Desde os tempos antigos, as pessoas viam os eclipses solares como presságios de um milagre, ou da ira de deus (ou de deuses)... às vezes, significava até a condenação de uma dinastia, ou a punição para alguma civilização...
Hoje em dia, graças aos estudos científicos, sabemos como e porque ocorrem os eclipses. E não é porque eles deixaram de ser vistos como presságios de grandes acontecimentos que passaram a ter menos valor. O evento continua sendo uma das maiores maravilhas naturais para ser observada!
Mas ainda assim, arquivos históricos não podem ser esquecidos, e desde um dos primeiros eclipses registrados que se tem conhecimento, na tabuleta de barro de Ugarit, na Siria moderna, alguns eclipses solares ficaram pra história da nossa civilização, e aqui divulgaremos os mais famosos. Confira!
Eclipse de Ugarit
Ruínas de Ugarit. Créditos: Loris Romito / Wikimedia Commons
Ele é um dos primeiros registros históricos de eclipses solares. Uma tabuleta de barro descoberta em 1948 nas ruínas da antiga cidade de Ugarit, onde agora é a Síria, descreve um eclipse que escureceu o céu por 2 minutos e 7 segundos no dia 3 de maio de 1.375 a.C. Um estudo publicado na revista Nature sugere que, na verdade, o eclipse ocorreu no dia 5 de março de 1.223 a.C, pois a tabuleta também menciona a visibilidade do planeta Marte durante o Eclipse. Historiadores mesopotâmios de Ugarit, uma cidade portuária ao norte da Síria, descreveram que o Sol foi "envergonhado" durante o eclipse total.
Eclipse de Assíria
Relevo assírio representando o transporte de cedro libanês do século VIII a.C.
Créditos: Marie-Lan Nguyen / Wikimedia Commons
Em 763 a.C, o Império Assírio (que ocupava a região onde hoje é o Iraque) teve a oportunidade de presenciar um eclipse solar total por 5 minutos! Os primeiros registros do período mencionam o eclipse simultaneamente com uma insurreição ocorrida na cidade de Ashur, agora conhecida como Qal'at Sherqat, no Iraque, sugerindo que esses povos antigos ligavam os dois eventos em suas mentes.
Antigo Eclipse chinês
Representação artística da Dinastia Shang, entre 1600 a 1046 a.C.
Créditos: Sophie Worcheh / divulgação
Em 1.302 a.C, historiadores chineses documentaram um eclipse total épico que bloqueou o Sol por 6 minutos e 25 segundos. Como o Sol era um símbolo do imperador, o eclipse foi visto como um aviso ao líder. Depois de um eclipse, o imperador deveria comer refeições vegetarianas e executar rituais para resgatar o Sol, de acordo com um estudo de 2003 publicado na revista Journal of Astronomical History and Heritage.
Kevin D. Pang, um astrônomo do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, analisou junto com seus colegas as inscrições em fragmentos de conchas de tartarugas antigas (chamados ossos de oráculo) para descobrir a data do eclipse. Foi descoberto então que o eclipse ocorreu em 5 de junho de 1.302 a.C. Parte da inscrição diz: "Divino Ko pergunta se o dia seguinte seria ensolarado ou não", de acordo com um comunicado de imprensa da NASA. No verso do fragmento, a inscrição continua: "... 52º dia, névoa até o próximo amanhecer. Três chamas comeram o Sol e grandes estrelas foram vistas". Kevin Pang interpretou as "três chamas" como "flâmulas coronais na borda do disco solar, que são visíveis apenas durante os eclipses totais". Durante o eclipse solar, enquanto a sombra da lua cobria o Sol, "grandes estrelas" seriam visíveis para os terráqueos durante o dia.
A crucificação de Jesus
Concepção artística da crucificação de Jesus, ocorrida em 33d.C.
Créditos: divulgação
Os evangelhos cristãos dizem que o céu foi escurecido por horas após a crucificação de Jesus, o que foi visto como um milagre ou um presságio dos tempos sombrios por vir. Posteriormente, historiadores usaram a astronomia para apontar a morte de Cristo com base na menção desse eclipse. Alguns historiadores ligam a crucificação de Jesus a um eclipse solar total que teve duração de 1 minuto e 59 segundos, ocorrido no ano de 29 d.C. Outros dizem que um segundo eclipse total, que bloqueou o Sol por 4 minutos e 6 segundos, em 33 d.C marcou a morte de Jesus.
Nascimento de Maomé
Gravura do século XV do Profeta Maomé recitando o Alcorão em Meca.
Créditos: Autor desconhecido
O Alcorão menciona um eclipse que precedeu o nascimento de Maomé. Os historiadores mais tarde ligaram o evento como sendo um eclipse total que durou 3 minutos e 17 segundos, ocorrido em 569 d.C. O Sol também desapareceu por 1 minuto e 40 segundos após a morte do filho de Mohammed Ibrahim. Mas os primeiros muçulmanos do mundo não acreditavam que o eclipse fosse um sinal de deus. De acordo com textos islâmicos chamados de Hadiths, Maomé proclamou: "o Sol e a Lua não sofrem eclipses pela morte ou nascimento de ninguém".
Eclipse do Rei Henrique
Representação artística do Rei Henrique I da Inglaterra, das Crônicas de Matthew Paris (1236-1259).
