Júpiter acaba de ser atingido mais uma vez! Na noite de 26 de maio, por volta das 19:25 UTC, o astrônomo amador francês Sauveur Pedranghelu detectou o impacto enquanto observava o planeta com seu telescópio, e pôde registrar a colisão ao vivo, com sua câmera acoplada ao telescópio.
O brilho do impacto foi muito breve, durando apenas cerca de 0,7 segundos, e exibiu dois picos de brilho. O ponto brilhante, apesar de parecer pequeno, tinha o tamanho da lua Europa.
Imagem mostra o brilho do impacto registrado em 26 de maio de 2017.
Créditos: Sauveur Pedranghelu / Marc Delcroix
Marc Delcroix, que coordena um grupo mundial de observadores de Júpiter, postou em vários grupos sobre a descoberta. Logo em seguida, um segundo registro feito por Thomas Riessler, da Alemanha, mostrou o mesmo fenômeno, confirmando então a observação de Sauveur. A duração estimada da bola de fogo nesse segundo registro foi de 0,8 segundos.
Astrônomos amadores estão agora apontando seus telescópios e câmeras na direção de Júpiter com a esperança de identificar traços escuros, deixados para trás em impactos semelhantes. Quando observado através de filtros de metano de banda estreita, há uma chance de detectá-los.
Imagem feita na Alemanha mostra o mesmo brilho em Júpiter registrado na França.
Créditos: Thomas Riessler / Marc Delcroix
Até agora, não foi identificado qualquer vestígio desse impacto, mas talvez, telescópios maiores poderão detectar algo. Observadores de Júpiter estão atentos para novas descobertas, e é claro, para novos impactos.
Ao que tudo indica, esse já é o 5° impacto registrado em Júpiter, e provavelmente, com o aumento no número de observadores do céu noturno, e com a melhora e o barateamento da tecnologia (telescópios e câmeras), o registro dessas colisões tende a ser cada vez mais recorrente.
Em março de 2016, um observador na Áustria registrou um impacto brilhante em Júpiter, chamando a atenção não apenas da comunidade científica, como também de todo o público. O evento foi confirmado posteriormente após novos registros virem à tona.
O primeiro impacto confirmado em Júpiter ocorreu em julho de 1994, quando 21 fragmentos do cometa Shoemaker-Levy colidiram com o planeta, criando uma impressionante série de colisões. Desde então, diversos impactos menores foram registrados no planeta gigante, sugerindo que cometas, asteroides, e fragmentos desses objetos atingem Júpiter com mais frequência do que se esperava.
Manchas na atmosfera de Júpiter causadas pelos impactos de Shoemaker-Levy 9.
Créditos: Hubble / Wikimedia Commons
Existem dois fatores que fazem de Júpiter um ótimo alvo na busca por colisões de asteroides e cometas: sua poderosa gravidade atrai muito mais fragmentos do que qualquer outro planeta no Sistema Solar, e em segundo lugar, além de atraí-los com mais frequência, seu poder gravitacional também faz com que esses objetos ganhem velocidades muitos altas, produzindo impactos mais brilhantes e muito mais potentes. Um objeto ganha cinco vezes mais velocidade ao atingir Júpiter do que se atingisse a Terra, produzindo uma energia de impacto 25 vezes mais potente.
É por essas e por outras que Júpiter ganha novos espectadores a cada dia... afinal de contas, mesmo que não tenhamos a sorte de presenciar uma colisão com o planeta, sua beleza já é suficiente para fazer a noite de observações valer a pena.
Imagens: (capa-Thomas Riessler/divulgação) / Sauveur Pedranghelu / Thomas Riessler / Hubble / Wikimedia Commons / divulgação
29/05/17
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Qual teria sido o efeito do mesmo impacto, se ele houvesse ocorrido no oceano ou na superfície seca da Terra?
ResponderExcluirJá era todo tipo de vida na terra.
ExcluirExtinção global
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