Reveladas novas evidências sobre a misteriosa atmosfera avermelhada de Plutão

atmosfera avermelhada de Plutão
Além disso, ela é cinco vezes mais espessa do que acreditávamos


A sonda New Horizons da NASA deu aos cientistas a primeira dica sobre o porquê da estranha tonalidade avermelhada da atmosfera de Plutão.

Cerca de 7 horas após o histórico encontro com Plutão, a sonda New Horizons capturou uma visão impressionante desse mundo distante. Lançada no dia 24 de julho, 10 dias após o sobrevoo histórico, a imagem mostra mostra uma camada difusa de neblina na atmosfera de Plutão, elevando-se cerca de 160 km acima da superfície, sendo cinco vezes mais espessa do que os modelos de computador sugeriam

Os cientistas acreditam que o metano da atmosfera está sendo processado quimicamente pela radiação solar ultravioleta, que leva à produção de hidrocarbonetos avermelhados conhecidos como tholins. "Nós acreditamos que é assim que Plutão ganha sua atmosfera avermelhada", disse o cientista da New Horizons Michael Summers, da Universidade George Mason.




Mas mesmo assim. os cientistas ainda não entendem por que o céu de Plutão é tão nebuloso, e por que as partículas se estendem tão longe da superfície em um mundo congelado. "É um mistério", disse Michael Summers.

A NASA criou uma simulação de sobrevoo a partir das fotos tiradas pela sonda New Horizons durante seu grande encontro com Plutão, quando ela esteve a apenas 77.000 km da superfície do planeta anão. No vídeo abaixo podemos ver a região de Sputnik e as Montanhas Hillary. Confiram:


A sonda New Horizons também observou a atmosfera de Caronte, a maior lua de Plutão, mas não encontrou nada tão peculiar durante as primeiras amostras de dados.

"Se Caronte tiver alguma atmosfera, ela será muito menor do que a de Plutão. Nós ainda não temos o conjunto de dados espectral completo, e só teremos em setembro", disse o cientistas principal da New Horizons, Alan Stern.

Usando ondas de rádio da Deep Space Network, da NASA, a New Horizons foi capaz de medir a pressão atmosférica de Plutão. Na superfície, a pressão da atmosfera, que é uma medida pelo peso total ou pela massa da atmosfera, revelou-se muito menor do que se pensava há dois anos.




Plutão atingiu o periélio (ponto mais próximo do Sol) da sua longa órbita de 248 anos em 1989, e os cientistas suspeitam que desde então Plutão esteja em processo de congelamento, conforme ele se afasta ainda mais do Sol rumo as profundezas escuras do Cinturão de Kuiper.

As imagens recém lançadas da superfície de Plutão mostraram sinais de atividade geológica recente, incluindo fluxos de gelo de nitrogênio.

"Podemos ver o gelo cercando o que parece ser uma ilha, ou barreira", disse o cientista da New Horizons William McKinnon, da Universidade de Washington. Os fluxos de gelo estão localizados em uma área maior do que o Estado de Minas Gerais, conhecida como "Sputnik Planum", localizada à esquerda do famoso Coração de Plutão.

Plutão - fluxo de nitrogênio
Imagem feita pela sonda New Horizons mostra a região de Planum Sputnik
e os fluxos de nitrogênio indicados pelas setas.
Créditos: NASA / New Horizons

"Só temos visto superfícies assim em mundos ativos, como Terra e Marte", disse John Spencer, do Instituto de Pesquisa do Sudoeste. A análise inicial dos materiais na superfície da região Sputnik Planum mostrar que ela possui nitrogênio, monóxido de carbono e gelo de metano.

Com temperaturas que se aproximam de -240°C, Plutão está próximo de ter água fluindo, como acontece nas geleiras da Terra. Mas com o calor que escapa de dentro de Plutão, as condições são adequadas para fluxos de nitrogênio, por exemplo.




Com base na falta de crateras da região, os cientistas estimam que os fluxos de gelo têm ocorrido nas últimas dezenas de milhões de anos, e ainda podem estar ativos. "Não há nenhuma razão para que isso não esteja acontecendo até hoje", disse McKinnon.

Dez dias após o grande encontro com Plutão, a sonda New Horizons já havia enviado cerca de 5% de seus dados científicos de volta pra Terra, e ultrapassado o planeta anão em 12 milhões de km, rumando em direção aos confins do Sistema Solar. E quanto mais distante a sonda estiver, mais informações teremos sobre Plutão e seu intrigante sistema, que já foi considerado inalcançável pelo homem.






Fonte: DSpace / NASA / New Horizons
Imagens: (capa-NASA) / New Horizons / NASA
28/07/15

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4 comentários:

  1. Será que esta neblina atmosférica não irá desaparecer a medida que Plutão for para seu afélio? O ambiente plutoniano assemelha-se com Titã: Hidrocarbonetos... hummm.... Tem coisa aí. As substâncias que deram o inicio à vida na Terra são muito comuns no sistema solar não? Se Plutão ficasse mais perto do Sol, tal como Marte, alguma coisa iria acontecer. Se a condensação de corpos produz hidrocarbonetos, muita coisa microscópica pode estar acontecendo bem no nosso quintal e debaixo de nosso nariz.

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  2. Excelente matéria! Estamos esperando mais informações para ampliar nossos horizontes!

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  3. ate q enfim caminho certo,qto m longe do sol mais chances d vida

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