Júpiter é famoso por sua Grande Mancha Vermelha - uma tempestade com o dobro do diâmetro da Terra que se estende sobre a superfície do gigante de gás. Mas agora, os pesquisadores descobriram que existe um segundo grande evento, quase tão grande quanto a Mancha Vermelha, mas que é causado por suas intensas auroras: a Grande Mancha Fria! O novo trabalho foi publicado na revista Geophysical Research Letters.
Os pesquisadores detectaram pela primeira vez a Grande Mancha Fria através de dados do Very Large Telescope, no Chile, e continuaram a rastreá-lo durante um período de 15 anos com observações de outro telescópio. A Grande Mancha Fria tem um diâmetro de 24.000 por 12.000 km, e está cerca de 200°C mais frio do que a área ao seu redor na atmosfera superior. Embora desapareça de vez em quando, ela volta a se formar junto com as brilhantes auroras do planeta.
A recém descoberta Grande Mancha Fria de Júpiter, presente em sua atmosfera, aparece nas cores escuras
no centro desse mapa de emissão criado por um telescópio da NASA no Havaí.
Créditos: Tom Stallard
"A Grande Mancha Fria é muito mais volátil do que a Grande Mancha Vermelha, mudando drasticamente em forma e tamanho em questão de dias ou semanas, mas sempre reaparece", disse Tom Stallard, astrônomo planetário da Universidade de Leicester, no Reino Unido, e autor principal do novo trabalho.
A Grande Mancha Fria provavelmente é formada como um subproduto das espetaculares auroras do planeta, disseram os pesquisadores, e que, devido à forma como ela sempre reaparece, pode ser extremamente antiga, tanto quando as próprias auroras.
Assim como acontece na Terra, a luz brilhante das auroras de Júpiter surge através de partículas eletricamente carregadas que colidem com a atmosfera do planeta perto de seus pólos norte e sul, guiadas pelo campo magnético do planeta. Mas as auroras de Júpiter são muito mais constantes e intensas, além de serem alimentadas também por partículas provenientes de suas luas.
De acordo com a nova pesquisa, a aurora deposita energia na atmosfera de Júpiter, aquecendo-a até que haja uma grande disparidade de calor entre o topo da atmosfera e a parte mais abaixo. Esse evento parece criar um vórtice na atmosfera, dando lugar a uma região mais fria ao redor das auroras.
Tom Stallard disse que um efeito semelhante pode ser encontrado perto das auroras da Terra, mas numa intensidade muito menor. "Os fluxos atmosféricos gerados pelas auroras da Terra podem conduzir o calor rapidamente por todo o planeta, fazendo com que a atmosfera superior perceba essa mudança, enquanto que a rotação de Júpiter, por ser tão rápida, apriiona essa energia mais perto dos polos", disse ele.
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Os pesquisadores ficaram surpresos ao encontrar a Grande Mancha Fria, e continuarão a investigá-la enquanto buscam por evidências de outros eventos atmosféricos. A combinação de suas observações terrestres com aquelas feitas pela nave espacial Juno deve fornecer muito mais informações sobre o clima do gigante Júpiter.
Imagens: (capa-NASA) / Tom Stallard / divulgação
17/04/17
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