A observação do céu sempre fez parte de culturas antigas, e claro que com os índios brasileiros isso não poderia ser diferente.
Assim como ocorre com a Astronomia ocidental, a Astronomia indígena também é muito extensa (e até mais complexa), afinal, estamos falando de várias etnias e culturas diferentes, e por isso, não teria como resumir tudo em um único artigo, por isso, nós do Galeria do Meteorito decidimos fazer uma série. Clique aqui para encontrar o índice e o link dos novos episódios.
Nesse segundo episódio vamos entender como os índios viam a Via Láctea, e conhecer a Constelação da Ema e a Constelação da Cobra. Confira!
Tapi'i rapé - Via Láctea
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Tapi'i rapé significa Caminho da Anta, e era assim que os índios brasileiros conheciam os braços da Via Láctea. Seu nome (Caminho da Anta) pode até soar estranho, mas a Via Láctea, que é a maneira que conhecemos, também tem sua estranheza, afinal significa Caminho do Leite. De qualquer forma, tanto a cultura grega quanto a indígena sul-americana viam os braços da nossa Galáxia como caminhos (de alguma coisa). Para os povos indígenas, a Via Láctea também representa a morada dos deuses.
Landutim (tupi) - Guirá Nhandu (guarani) - Constelação da Ema
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Segundo relatos do livro de d'Abbeville, "o povo tupinambá conhece uma constelação chamada de Landutim (Guirá Nhandu em guarani), e segundo os maranhenses, ela procura devorar duas outras estrelas, chamadas de 'Uirá-Upiá' que ficam juntas, próximas da constelação".
Quando Nadutim (Guirpá Nhandu) surge a leste, na segunda quinzena de junho, ela indica o início do inverno para os índios do sul do Brasil, e o início da estação seca para os índios do norte e nordeste.
A constelação da Ema possui outra constelação indígena. Confira:
Mboi / Mboi Tatá (tupi) - Constelação da Cobra
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A constelação que conhecemos como Scorpius é vista como uma cobra pelos índios, e é chamada de Mboi (cobra em guarani) ou Mboi Tatá (Cobra de fogo), popularmente conhecida como Boi Tatá (que por sua vez não tem nada a ver com boi), e sua cabeça começa com a estrela Antares.
Devemos admitir que é muito mais fácil reconhecer uma cobra nessa região do céu do que um escorpião. Concorda?!
Gostou? Confira nossa lista de episódios, afinal seria impossível resumir toda a astronomia indígena em apenas uma matéria... Boa leitura!
Fonte: Germano Bruno Afonso / Observatórios Virtuais / Vitae / Melissa Oliveira (antropóloga) / Aikewara.blogspot / ISSUU / Planetário UFSC (etnoastronomia) / pib.socioambiental.org
13/02/15
13/02/15
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ResponderExcluirAparentemente as constelações indígenas parecem ter mais sentido que as constelações convencionais.
ResponderExcluirRealmente Julyan. Para nós, brasileiros e habitantes do hemisfério sul, faz mais sentido as constelações daqui. Pra começar, vemos todas as constelações ocidentais aceitas oficialmente "de ponta cabeça"... Seria bom se essa cultura fosse repassada nas escolas. Talvez faria com que as crianças se interessassem ainda mais pelo céu e suas formas.
ExcluirAbraços!