Em janeiro de 2016, pesquisadores do Observatório de Onda Gravitacional do Interferômetro Laser (LIGO) anunciaram algo histórico: a primeira detecção de ondas gravitacionais. Apoiado pela National Science Foundation (NSF) e operado pela Caltech e pelo MIT, o Observatório LIGO empenha-se no estudo das ondas previstas pela Teoria da Relatividade Geral de Einstein, que são causadas pela fusão de buracos negros.
Mas agora os cientistas revelam algo ainda mais intrigante. Uma equipe de astrônomos do Centro de Cosmologia da Universidade Irvine, da Califórnia, EUA, afirma que as fusões entre buracos negros são muito mais comuns do que se previa.
Após cálculos e dados de classificação de buracos negros, a equipe da UCI determinou que poderia haver até 100 milhões de buracos negros na nossa Galáxia - uma descoberta que tem implicações significativas para o estudo de ondas gravitacionais.
Ilustração artística da fusão de 2 buracos negros.
Créditos: LIGO / Caltech
O estudo que detalha suas descobertas, intitulado "Contando Buracos Negros: A População Cósmica Estelar Remanescente e Implicações para o LIGO", foi publicado na edição mensal da revista da Royal Astronomical Society. A equipe liderada por Oliver D. Elbert, estudante pós-doutorado do departamento de Física e Astronomia da UC Irvine, realizou uma análise de sinais de ondas gravitacionais que foram detectados pelo LIGO.
O estudo teve início logo após a primeira detecção de ondas gravitacionais feita pelo LIGO em 2016, quando a colisão de dois buracos negros (cada um com massa equivalente a 30 sóis) foi detectada aqui na Terra.
"Uma fusão de dois buracos negros com massa de 30 sóis foi espantoso", disse James Bullock, professor de física e astronomia da UC Irvine e co autor do estudo. "E isso nos fez perguntar: 'Quão comuns são os buracos negros desse tamanho e com que frequência eles se fundem?"
Os astrônomos estão interpretando as diversas detecções registradas pelo LIGO, e também estão criando um mecanismo para prever futuras colisões entre buracos negros.
E após longos estudos, os astrônomos concluíram que a Via Láctea pode ser o lar de cerca de 100 milhões de buracos negros, dos quais 10 milhões teriam uma massa estimada em 30 vezes a massa do nosso Sol. Enquanto isso, as galáxias anãs - como a nossa vizinha, a Anã de Draco, que orbita a Via Láctea a cerca de 250.000 anos-luz - teria apenas cerca de 100 buracos negros.
Ilustração artística mostra o close-up de dois buracos negros que estão prestes a se fundir.
Créditos: LIGO / Caltech
Outro fato super interessante revelado pela equipe, é que a maioria dos buracos negros de baixa massa (~ 10 massas solares) encontram-se em galáxias de 1 trilhão de massas solares (galáxias maciças), enquanto os buracos negros maiores (~ 50 massas solares) encontram-se dentro de galáxias que possuem cerca de 10 bilhões de massas solares (galáxias anãs).
Além disso, eles também procuraram determinar a frequência com que os buracos negros ocorrem em pares, com que freqüência eles se fundem e quanto tempo isso levaria. A análise indicou que apenas uma pequena fração de buracos negros em fusões poderia ser detectada pelo LIGO.
Outro ponto super interessante desse estudo foi a previsão de colisões entre buracos negros com cerca de 50 massas solares. Segundo Manoj Kaplinghat, professor de física e astronomia da UCI e segundo autor do estudo, "se as idéias atuais sobre a evolução estelar estão corretas, os cálculos indicam que fusões de buracos negros com cerca de 50 massas solares deverão ser detectadas dentro de alguns anos".
Resumindo, a nossa Galáxia parece estar repleta de buracos negros que se fundem de forma regular. Nos próximos anos, o LIGO poderá detectar novas emissões de ondas dessas fusões - as ondas gravitacionais. Os astrônomos estão esperançosos com a perspectiva de observação de grandes fusões de buracos negros, e assim, poderão entender melhor como a física funciona em condições extremas.
Imagens: (capa-ilustração/LIGO/Caltech) / LIGO / Caltech
25/08/17
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- Os buracos negros são os ralos do universo. Quando toda a massa e energia existente no universo escoar para dentro do último e universal buraco negro, que absorveu todo o universo existente e tudo o que havia nele, na última fração de tempo e de espaço livre, então haverá uma singularidade universal, e do outro lado do horizonte de ventos desse buraco negro universal, surgirá então um novo universo...
ResponderExcluirÉ isso mesmo coice. o fim de um mundo é o início de outro mundo...
ResponderExcluirCaro nautillus, como observador, me parece que tudo é uma sucessão de ciclos, interminável! Em qualquer escala!! Um abraço cósmico!
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