Nova tecnologia brasileira está sendo usada na Estação Espacial Internacional!

tecnologia brasileira no espaço
Material brasileiro é essencial para os planos da NASA, e poderá contribuir para futuras colônias em Marte

Não é de hoje que o ser-humano sonha em explorar outros mundos, sobretudo nosso vizinho Marte. Mas para que isso se torne realidade, a nossa tecnologia ainda precisa ultrapassar algumas barreiras no quesito inovação tecnológica. E orgulhosamente, podemos dizer que uma dessas barreiras acaba de ser superada por uma equipe de brasileiros, utilizando uma tecnologia nacional.

A empresa norte-americana Made In Space, líder mundial em fabricação de materiais e equipamentos utilizados no espaço, desenvolveu uma impressora 3D capaz de operar não apenas em gravidade zero, como em qualquer gravidade. Enquanto isso, aqui no Brasil, a empresa petroquímica Braskem estava desenvolvendo um material que revolucionará o futuro: o Plástico Verde.




Não, o plástico não tem coloração verde. Ele é chamado assim por ser fabricado de modo sustentável, contribuindo para a redução de CO2 na atmosfera. O polietileno verde I'm green captura gás carbônico durante seu processo produtivo, e tem as mesmas características do polietileno tradicional. Ele é feito a partir da cana-de-açúcar, aqui no Brasil, com tecnologia brasileira, e se tornou o material oficial utilizado nas impressões 3D da Estação Espacial Internacional.


Como podemos ver, a impressora 3D que utiliza o plástico verde já está em operação na Estação Espacial Internacional. Com isso os astronautas podem ter acesso a uma quantidade inimaginável de ferramentas diversas, como chaves de boca, conectores, tubos, etc... com apenas um clique.


Imprimindo o Futuro

O assunto chamou a atenção de muita gente, e virou documentário exibido no Discovery Channel. O programa chamado "Mundo Inovação: Imprimindo o Futuro" conta a história por trás do plástico verde, revelando como a tecnologia brasileira desenvolvida pela Braskem a partir da cana-de-açúcar pode ajudar o homem a chegar a Marte.


O site Galeria do Meteorito foi convidado para participar da pré-estreia desse documentário, e tivemos a oportunidade de conhecer Éverton Van-Dal, o brasileiro responsável pelo projeto. E claro, não perdemos a chance de fazer uma pequena entrevista com ele. Confira:

Éverton Van-Dal - Braskem
GdM - A tecnologia presente em nosso dia-a-dia está diretamente ligada a investimentos na exploração espacial, desde o GPS do nosso celular até o filtro de água que temos em casa. A pergunta é: o polietileno verde também será o plástico do futuro?
Éverton - O Plástico Verde já é uma realidade na Terra e beneficia a população, pois sua produção captura e fixa 2,78 toneladas de CO2 por cada tonelada de produto durante todo o ciclo de fabricação, contribuindo para redução do efeito estufa, já que é feito a partir de matéria-prima renovável, a cana-de-açúcar. Até seu lançamento, em 2010, todos os polietilenos eram produzidos a partir de matérias-primas de origem fóssil, como nafta e o gás natural. Certamente, ele estará cada vez mais presente no nosso dia a dia, por ser uma solução mais sustentável. Além disso, a impressão 3D também tem o potencial de, no futuro, revolucionar a indústria de manufatura mundial, e mudar o nosso modo de viver, consumir e gerar riquezas.

GdM - Qual foi o maior desafio para adaptação do material às condições de gravidade zero?
Éverton - Para o desenvolvimento da solução de impressão 3D em gravidade-zero em Polietileno Verde, tivemos alguns desafios. O trabalho foi realizado em colaboração, envolvendo engenheiros da Braskem e da Made In Space, e incluiu modificações na máquina (ex: a placa de UTEC que foi incorporada), nas suas condições de operação e também incluiu adaptações no material.

GdM - A Agência Espacial Brasileira deu algum incentivo, ou mostrou interesse no polietileno verde?
Éverton - Não houve interação com a Agência Espacial Brasileira até o momento.

