26/11/12 - Usando os telescópios HATNet, os astrônomos da CFA e seus colegas descobriram três novos Júpiters Quentes e identificaram uma nova subclasse de planetas extra-solares, apelidado de "Júpiters Altamente Inflados".
Existem atualmente 851 planetas extra-solares confirmados. Destes, 289 foram detectados porque suas órbitas (como vista da Terra) fizeram com que estes passassem na frente da sua estrela-mãe, escurecendo a luz da estrela, evento que é conhecido como "evento de trânsito". O satélite Kepler forneceu o maior conjunto de trânsito de planetas extra-solares e, se a lista fosse ampliada para incluir planetas candidatos (ou seja, planetas encontrados, mas ainda não confirmado), teríamos milhares de planetas extra-solares. Dos 289 exoplanetas encontrados através do "evento de trânsito", 194 foram encontrados com telescópios terrestres.
"Júpiters Quentes", são planetas extra-solares cujas massas são próximas a de Júpiter, mas cujas órbitas estão tão próximas de suas estrelas que (ao contrário de Júpiter no nosso sistema solar) suas atmosferas são muito quentes, e em alguns casos, com temperaturas acima de 2.000K, e assim, são inchados para tamanhos como duas vezes o diâmetro de Júpiter. Os grandes diâmetros e órbitas pequenas (trânsitos freqüentes) de "Júpiters Quentes" facilitam a vida dos astrônomos, sendo mais fácil identificá-los, não só pelo tamanho como também pela proximidade com a sua estrela mãe. Os cientistas não sabem ao certo porque Júpiters Quentes se formaram e evoluíram.
As características dessa nova classe de exoplanetas (tamanho e trânsito) fazem com que sejam bons candidatos para observações terrestres. Astrônomos da CFA foram pioneiros de uma nova técnica para descobrir e estudar planetas extra-solares usando um sistema de seis pequenas telescópios terrestres automatizados (aberturas entre cerca de 6 e 11 centímetros) que capturam imagens digitais e ópticas do céu noturno, procurando variações de intensidade nas luzes das estrelas. Embora as aberturas desses telescópio são pequenas, o campo de visão de cada telescópio no céu é grande, e milhares de estrelas são simultaneamente monitoradas. As câmeras de multi-megapixel CCDs capturam dezenas de milhares de exposições através de varreduras à procura de variabilidade que sinaliza trânsitos planetários. Os telescópios, que atualmente operam no L. Fred Whipple, no Arizona, e do Submillimeter Array em Mauna Kea, no Havaí, são chamados coletivamente de HATNet. Até agora, HATNet foi responsável por 42 dos 289 planetas em trânsito conhecidos.

Os três novos planetas têm cada um deles, períodos orbitais de apenas alguns dias, e massas 20% menores que a de Júpiter, porém, os diâmetros deles são bem grandes, cerca de 50% a 70% maior do que o diâmetro de Júpiter.
Combinando os seus resultados com as estatísticas já conhecidas de Júpiters Quentes, os cientistas perceberam que os planetas como esses três, com raios cerca de 50% maiores do que o raio de Júpiter, forma um subconjunto distinto de Júpiters Quentes. Embora as razões para a sua existência continuam a ser um tópico de pesquisa, os novos resultados demonstram o quanto é importante para os astrônomos recolherem informações detalhadas sobre um grande número de objetos.
A descoberta dessa subclasse de exoplanetas apelidada até o momento de "Júpiters Altamente Inflados", ilustra bem a necessidade de mais pesquisas com relação aos planetas extra-solares, afinal de contas, mesmo estando muito longe, eles podem nos esclarecer a repeito do nosso próprio Sistema Solar.
Fonte: Harvard-Smithsonian Center for Astrophysics
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.