Com a chegada de telescópios gigantescos, munidos de detectores ultra sensíveis, diversos objetos que antes eram impossíveis de serem detectados estão sendo encontrados ao longo dos últimos anos. Para se ter uma ideia, entre os anos de 2000 e 2003, 46 novos satélites naturais foram encontrados ao redor de Júpiter - mais de dois terços do total do planeta!
E agora, o astrônomos Scott Sheppard do Instituto de Ciências Carnegie, adicionou mais dois membros para a extensa família de Júpiter, fazendo subir o número para 69. O anúncio foi feito recentemente, revelando S/2016 J 1 e S/2017 J 1 ("S" para satélite e "J" para Júpiter).
"Continuamos nossa pesquisa buscando objetos muito distantes no Sistema Solar externo, o que inclui a busca pelo Planeta X, e Júpiter acabou por estar na área de observação entre 2016 e 2017", explica Sheppard.
Com magnitudes próximas a 24, essas luas devem ter cerca de 1 ou 2 km de diâmetro, portanto, o que conhecemos até agora é basicamente as suas órbitas.
S/2016 J 1
Sheppard descobriu esse satélite durante observações feitas em 8 de março de 2016, com o telescópio refletor Magellan-Baade de 6,5 m, no Observatório Las Campanas, no Chile. Sua órbita está a uma distância média de Júpiter de 20.600.000 km, e é alongada, com uma inclinação de 140° e excentricidade de 0,14. Essa lua leva 1,6 anos para completar uma volta ao redor do planeta.
Para traçar a órbita do satélite S/2016 J 1 com maior precisão, Sheppard contou com a ajuda de David Tholen, da Universidade do Havaí, e Chadwick Trujillo, da Universidade Northern Arizona, observaram o satélite com o telescópio refletor Subaru de 8.2 m, em Mauna Kea, no Havaí.
Animação mostra imagens registradas por Scott Sheppard dos satélites S/2016 J 1 (esquerda) e S/2017 J 1 (direita).
Créditos: Scott Sheppard
S/2017 J 1
Sheppard e Trujillo registraram o segundo novo achado em 23 de março de 2017, usando o venerável refletor Victor Blanco de 4 m no Observatório Interamericano do Cerro Tololo, no Chile. Ele também apareceu em imagens registradas pelo Subaru em 2016, o que permitiu a confirmação de sua existência. Essa lua também está longe de Júpiter, a uma distância média de 23.500.000 km. Nesta órbita altamente alongada, com uma inclinação de 149 ° e excentricidade de 0,40, a lua S/2017 J 1 leva 2 anos para completar uma órbita em torno de Júpiter.
Júpiter e seu extenso número de satélites: aonde isso vai parar?
Ambas as descobertas, assim como a maioria das luas de Júpiter, realizam órbitas retrógradas, com inclinações superiores a 90°, o que significa que elas se movem na direção oposta à da rotação do planeta. Essas órbitas distantes e irregulares sugerem que esses objetos se formaram em outros locais do Sistema Solar externo, e que foram capturados ao passar próximo de Júpiter no passado.
Gráfico mostra as órbitas progressivas (em azul) e as órbitas retrógradas (em laranja) dos satélites de Júpiter.
Créditos: Scott Sheppard / Tradução: Galeria do Meteorito
De acordo com uma avaliação feita por Marina Brozović e Robert A. Jacobson, do Laboratório de Propulsão a Jato, da NASA, 11 dos satélites irregulares de Júpiter têm órbitas tão pouco conhecidas que são considerados como "objetos perdidos".
No entanto, essa realidade pode mudar... ou melhor: já está mudando. Sheppoard e Trujillo examinaram a região em torno de Júpiter e conseguiram recuperar informações dos satélites S/2003 J 5, S/2003 J 15 e S/2003 J 18, bem como melhorar o traçado da órbita de S/2011 J 2.
"Nós certamente recuperamos cinco das luas perdidas", diz Sheppard. "Nós temos mais algumas luas de Júpiter em nossas novas observações de 2017 e provavelmente teremos encontrado todas as luas perdidas em nossas novas observações."
Ainda assim, certamente existem dezenas de satélites de Júpiter que ainda não foram encontrados, isso sem contar com novos objetos que o planeta gigante pode capturar de tempos em tempos. Haja gravidade!
Imagens: (capa-ilustração/Richard Cardial) /
13/06/17
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Não tem nada a ver com a matéria, mas gostaria de aproveitar o espaço para perguntar algo. Alguém sabe por que as câmeras da ISS não mostram mais nada, há dias já, a gente entra no link e na primeira câmera, só a imagem de parte da estação, e na segunda e maior, que a gente via a Terra de um ângulo mais distante, ou está escuro, ou aparece apenas aquele "risco" no meio da tela, na vertical, ou seja, um braço da estação, a algo por baixo que parece ser a Terra. O que será que está acontecendo? Acesso vários horários diferentes e só vejo isto. Agradecida a quem me esclarecer se possível.
ResponderExcluirOlá Marlene,boa tarde!
ExcluirAcabei de dar uma olhada agora e a câmera de HD da ISS está mesmo com imagem preta... já a câmera comum está funcionando normalmente. Veja:
http://www.galeriadometeorito.com/2012/10/iss-live.html
Uma excelente semana!
Muito agradecida, pessoal da redação, excelente semana para vocês também!
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