Luas do Sistema Solar podem ser frutos de antigos anéis planetários



08/12/12 - Segundo nova teoria, anéis planetários seriam responsáveis pela formação de satélites do Sistema Solar.







         A Lua, satélite natural da Terra, pode ter surgido a partir de um sistema de anéis que desapareceu há muito tempo, semelhante aos anéis de Saturno, e isso poderia se aplicar a muitos dos satélites que orbitam outros planetas. A maior parte dos satélites regulares no Sistema Solar poderiam ter se formado desta maneira, segundo o astrofísico Aurélien Crida da Universidade de Nice-Sophia Antipolis, do Observatório de Côte d'Azur, na França, co-autor do estudo juntamente com Sébastien Charnoz da Universidade de Paris-Diderot.

         Os cientistas publicaram suas descobertas na revista Science. Astrofísicos franceses sugerem que a existência dos anéis é fundamental para o processo de nascimento de satélites. Os cientistas chegaram a esta conclusão por meio da modelagem teórica. Eles descobriram que a formação de uma lua começa na borda de um anel planetário, onde um satélite pode começar a tomar forma sem ser picado pela força gravitacional do planeta. Ali, as luas emergem do material que forma os anéis, antes de migrar para o exterior. À medida que o sistema em anel continua a produzir luas, os pequenos objetos começam a se fundirem em luas maiores, o que pode, por sua vez, fundir-se em uma espiral para fora do planeta.

         A concepção padrão de nascimento de satélite, em que as luas se condensam, juntamente com o seu planeta hospedeiro a partir de uma nuvem de poeira e gás. Isso parece funcionar para os maiores satélites, como as quatro luas de Júpiter, mas o anfitrião das menores luas de outros planetas circulando até agora tem sido considerado um subproduto desse processo.

         Essa nova hipótese poderia explicar a uniformização chave entre os satélites regulares de Saturno, Urano e Netuno. Luas que se localizam mais longes de seu planeta hospedeiro tendem a ter massas maiores. Luas distantes iriam crescer mais e mais à medida que deriva do planeta e seus anéis, passando progressivamente por mais fusões. O resultado final é um sistema perfeitamente ordenado por satélites menores mais perto do planeta e os maiores mais longe.

         No geral, os cientistas planetários e astrônomos aceitam a teoria de que a Lua teria se originado de um impacto de um corpo gigantesco (Theia) contra a Terra. Tal impacto teria ejetado material que com o tempo, formou a Lua. Neste estudo, o material ejetado teria primeiro achatado em forma de anel em torno do planeta. Como o tempo decorrido, o material em seguida teria formado a Lua. Ao contrário do anel de Saturno, que teria material suficiente para formar diversas luas, o único anel maciço da Terra teria se aglutinado e formado apenas um grande satélite antes de se dissipar.

         A nova teoria tem também seus pontos fracos. Ela parece não se aplicar para os satélites de Júpiter, que não obedecem a correlação de distância e massa. O destino dos anéis é ainda uma questão em aberto, porque os cientistas não sabem o que aconteceu com os anéis de Urano e Netuno.

Fonte: Scientific American

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