Perseguir um cometa não é uma tarefa fácil. Muito pelo contrário: você terá que enfrentar uma verdadeira tempestade de granizos, segundo registros observacionais divulgado pela Agência Espacial Europeia (ESA).
A foto foi feita pela espaçonave Rosetta, e mostra inúmeros fragmentos que se soltavam do cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko, orbitado pela sonda entre 2014 e 2016. Apesar da missão ter sido finalizada há alguns anos, essa imagem só foi divulgada recentemente.
Chuva de detritos deixada pelo cometa 67P/C-G fotografada pela sonda Rosetta em 21 de janeiro de 2016.
Créditos: ESA / Rosetta / MPS / OSIRIS Team / UPD / LAM / IAA / SSO / INTA / UPM / DASP/ IDA
Vale ressaltar que essa esteira de detritos deixada pelo cometa 67P/C-G não causará uma chuva de meteoros aqui na Terra, porém, é exatamente dessa forma que elas se originam - através da sublimação e fragmentação das partículas de poeira e gelo de um cometa que se aproxima do Sol.
Quando o nosso planeta atravessa uma dessas regiões e encontra uma esteira de detritos como essa, então temos uma chuva de meteoros. As chuvas de meteoros ocorrem todos os anos, sempre na mesma época, pois a Terra passa pela mesma região a cada 365 dias.
A chuva que sai do cometa
A "chuva de fragmentos" acontece quando a luz solar incide sobre o cometa, derretendo parte de seu gelo e assim, fragmentando sua área mais externa, o que deixa pra trás uma verdadeira esteira de gelo e poeira. E olha que essa esteira de detritos é realmente intensa, tanto é que essa imagem só pôde ser feita no dia 21 de janeiro de 2016 - 5 meses após a máxima aproximação do cometa 67P/C-G com o Sol, devido ao risco de colisão de partículas.
Além de proteger a sonda Rosetta de ser atingida por pequenos detritos, afastá-la do cometa teve ainda um motivo extra, e talvez, o principal. "O excesso de poeira no campo de visão de Rosetta apresentava um risco de navegação", disseram funcionários da ESA. "A sonda navega através do reconhecimento de padrões de estrelas para conhecer sua orientação em relação ao Sol e à Terra. Portanto, estar dentro de uma região densa de gás e poeira poderia fazer com que Rosetta se baseasse nos grãos de poeira e não nas estrelas, confundindo seu computador de navegação e talvez até colocando-a em modo de segurança temporário", informaram os funcionários.
Imagem do cometa 67P/C-G capturada em 03 de agosto de 2014 pela sonda Rosetta.
Créditos: ESA / Rosetta
Apesar de ter sido complicada e arriscada, essa "tempestade de poeira" foi uma verdadeira dádiva, pois a sonda teve a oportunidade de estudar seu material por dois anos, coletando informações e dados importantíssimos sobre a composição e estrutura do cometa.
Rosetta chegou ao cometa 67P/C-G em agosto de 2004, tornando-se a primeira sonda a orbitar um cometa. Em novembro do mesmo ano, Rosetta conquistou um novo recorde ao colocar o pousador Philae na superfície do cometa.
Em setembro de 2016, Rosetta chegou ao fim, quando os controladores da missão guiaram o orbitador num impacto controlado na superfície do cometa. Foi uma missão pioneira e épica. E claro! Ela deixou saudades..
Imagens: (capa-ESA) / ESA / Rosetta / MPS / OSIRIS Team / UPD / LAM / IAA / SSO / INTA / UPM / DASP/ IDA
16/03/18
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Vocês podiam botar uma série que falam das próximas (prováveis) missões da NASA fica a dica!!
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