Créditos: Wikimedia Commons
Quando o rei Henrique I da Inglaterra, filho de Guilherme o Conquistador, morreu em 1.133 d.C, o evento coincidiu com um eclipse solar total que durou 4 minutos e 38 segundos. No manuscrito "Historia Novella", Guilherme de Malmesbury conta que as "horrendas trevas" agitaram os corações dos homens. Após a morte, uma luta pelo trono lançou o reino ao caos e a guerra civil.
Na "Crônica anglo-saxônica", uma passagem também descreve esse eclipse: "Neste ano o rei Henrique atravessou o mar em Lammas, e no segundo dia, enquanto estava deitado e dormindo no navio, o dia escureceu por todas as terras, e o Sol tornou-se como uma Lua de três noites, e as estrelas a meio do dia, os homens ficaram maravilhados e assustados e disseram que uma grande coisa deveria vir depois disso. O rei morreu no dia seguinte após o dia de Massa de Santo André, 2 de dezembro na Normandia ", de acordo com uma declaração da NASA.
Eclipse de Einstein
Foto original do eclipse solar de 1919, feita em Sobral, no Ceará, com uma lente de 4 polegadas.
Créditos: Wikimedia Commons
Enquanto os antigos viam os eclipses como sinais de grandes atos de deus, os físicos viam o eclipse solar de 29 de maio de 1919 como um triunfo da ciência. Durante o eclipse épico de 1919, em que o Sol foi encoberto por 6 minutos e 51 segundos, os cientistas mediram a curvatura da luz das estrelas quando passavam perto do Sol. Os resultados confirmaram a teoria da relatividade geral de Einstein, que descreve a gravidade como uma distorção do espaço-tempo.
Para concluir o estudo, duas equipes ligadas a Royal Astronomical Society se dirigiram para dois locais diferentes: Ilha de São tomé e Príncipe (na África) e Sobral, no Ceará (Brasil). Mas a confirmação de que a luz se dobra por conta do poder gravitacional de um corpo ocorreu graças a observação feita pela equipe liderada por Andrew Crommelin, que fez suas observações em Sobral, no Ceará. Como era de se esperar, a "Terra do Sol" como é conhecida, foi a região que propiciou a importantíssima confirmação da teoria da relatividade geral de Einstein.
Na cidade de Sobral, foi erguido um monumento, e mais tarde, um museu chamado "Museu do Eclipse", onde estão em exposição a luneta e as fotos originais tiradas na época.
BÔNUS - O Grande Eclipse Solar da América
Eclipse solar anular ocorrido em 2012, visto do Novo México, EUA.
Créditos: Colleen Pinski
Apesar de ainda não ter ocorrido, acredita-se que o Eclipse Solar Total do dia 21 de agosto de 2017 será o eclipse mais observado de toda a história.
Os eclipses ocorrem periodicamente, mas ter a sorte de sua totalidade passar justamente em uma região habitada e populosa é bem difícil. Geralmente, a totalidade de um eclipse acontece nos oceanos ou em regiões desabitadas, mas no dia 21 de agosto, a totalidade do eclipse cruzará todo o território estadunidense, proporcionando uma chance incrível de observação para a maioria da população do país. Desde 1776 isso não acontecia.
E mesmo que você não esteja nos EUA, ainda será possível observar o eclipse do dia 21 de agosto pela internet, pois teremos uma transmissão ao vivo aqui em nosso site, com imagens em tempo real feitas de diversos pontos dos EUA, onde a totalidade do eclipse irá acontecer. Será magnífico!
Fiquem de olho em nosso site! Vocês podem se inscrever gratuitamente clicando aqui para receber atualizações diárias via e-mail.
Imagens: (capa-Eclipse de 1919, em Sobral, CE/domínio público) / Loris Romito / Wikimedia Commons / Marie-Lan Nguyen / Sophie Worcheh / divulgação / autor desconhecido / Colleen Pinski
22/02/17
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7 eclipses solares mais fomosos pra mim e tudo um so o sol e coberto pela lua a sobra da lua bate na terra e tudo escurece esses cientista nao sabe de nada sobre o que ta em cima de nos so deus sabe se os cientista eos estudo sao tao esperto asim mim diz de onde agente veio como a agua chegou ao planeta como a terra foi feito porque agente pode respirar aqui na terra e nao nos outros planetas e cade o planeta que se parece com a terra eu procurei em todo canto nunca mais vi falar sobre ele porque agente existe nos estamos destruindo a natureza sabe ne e ela vai tomar de volta vai da um castigo em todos nos
ResponderExcluirSobre um eclipse no dia da morte de Jesus,isso é improvável. Pois os meses bíblicos começavam com a lua nova Jesus morreu no dia 14 de nisan ou seja lua cheia e sabemos que eclipse solar só ocorre em lua nova
ResponderExcluirEm nenhum momento o texto bíblico fala em eclipse, a palavra "skotos" traduzida como trevas, pode significar sombra (sombreado), portanto o texto pode significar que nuvens cobriram o sol por 3 horas
ExcluirNão misturem religião com ciência, pois elas tem leis completamente diferentes...
ResponderExcluirQuem misturou foi o próprio autor do texto. Na realidade a ciência não vive sem a religião, e nem a religião sem a ciência. Quando juntas sem fanatismo, nem hipocrisia, ambas andam lado a lado e se ajudam. Agora, quando há pessoas que se acham, em ambos os lado, querendo denegrir o oposto, aí desanda tudo. Sejamos racionais.
ResponderExcluirSão sempre fascinantes! Eu amo a astronomia
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