GdM - Você sempre foi um entusiasta da Astronomia? Pode nos contar como foi a experiência de conhecer as instalações da NASA e assistir ao lançamento de um foguete no Cabo Canaveral? Nossos leitores adorariam saber quais detalhes mais chamaram a sua atenção nessas instalações que fascinam tantas pessoas ao redor do mundo.
Éverton - Eu sempre me interessei por ciência, de maneira geral, mas principalmente por física e química. Sem dúvidas, este interesse foi um fator importante para eu ter escolhido me formar em engenharia. Assistir ao lançamento do foguete no Cabo Canaveral foi algo muito emocionante. É gratificante saber que dentro daquele foguete estava um produto que nós desenvolvemos e produzimos no Brasil, e que agora pode ser utilizado pelos astronautas. No Cabo Canaveral é possível assistir ao lançamento de foguetes (que ocorre a cada um ou dois meses) e também visitar o Kennedy Space Center Visitor Complex. É como um grande museu, com o tema espaço. Com um pouco de sorte, é possível conhecer algum astronauta durante o tour, pois de vez em quando eles estão por lá. Acredito que a visita vale muito a pena para qualquer pessoa que se interessa por ciência e espaço.




O documentário Mundo Inovação: Imprimindo o Futuro teve sua estréia no canal Discovery Channel no dia 19 de novembro às 11h55, com reprise nos dias 21 de novembro e 6 de dezembro à meia-noite.


Por que o polietileno verde produzido no Brasil é tão importante para a exploração espacial?

Quando uma foguete é enviado para a Estação Espacial Internacional, por exemplo, ele carrega toneladas de materiais que serão necessários para a manutenção de equipamentos e do próprio satélite. Mas isso é muito, muito caro. Atualmente, cada quilograma de material enviado para o espaço custa no mínimo 20 mil dólares, ou cerca de R$ 60.000,00. Sonda que realizam viagens interplanetárias chegam a custar mais de R$ 240.000,00 cada quilograma. Por conta disso, todo e qualquer objeto enviado ao espaço é minuciosamente estudado.




Em uma futura missão a Marte, seria complicado enviar caixas de ferramentas e diversos materiais que podem nem ser utilizados. Ou pior: precisar de uma ferramenta simples para manutenção de uma nave no Planeta Vermelho, e essa ferramenta não estar lá...

Chave de boca feita com impressora 3D na Estação Espacial Internacional
Chave de boca criada pela impressora 3D na Estação Espacial Internacional.
Créditos: NASA / Made In Space / divulgação

Segundo a NASA, a impressão 3D é parte essencial para futuros projetos de colonização espacial. E saber que o Brasil está facilitando a vida de astronautas a bordo da Estação Espacial Internacional, e além disso, poderá contribuir para uma futura colônia em Marte, é realmente gratificante.






Imagens: (capa:Made In Space/NASA/divulgação) / Discovery Channel / divulgação / NASA / Made In Space / divulgação
23/11/16


Gostou da nossa matéria?
Curta nossa página no Facebook
para ver muito mais!


Encontre o site Galeria do Meteorito no FacebookTwitter e Google+, e fique em dia com o Universo Astronômico.
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

4 comentários:

  1. Parabéns Everton e equipe da Braskem, investir em conhecimento e ter lucro no Brasil deve ser bem difícil, eu não te conheço Everton, mas gostei de vc só por se interessar por Física e Química, o Brasil precisa de mais Nerds e menos revolucionarios de araque!

    ResponderExcluir
  2. Parabéns aos profissionais da Braskem, ao Éverton, pela inovação. Parabéns ao site GDM, pela bela matéria, sempre mostrando as novidades. Tomara que os futuros governadores deem mais atenção e incentivo à empresas iguais a Braskem. \o/

    ResponderExcluir
  3. O Brasil ir pro espaço dessa forma é muito bacana ( o astronauta Marcos Pontes e agora a Braskem), mais nunca de outra forma kkkk \o/

    ResponderExcluir