A descoberta da "armadilha de poeira", publicada na revista Science, explicaria como as partículas encontram
refúgios dentro do anel de poeira para crescer e ganhar tamanho sem ser
destruídas até alcançar o tamanho de cometas, planetas e outros corpos
rochosos
Uma "armadilha de poeira", captada em torno de uma
jovem estrela, poderia explicar o processo de formação dos planetas,
informou na última quinta-feira o Observatório Europeu Austral (ESO), que
opera o potente radiotelescópio ALMA, no norte do Chile.
O grupo liderado por Nienke van der Marel, da Universidade de Leiden (Holanda), captou uma imagem do disco de poeira que rodeia o sistema estelar "Oph-IRS 48" e encontrou uma área onde os grãos de maior tamanho estavam presos e tinham crescido muito.
Esta área, que denominaram de "armadilha de poeira", é a chave que poderia explicar como se formam os planetas, um mistério que a ciência ainda precisa resolver.
"Este tipo de armadilhas de poeira seria realmente o berço de planetas recém-nascidos", disse Van der Marel.
Até agora, os astrônomos sabiam que os planetas nascem nos discos de poeira que rodeiam as estrelas pelo acúmulo de poeira. No entanto, não conheciam bem o processo, já que embora as partículas de poeira se choquem constantemente, também se destroem quando voltam a se chocar, retornando ao tamanho mínimo.
A descoberta desta "armadilha de poeira", publicada na edição de sexta-feira da revista Science, explicaria como as partículas encontram refúgios dentro do anel de poeira para crescer e ganhar tamanho sem ser destruídas até alcançar o tamanho de cometas, planetas e outros corpos rochosos.
NO caso do sistema estelar "Oph-IRS 48", Van der Marel explicou que "é provável que estejamos observando uma espécie de fábrica de cometas, já que as condições são adequadas para que as partículas cresçam de um tamanho milimétrico até o de um cometa".
Segundo a astrônoma, embora seja difícil que no caso que eles estudaram um planeta possa se formar - estes costumam se formar a uma distância menor da estrela -, "em um futuro próximo o ALMA poderá observar armadilhas de poeira mais próximas de sua estrela anfitriã, nas quais funcionam os mesmos mecanismos".
O ALMA, com 66 antenas de 7 a 12 metros de diâmetro, fica na árida Planície Chajnantor, mais de 5.000 metros acima do nível do mar, nas proximidades do povoado de San Pedro de Atacama, 1.600 km ao norte de Santiago / Chile. Esta pesquisa foi liderada pelo ESO (Observatório Europeu Austral). O Brasil, o Chile e a Turkia são 3 exceções de países que não fazem parte da Europa, porém, estão diretamente ligados ao ESO.
07/06/13
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