7 mitos sobre Plutão que você deveria parar de acreditar

mitos sobre Plutão
Alguns mitos sobre Plutão são repassados como "verdades", mas as pesquisas mostram o contrário...

Nos confins do Sistema Solar encontramos Plutão, o planeta anão que outrora era conhecido como o nono e mais distante planeta do Sistema Solar. Agora ele é classificado como planeta anão, porém, sua grande distância continua sendo a principal responsável pelos mistérios e dúvidas que o cercam.




Desde sua descoberta, em 1930, a humanidade nunca esteve tão próxima de Plutão. Em julho de 2015, a sonda New Horizons fez sua primeira aproximação com o planeta anão, quando chegou a 12.500 km de sua superfície, capturando imagens incríveis e resolvendo mistérios de longa data. Mas claro: Plutão ainda é um dos maiores mistérios do Sistema Solar, e apesar de não compreendê-lo por completo, algumas verdades científicas devem ser repassadas, e alguns mitos, desmistificados...

Confira os 7 maiores mitos (e conceitos errôneos) sobre Plutão:


Mito 1 - Plutão é muito pequeno

Algumas pessoas pensam que Plutão é pequeno, assim como um asteroide qualquer do Cinturão Principal. Na verdade, Plutão é bem robusto, com cerca de 2.360 km de diâmetro (cerca de dois terços a largura da nossa Lua). A maior lua de Plutão, Caronte, tem 1.207 km por si só. Já seus outros quatro satélites conhecidos são realmente muito pequenos...

Comparação de tamanhos planetas anões
Comparação de tamanhos dos planetas anões (e suas luas) com a Terra.
Créditos: Wikimedia Commons

Além disso, Plutão é consideravelmente maior do que praticamente todos os outros objetos no Cinturão de Kuiper, o anel de corpos gelados além da órbita de Netuno. A grande maioria dos objetos do Cinturão de Kuiper são do tamanho de cometas, com poucos quilômetros de diâmetro. Várias dezenas têm pelo menos algumas centenas de quilômetros, mas apenas 2 objetos (até onde se sabe) têm mais de 2.000 km de diâmetro: Plutão e Eris, ambos planetas anões, e com o mesmo tamanho aproximado.


Mito 2 - Plutão é muito escuro com pouca luz do Sol

Plutão orbita o Sol a uma distância de mais de 4,8 bilhões quilômetros em média, por isso muitas pessoas imaginam que sua superfície deve ser escura como o breu o tempo todo. Mas de acordo com Alan Stern, principal investigador da New Horizons, a iluminação em Plutão ao meio-dia não é tão baixa quanto se pensava. Seria como um dia nublado e cinza aqui na Terra, com os mesmos níveis de radiação do crepúsculo. Ou seja, pode não ser como no Ceará, "a Terra do Sol", mas também não é tão escuro quanto se pensava...


Mito 3 - Plutão era uma lua de Netuno

Esta é uma velha teoria de que se tornou popular logo após a descoberta de Plutão. Ela foi refutada em 1965, quando pesquisadores descobriram uma ressonância orbital entre Plutão e Netuno, que simplesmente impedia a possibilidade dos dois estarem relacionados, mesmo no passado.

Plutão foi uma lua de Netuno?
Ilustração artística.
Créditos: Wikimedia Commons


Mito 4 - Plutão é um mundo de gelo

A superfície de Plutão é coberta por muito gelo, incluindo nitrogênio congelado e metano congelado, mas a densidade de Plutão como um todo, é duas vezes a densidade do gelo de água, o que mostra que a massa do planeta é constituída apenas por um terço de gelo, e dois terços de rocha.


Mito 5 - Plutão não tem ar em sua atmosfera

Os investigadores descobriram, na década de 1980, que Plutão tem uma atmosfera composta principalmente de nitrogênio, assim como a atmosfera da Terra. Mas o ar de Plutão, que também contém monóxido de carbono e metano, é muito mais fino do que o da Terra, e estende-se significativamente mais longe no espaço.

Plutão atmosfera
Ilustração artística de Plutão.
Créditos: NASA / JPL-Caltech

Por exemplo, a atmosfera da Terra chega a 600 km acima da superfície do planeta (cerca de 10% o raio da Terra). Em contrapartida, o limite exterior da atmosfera de Plutão encontra-se a a cerca de 7 raios de Plutão acima de sua superfície. O volume da atmosfera de Plutão, portanto, é de mais de 350 vezes maior do que o próprio planeta anão, de acordo com o co-investigador da New Horizons, Michael Summers. Levando isso em consideração, poderíamos até chamar Plutão de "Planeta Ar"... mas claro, os cientistas não iam gostar nem um pouco disso...


