Além do sistema Scout, existe um outro programa chamado Sentry (sentinela em português), que trabalha de forma diferente. Sentry foca sua atenção apenas em asteroides com tamanho potencial para acabar com toda uma cidade, ou seja, NEOs com mais de 140 metros de diâmetro. O sistema Sentry já possui mais de 600 grandes rochas espaciais catalogadas, e os astrônomos acreditam que ainda há muitas outras a serem descobertas...




A NASA possui ainda um outro serviço, chamado Planetary Defense Coordination Office (Escritório de Coordenação de Defesa Planetária), ou simplesmente PDCO. Esse projeto não tem o intuito de detectar ou rastrear um asteroide, mas sim de lidar com os efeitos catastróficos APÓS o impacto ter acontecido.


Um grande avanço

Um alerta com 5 dias de antecedência é um grande avanço, pois teríamos tempo suficiente para evacuar uma certa região, proteger infra-estruturas, como usinas nucleares, etc...

Um grande exemplo é o famoso asteroide de Chelyabinsk, que caiu na Rússia em 2013. Essa rocha espacial de 10.000 toneladas explodiu sobre a cidade de Chelyabinsk e feriu mais de 1.500 pessoas.


Além disso, mais de 3.000 prédios foram danificados em 6 cidades. Se houvesse um alerta com cinco dias de antecedência, muita coisa poderia ter sido evitada, principalmente se o asteroide fosse um pouco maior.




Asteroides menores, como o de Chelyabinsk (acredite, ele era pequeno), são difíceis de serem detectados. Já os grandalhões, com mais de 500 metros, são mais fáceis de serem observados, mas ao mesmo tempo, quanto maior é a rocha, mais incomum ela é. E assim vem a grande pergunta: com quais asteroides devemos nos preocupar? Com os grandes ou com os pequenos? Segundo especialistas, devemos nos preocupar com todos eles, pois mesmo as rochas menores têm potencial de causar danos severos, até porque elas são muito mais comuns. E a habilidade provada pelo sistema Scout, de detectar objetos menores, é um grande passo para manter a vida na Terra a salvo...






Imagens: (capa-ilustração/divulgação) / Institute for Astronomy / University of Hawaii / divulgação
08/11/16


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4 comentários:

  1. Bela matéria, isso é uma boa notícia para todos nós. Tomara que essa tecnologia continue avançando para nossa proteção. Um abraço a todos. \o/

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  2. Em que dia este asteroide ira atingir a terra é sou pra mi dechar alertado deste meteoro

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  3. Boa a iniciativa. O Brasil deveria ter um monitoramento assim para ajudar o Hemisfério Sul, uma vez que o céu brasileiro não é totalmente visível lá no Tio Sam. Mas.......... já entenderam né.... até o PT devolver tudo as luas de Júpiter estarão colonizadas! Se um asteróide cair por aqui acharão que será castigo de deus. Preferem pensar assim do que colaborar tecnicamente para solucionarem problemas complexos. Nós.... eternamente terceiro mundo!

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  4. Acho difícil o mundo acabar por um colisão de meteoro, mas se previnir é sempre suficiente.

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