Na mesma época em que os dinossauros se extinguiram na Terra, um vulcão em Marte se tornou inativo, disseram pesquisadores da NASA em um estudo publicado na revista Earth and Planetary Science Letters.
Arsia Mons é o vulcão mais ao sul de um grupo de três enormes vulcões marcianos conhecidos coletivamente como Montes Tharsis. Até agora, a história do vulcão permaneceu um mistério, mas graças a um novo modelo de computador, os cientistas finalmente conseguiram descobrir quando Arsia Mons parou de ejetar lava.
Na imagem vemos os três vulcões dos Montes Tharsis alinhados, sendo que o localizado mais ao sul é o vulcão Arsia.
O Monte Olimpo, o maior vulcão conhecido de todo o Sistema Solar, está na parte superior esquerda.
Créditos: NASA
De acordo com o modelo, a atividade vulcânica no Arsia Mons parou há cerca de 50 milhões de anos. Por volta desse mesmo tempo, a Terra passou pelo evento de extinção Cretáceo-Paleogêno, que aniquilou três quartos de suas espécies de animais e plantas, incluindo os dinossauros.
Ilustração artística mostra queda do asteroide que poderia ter causado a extinção dos dinossauros no fim do
período Cretáceo. Vale lembrar que os pterossauros (ilustração) já haviam sido extintos antes mesmo desse evento.
Créditos: Donald E Davis / Wikimedia Commons
Jacob Richardson, pesquisador pós-doutorado do Centro de Vôo Espacial Goddard da NASA, e co-autor do novo estudo, apresentou os resultados na 48ª Conferência Anual de Ciência Lunar e Planetária, no Texas, EUA. A descoberta recém apresentada é de extrema importância para entendermos melhor a geologia marciana.
"Estimamos que o pico da atividade do vulcão Arsia Mons ocorreu provavelmente há aproximadamente 150 milhões de anos - o final do período Jurássico na Terra - e depois cessou ao mesmo tempo que os dinossauros sucumbiram na Terra", disse Richardson em um comunicado. "É possível, entretanto, que o último sopro vulcânico possa ter ocorrido nos últimos 50 milhões de anos, o que é muito recente em termos geológicos".
Mosaico de imagem digital restaurada da missão Viking 1 (que operou entre 1976 a 1980)
mostra o vulcão Arsia Mons visto de cima. Créditos: NASA / JPL / USGS
Richardson e sua equipe identificaram 29 respiradouros vulcânicos em Arsia Mons. Estes respiradouros estão localizados dentro da caldeira - a depressão em forma de cratera no topo do vulcão. As caldeiras se formam quando os vulcões entram em colapso sob seu próprio peso enquanto a lava se acumula no topo. A caldeira em Arsia Mons é gigantesca, com 110 quilômetros de diâmetro.
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Para descobrir quando ocorreu a última erupção de Arsia Mons, Richardson e sua equipe usaram imagens de alta resolução da Context Camera, do satélite Mars Reconnaissance Orbiter da NASA, e mapearam fluxos de lava em torno dos 29 respiradouros. A contagem de crateras em torno do vulcão ajudou os pesquisadores a determinar a idade dos fluxos de lava. Após a combinação de dados, foi possível determinar que a atividade vulcânica mais recente ocorreu entre 10 e 90 milhões de anos atrás. Os fluxos de lava mais antigos têm cerca de 200 milhões de anos.
"Pense nisso como uma torneira lenta por onde escorre magma", disse Richardson. "O Arsia Mons estava criando cerca de um respiradouro vulcânico a cada 1 ou 3 milhões de anos durante seu pico. Em comparação com os vulcões da Terra, cria-se um a cada 10.000 anos."
Imagens: (capa-NASA/MOLA Science Team) / NASA / Donald E Davis / Wikimedia Commons / NASA / JPL / USGS
04/04/17
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