Mito 6: A órbita de Plutão é estranha e diferente de tudo

A órbita de Plutão é muito elíptica (alongada), trazendo o planeta anão tão próximo quanto 4.430 milhões quilômetros do Sol, e tão distante quando 7,31 bilhões de quilômetros da nossa estrela. Além disso, a órbita de Plutão é inclinada em cerca de 17° em relação ao plano da eclíptica, o plano da órbita entre a Terra e o Sol.




Os parâmetros orbitais de Plutão são muito diferentes dos oito planetas oficiais, que tendem a mover mais ou menos no mesmo plano ao redor do Sol, praticamente com órbitas bem circulares... mas não isso não faz de Plutão o detentor da órbita mais estranha do Sistema Solar. Outros habitantes do Cinturão de Kuiper, como os planetas anões Eris e Haumea, têm órbitas ainda mais elípticas e inclinadas, isso sem contar com a órbita de cometas que são altamente alongadas, ou a trajetória de alguns planetas extrassolares...


Mito 7 - Plutão é o planeta anão mais distante do Sol

Orbita de Plutão e Eris
Créditos: Galeria do Meteorito

A localização de Plutão realmente é muito, muito distante. Enquanto a luz do Sol leva cerca de 8 minutos para chegar na Terra, ela viaja por mais de 5 horas para chegar em Plutão. Mesmo assim, Plutão não é o planeta anão mais distante do Sistema Solar. O planeta anão Eris é o mais distante de sua categoria, e se compararmos com outros Objetos Trans-Netunianos, como Sedna, Plutão nem parece estar tão longe assim... Para se ter uma ideai da distância, nessa imagem não podemos ver a órbita do Objeto Trans-Netuniano Sedna, justamente por estar longe o suficiente para não ser enquadrada...




Ou seja, Plutão está muito, muito longe do Sol, mas como tudo no Universo consegue nos surpreender, outros planetas e objetos encontram-se ainda mais distantes, e portanto, mais difíceis de serem estudados.







Fonte: Space
Imagens: (capa-ilustração/PFK) / Wikimedia Commons / NASA / JPL-Caltech / Galeria do Meteorito
28/12/15

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10 comentários:

  1. Uma pergunta: Com toda aquela atmosfera, seria Plutão mais denso que a Lua? E aqueles murmúrios sobre dois objetos no Sistema Solar, localizados na direção de Centauro? Deu em que??

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    1. sobre a atmosfera: Plutão está bem mais longe do sol do que a lua assim o vento solar não interfere tanto assim não precisando de um campo magnético robusto para desvia-las, tanto a lua quanto Plutão tem gravidade para manter uma atmosfera

      OBS: boa parte da atmosfera de Plutão se congela e volta para a superfície quando o o mesmo está no afélio

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    2. A densidade de Plutão é menor, porém a sua temperatura é tão baixa que o planeta é capaz de manter uma atmosfera sem que ela escape para o espaço.

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    3. Milton Kajita, a temperatura influenciaria no estado físico da matéria presente em Plutão, a densidade interfere na força gravitacional exercida sobre essa atmosfera não significa que um objeto menor e menos densa que a lua não possa ter atmosfera só porque a lua não tem,

      o que varre mesmo a atmosfera é a atvidade solar tanto que na terra temos uma atmosfera densa enquanto que em Marte a atmosfera é fina e perdendo massa rapidamente por ter perdido campo magnético,Venus por ter um campo magnético quase inexistente por sua rotação lenta perdeu bastante gases leves da atmosfera e sobrando gases mais estáveis ou seja Planetas mais próximos do sol tem mais dificuldades em ter atmosfera do que os mais longínquos

      um problema semelhante pode ocorrer em planetas em "zona habitável" de anãs vermelhas já que elas são mais frias e menos brilhantes os planetas "habitáveis" estariam numa região com muita influencia gravitacional da estrela que apesar de ter menos massa, é bem mais densa que o sol (uma anã vermelha pode ter o mesmo tamanho do jupiter mas com 100 vezes mais massa) o que faz com que planetas fiquem virados sempre para estrela além de que estaria sofrendo com os efeitos do vento solar da estrela

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    4. Concordo contigo, mas devemos levar em conta que há uma grupo de fatores envolvidos, que explicam porque alguns corpos têm atmosfera e outros não. Fiz uma leitura sobre o tema, pois tinha pesquisado a fundo sobre o tema. Segue alguns dados e conclusões interessantes:
      - Corpos pequenos, normalmente não possuem magnetosfera por conta da solidificação de seus mantos, consequentemente ficam expostos ao vento solar com mais facilidade. No caso de Plutão, o fator determinante para explicar porque ele ainda tem atmosfera está relacionado com a baixíssima temperatura do planeta, que ao diminuir o estado de agitação da matéria, impede que ele escape para o espaço com facilidade.

