Telescópio Spitzer descobre estrelas perdidas entre galáxias

         Um novo estudo utilizando dados do Telescópio Espacial Spitzer da NASA sugere uma causa para o brilho misterioso de luz infravermelha, visto em todo o céu. Ele vem de estrelas isoladas além dos limites das galáxias. Essas estrelas são conhecidas por terem pertencido às galáxias antes de fusões violentas, que por ventura arremessaram algumas delas para o vazio lado de fora de suas antigas casas.
         "O brilho de fundo infravermelho no nosso céu tem sido um mistério enorme", informa Asantha Cooray da Universidade da Califórnia em Irvine, autora da nova pesquisa publicada na revista Nature. "Temos novas provas de que essa luz é das estrelas que oscilam entre as galáxias. Individualmente, as estrelas possuem brilho fraco para serem vistas dessa maneira, e na verdade, estamos vendo o brilho de um grande grupo delas."

         Os resultados discordam com outra teoria que explica a mesma luz de fundo observada também pelo telescópio infravermelho Spitzer. Um grupo liderado por Alexander "Sasha" Kashlinsky da NASA propôs em Junho, que esta luz que aparece nas imagens do Spitzer,são como "padrões de mancha", vindas das primeiras estrelas e galáxias.

         No novo estudo, Cooray e seus colegas analisaram dados de uma maior porção do céu, o chamado campo de Bootes, cobrindo um arco equivalente a 50 Luas cheias. Estas observações não foram tão sensíveis como aquelas a partir de estudos do grupo Kashlinsky, mas a maior escala permitiu aos investigadores uma melhor análise para o padrão de luz de fundo.


         Após analisarem a área de Bootes por mais de 250 horas, os pesquisadores dizem que o brilho é muito brilhante para ser das primeiras galáxias, que não são tão grande ou tão numerosos como as galáxias que vemos ao nosso redor hoje. Em vez disso, os cientistas propõem uma nova teoria para explicar a mancha de luz, baseada em teorias de que seriam viagens entre galáxias.
À esquerda, imagem da região de Bootes vista em infravermelho. À direita, vemos a mesma região vista pelo Telescópio Spitzer mostrando um grande brilho em infravermelho

         A presença destas estrelas pode ser atribuído a dois fenômenos. No início da história do nosso universo, como as galáxias cresceram em tamanho, elas colidiram com outras galáxias e ganharam massa. Essas grandes colisões causam com que grandes faixas de estrelas sejam arremessadas para fora de suas galáxias. Galáxias crescem também por engolir pequenas galáxias anãs, um processo confuso que também resulta em estrelas errantes.

         Mais pesquisas são necessárias para uma boa confirmação de tal teoria.

         "A visão aguçada do infravermelho do James Webb Telescope será capaz de ver algumas das primeiras estrelas e galáxias diretamente, bem como as estrelas errantes à espreita entre os arredores de galáxias próximas", disse Eric Smith, gerente do programa JWST da NASA, que completou:
"Os objetos misteriosos que compõem a luz de fundo infravermelho, estão finalmente, sendo desvendados!"

Fontes: NASA/ESA
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