O Evento de Carrington - mais de 150 anos depois, ele continua nos assombrando

tudo sobre o evento de carrington de 1859
A Tempestade Solar Extrema que danificou a tecnologia do mundo pode acontecer novamente?


No século passado, um raro evento solar chamou a atenção de todo o mundo. Mais exatamente no dia 02 de setembro de 1859, um bilhão de toneladas de massa solar foram ejetadas em direção ao nosso planeta, e se chocou com o campo magnético da Terra algumas horas mais tarde. Muitas pessoas de diversos países acordaram no meio da noite, pensando que já estava amanhecendo, porém, o que eles estavam presenciando iria entrar para a história.

Auroras polares iluminaram o céu de várias regiões da Terra, inclusive aquelas próximas do equador, o que é extremamente raro. Pessoas em Cuba relataram que quando o dia já havia amanhecido, o brilho vermelho das auroras no céu refletia em seus jornais. A Terra estava sendo bombardeada por partículas energéticas provenientes de uma das maiores explosões solares que se tem registro. Foi tão forte que essas partículas alteraram até mesmo a química do gelo polar.

Ilustração artística do evento de carrington em Londres
Ilustração artística mostra Londres durante um evento solar do mesmo nível do Evento de Carrington.
Créditos: William Henry

A causa de tudo isso foi testemunhada um dia antes, pelo astrônomo britânico Richard Carrington. Durante suas observações e estudos, ele testemunhou uma explosão solar extraordinária, e por isso o evento ganhou seu nome: O Evento de Carrington.

Essa gigantesca explosão solar deu origem a uma extraordinária Ejeção de Massa Coronal (EMC) que foi lançada na direção da Terra. Isso causou uma Tempestade Solar Extrema, que por sua vez, queimou linhas de telégrafo e fez com que a "internet vitoriana" caísse em todo o planeta. Os aparelhos de telégrafo e seus papéis foram incendiados (literalmente), e magnetômetros ao redor do mundo registraram fortes perturbações no campo magnético do planeta, por mais de uma semana.

auroras ao redor do mundo durante o evento de carrington em 1859
Mapa mostra locais onde auroras boreais foram vistas durante o Evento de Carrington em 1859.
Créditos: NASA

De acordo com a National Academy of Sciences, se uma tempestade semelhante acontecesse nos dias atuais, causaria danos de mais de um trilhão de dólares na infraestrutura tecnológica moderna. Provavelmente a internet cairia em todo o planeta, e levaríamos de quatro a dez anos para a recuperação completa.




Um fato interessante é que uma explosão solar similar ao Evento de Carrington aconteceu há alguns anos. No dia 23 de julho de 2012, uma EMC extramente poderosa foi lançada a partir do Sol. De acordo com especialistas do clima espacial, essa extrema EMC foi pelo menos tão poderosa quanto aquela ocorrida em 1859, e a única diferença é que ela não foi direcionada para a Terra, portanto, não se chocou com o nosso planeta.


Apesar disso, vale lembrar que tempestades solares extremas sempre aconteceram, e elas não representam um risco para a vida em si, apenas para a nossa tecnologia. Justamente por conta disso, diversas sondas observam o Sol 24hs por dia, e sempre que são registradas grandes explosões, satélites e outros serviços importantes são desligados, a fim de evitar danos maiores.

Mas apesar de estramos enfrentando um período de atividade solar extremamente baixa, a dúvida é: quando acontecerá o próximo Evento de Carrington? Será que até lá a humanidade já terá descoberto novas formas de proteger a nossa tecnologia?






Fonte: NASA / Spaceweather / NOAA
Imagens: (capa-ilustração/Richard Cardial) / William Henry / NASA
03/09/15

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13 comentários:

  1. Muito boa a matéria, não tinha conhecimento desse evento de 1859

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    1. Eu também não tinha conhecimento sobre esse evento, devia ter sido assustador para as pessoas naquela época. E pensar que ainda não estamos livres de ver este incrível evento...

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. A China é um país rico... e ficará ainda mais por ser a detentora da internet do povão e de coisa barata. Primeiro foram os vitorianos, agora os zé-povinho, que economizam meses prá comprá o celulá ou o tábete baratinho no camelô próximo. Daí vem o desgramado do Sol prá esbugaiá o celulá do gambá que ficou a se afogá na birita até as 5 da manhã. Affff... vamos voltar pra manivela.

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  4. Penso muito na destruição do planeta pelo homem,acho que vai precisar de uma grande catástrofe para entenderem que não estão imunes que somos mais fragilis que eles pensam, enquanto eles não entenderem que somos poeiras cosmicas somos um grão de areia no universo, não vao parar com tanta ganancia e crueldade com nosso lar, somos egoístas pq sabemos que oque fizermos hj tera uma grande consequência daqui a setenas de anos e ja não estaremos aqui, somos como gafanhotos que destroe tudo onde passa, infelizmente não somos merecedores desse planeta maravilhoso chamado de terra e lar.

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  5. Este comentário foi removido pelo autor.

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  6. Não acredito que o homem possa destruir o planeta, penso que é mais provável um evento externo como esse, ou mesmo um meteoro que atinja a superfície.
    De todo modo somos adaptáveis às condições mais adversas, de modo que ainda que metade ou dois terços da população mundial morresse numa catástrofe global, os remanescentes restituiriam a espécie em algumas centenas de anos, certamente observando tecnologias menos sujeitas ao colapso.

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  7. Eu acho que deveriam existir comissões municipais que reunissem cientistas, estudiosos e interessados na temática para identificar, catalogar, desenvolver e coletar equipamentos elétricos e eletrônicos, peças e manuais de instrução de montagem de itens que pudessem ser colocados em uso no caso de um evento solar de enormes proporções. O conhecimento gerado por esse grupo de pessoas deveria ser de conhecimento de toda a população, em livros a serem distribuídos a todos. Algumas pessoas deveriam saber como proceder em caso de falha de sistemas eletrônicos que dão suporte às necessidades básicas humanas (ex.: como substituir um sistema automatizado de bombeamento de água para uma cidade, ou que alternativa encontrar a equipamentos de suporte de vida em UTIs de hospitais). Penso que tais medidas tornaria menos sofrível a recuperação de uma ejeção de massa coronal mais séria e, em tempos de calmaria, desenvolveria hábitos de precaução, prevenção e preservação nos cidadãos.

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  8. Não só pode, como já quase destrói. Só não foi adiante por causa de atitudes ambientalistas de várias pessoas, sendo essas taxadas se esquerdistas pelas pessoas do bem, as "conservadoras"

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  9. Estou transando com uma coroa japonesa, tenho medo de pegar o coroa vírus e morrer.

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