      - Venus por outro lado é bem maior, não tem magnetosfera (embora tenha um manto como o da Terra) e tem altíssima temperatura de superfície, o que poderia desqualificar a minha analise inicial. Porém, ele consegue manter uma atmosfera super densa, por conta da altissima pressão atmosférica e também por conta da sua ionosfera que consegue excluir boa parte dos efeitos do vento solar. Vale lembrar que a maior parte da atmosfera de Venus é composto de CO2 e N2, que são gases leves. Esses gases poderiam escapar para o espaço por conta das altas temperaturas, porém a pressão atmosferica é igualmente alta. É como se fosse uma panela de pressão, e isso ajuda a explicar porque Vênus ainda não perdeu seus gases para o espaço.

      - No caso de Titã, ele é um corpo pequeno, sem magnetosfera, com baixa densidade, porém por possuir baixissimas temperaturas consegue manter uma atmosfera. Apesar de grande parte de seus gases serem leves, como o hidrogênio, ele também tem elementos pesados na atmosfera, como hidrocarbonetos. O criovulcanismo gerado pelo intenso "empuxo" provocado por Saturno, ajuda a alimentar essa densa atmosfera.
      Deve-se atentar que Titã está em grande parte protegido do vento solar, pois em boa parte de sua órbita ao redor de Saturno, o satélite pega carona na própria magnetosfera de Saturno.

      Outra coisa importante, que li é que o vento solar tem igual influência independente da distância do corpo ao Sol. A sonda Cassini em um momento de intensa atividade solar, conseguiu captar um momento onde Titã ficou exposto a rajadas de ventos solares e descobriu que tinha a mesma intensidade das presentes em Marte.

      Bom, todos esses exemplos servem para ilustrar que apenas a analise de um conjunto de fatores, é capaz de explicar porque certos corpos possuem atmosfera e outros não.
      Em tempo... essa noticia aqui é bastante interessante sobre a influência do vento solar até lá nas bandas de Plutão.
      http://misteriosdomundo.org/cientistas-descobrem-que-algo-enorme-esta-escondido-atras-de-plutao-literalmente/

      Nesse caso, Plutão consegue manter uma atmosfera devido, não apenas a baixissima temperatura (como sugeri inicialmente), mas também ao criovulcanismo que alimenta sua atmosfera, já que ele tem sofrido do mesmo efeito provocado em Marte, e sem atividade geológica expelindo gases para a atmosfera, ele já a teria perdido totalmente.

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    5. teríamos como saber até onde vai o vento solar?
      se o diâmetro de todo o sistema (até a nuvem de orth) é algo ñ torno de 1-2 anos-luz. .. poderíamos supor que esta órbita extremamente alongada de planetas como Sedna, seria causada pela influência do próprio vento solar (ou quem sabe até das estrelas próximas) e não por um suposto planeta gigante X. ..?
      Lembrando que todo o sistema se desloca no espaço à mais de 1milhão km/h. .. isto naturalmente não geraria uma calda oposta à direção de deslocamento do Sol?

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  2. Vale lembrar que Sedna foi encontrado por estar em um ponto de maior aproximação com o Sol. Se estivesse em seu ponto mais afastado, dificilmente saberiamos de sua existência, já que estaria a 1000 UA (150 bilhões de kilometros do Sol) e os cientistas teriam dificuldade de encontra-lo.
    Agora fico pensando quantos corpos no cinturão de Kuiper devem ter a mesma órbita hiper alongada igual a de Sedna, e que ainda não descobrimos justamente por estarem no ponto mais afastado de sua órbita ao redor do Sol.
    Acho que ainda teremos muitas surpresas nas próximas decadas.

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  3. Uma dúvida, por conter atmosfera, haveria modo de se ter uma conversa em Plutão, com o ar se propagando da mesma forma que na Terra?

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    1. Provavelmente sim, porém o som seria muito baixo devido a falta de densidade da atmosfera.

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