Esta nova imagem de remanescentes de estrelas mortas e sua poderosa ação sobre o gás ao seu redor foi feita pela Agência Espacial Europeia utilizando o Observatório de raio-X XMM-Newton. Ela revela alguns dos processos mais intensos que acontecem no centro de nossa própria galáxia, a Via Láctea.
Os pontos brilhantes que se destacam na imagem são sistema estelares binários, em que uma estrela chegou no fim de sua vida, evoluindo para um objeto compacto e denso, como uma estrela de nêutrons ou até mesmo um buraco negro. Por causa de sua alta densidade, esse objeto consome sua companheira, aquecendo o material e fazendo-o brilhar em raios-X.
A região central da nossa galáxia está repleta de estrelas jovens e aglomerados de estrelas, e alguns estão visíveis como fontes brancas ou vermelhas na imagem, que se estende por 1.000 anos-luz.
O centro da Via Láctea, visto através de raios-X pelo Observatório XMM-Newton da Agência Espacial Europeia.
Créditos: ESA / XMM-Newton / G. Ponti
Créditos: ESA / XMM-Newton / G. Ponti
A maior parte de toda essa ação está acontecendo no centro da Via La´ctea, onde as nuvens de gás estão sendo esculpidas por fortes ventos ejetados pelas estrelas mais jovens, bem como por supernovas, que é a grande explosão de uma estrela massiva quando ela chega no fim de sua vida.
O grande buraco negro do centro da nossa galáxia também é responsável por toda essa ação. Conhecido como Sagittarius A*, esse buraco negro tem uma massa maior do que milhões de sóis, e está localizado dentro da fonte difusa brilhante, um pouco à direita do centro.
Apesar dos buracos negros não emitirem luz, sua imensa força gravitacional atrai a matéria que está ao seu redor, e esse processo emite energia em vários comprimentos de onda, principalmente no raio-X. Além disso, duas grandes nuvens de gás aquecido podem ser vistas acima e abaixo do buraco negro.
Os astrônomos acreditam que essas grandes nuvens ou são causadas diretamente pelo buraco negro, que absorve e ejeta parte desse material, ou então pelo efeito cumulativo de inúmeras explosões de supernovas e de ventos estelares que ocorrem nesse ambiente.
O centro da Via Láctea, visto através de raios-X pelo Observatório XMM-Newton da Agência Espacial Europeia.
Créditos: ESA / XMM-Newton / G.Ponti
Créditos: ESA / XMM-Newton / G.Ponti
Esta imagem mostra uma visão sem precedentes do núcleo energético da Via Láctea. Considerando todos os dados utilizados nessa imagem, somamos cerca de um mês e meio de observações ininterruptas.
A grande estrutura elíptica no canto inferior direito de Sagittarius A* é uma super-bolha de gás quente, provavelmente inchada por conta dos remanescentes de várias supernovas em seu centro. Embora essa estrutura já seja conhecida pelos astrônomos, este estudo confirma pela primeira vez que ela consiste de uma única bolha gigantesca, ao invés de vários remanescentes de supernovas alinhados no mesmo ângulo de visão.
Outra grande estrutura de gás aquecido, chamada de "Arc Bubble" (devido a sua forma de lua crescente) pode ser vista perto do centro da imagem, na parte inferior esquerda ao buraco negro supermassivo. Essa bolha de gás está sendo inflada pelos ventos fortes de estrelas em um aglomerado próximo, bem como por supernovas. O Remanescente de uma dessas explosões pode ser visto no centro da grande bolha.
O rico conjunto de dados compilados neste estudo contém observações feitas em todos os níveis de onda que abrangem a emissões de raio-X. Essas emissões em raios-X são emitidas por elementos pesados como silício, enxofre e argônio, que são produzidos principalmente em explosões de supernovas. Ao combinar diversas observações e diferentes dados, os astrônomos conseguiram revelar detalhes incríveis do centro da Via Láctea.
Além disso, essa incrível imagem nos revela a emissão (ainda que bastante tênue) de plasma quente nas partes inferiores e superiores da imagem. Esse plasma quente pode ser o efeito macroscópico de ejeções geradas pelas estrelas em formação ao longo de toda a região central da Galáxia.
Os astrônomos acreditam que, logo no início da história da nossa galáxia, Sagittarius A* tinha sua atividade muito mais intensa do que atualmente, sugando e ejetando massa a uma taxa muito mais elevada, assim como vemos em outras galáxias, e essa nuvem difusa de plasma quente pode ser o legado da atividade antiga do nosso monstruoso buraco negro.
Fonte: AstronomyMag
Imagens: (capa-ESA) / ESA / ZMM-Newton / G. Ponti
28/08/15
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Muito interessante....
ResponderExcluirBelíssimo. Agora uma pergunta bem amadora. Se pudéssemos estar lá perto dessas nuvens, como seria esse ambiente para nós? Não digo perto do buraco negro, mas próximos das nuvens.
ResponderExcluirFica a dica para uma interessante matéria. =)
Acreditar em buracos negros invisíveis e que supostamente emitem quantidades colossais de energia, me parece mais religião do que física. "Oh! Santo buraco negro, resolva nossos dúvidas das energias universais que aparecem do nada! Amém!"
ResponderExcluirE porque seriam apenas visiveis?
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