Conheça LHS 1140b: uma Super-Terra na zona habitável

LHS 1140b - uma Super-Terra na zona habitável
Será que é nesse exoplaneta que a vida será detectada pela primeira vez?

Estamos cada vez mais redescobrindo o Universo e os planetas que podem abrigar vida. Depois de descobrirmos um planeta orbitando a estrela mais próxima da nossa, a Proxima Centauri, descobrimos também o sistema TRAPPIST-1, a cerca de 39 anos-luz de distância... e agora, pesquisadores do Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian anunciaram a descoberta de uma possível Super-Terra orbitando uma estrela anã a apenas 41 anos-luz da Terra. O estudo foi publicado na revista Nature.

O exoplaneta LHS 1140b é uma descoberta tentadora. Ele orbita uma estrela fria e vermelha, a LHS 1140, que possui apenas 15% da massa do nosso Sol, e já existe a pelo menos 5 bilhões de anos. O planeta passa em frente a sua estrela (completando um trânsito) a cada 25 dias.

Ilustração artística do planeta LHS 1140b e sua estrela - M Weiss - CfA
Ilustração artística do planeta LHS 1140b e sua estrela.
Créditos: M. Weiss / CfA

Observações de alta-resolução feitas com o instrumento HARPS, no Observatório de La Silla, no Chile, permitiram aos pesquisadores entender sua características físicas com um alto grau de precisão. A Super-Terra tem entre 4.8 e 8.5 vezes a massa do nosso planeta, e orbita sua estrela a uma distância de aproximadamente 0.09 UA (1 Unidade Astronômica equivale a distância média entre a Terra e o Sol). Isso significa que essa Super-Terra está dando voltas ao redor de sua estrela a uma distância 4 vezes menor do que Mercúrio!




O diâmetro de LHS 1140b é igual a 1.4 o diâmetro da Terra. Ao combinarmos todos esses dados, percebemos que esse exoplaneta tem mais que o dobro da densidade da Terra - uma Super-Terra que certamente é rochosa!

Apesar das estrelas anãs vermelhas serem tempestuosas, dificultando as chances de um planeta que a orbita abrigar vida, elas vivem por trilhões de anos, o que é uma grande vantagem, pois quando pensamos a longo prazo, a vida tem muito mais tempo para se desenvolver e evoluir. Por conta disso, o projeto MEarth (que auxiliou esse estudo), lançado em 2014, se dedica a buscar por prováveis exoplanetas que orbitam estrelas anãs. O projeto consiste em dois grupos de seis telescópios de 16 polegadas cada (o tamanho aproximado de um grande telescópio amador), sendo que um grupo fica no Chile, em Cerro Tolodo, e outro em Tucson, no Texas, EUA.

MEarth - Chile
Grupo de telescópios do Projeto MEarth, no Chile.
Créditos: Jonathan Irwin

A estrela LHS 1140 parece abrigar um sistema mais promissor do que a famosa TRAPPIST-1, que também é uma anã vermelha. TRAPPIST-1 tem uma rotação muito rápida (uma vez a cada três dias), o que cria uma atividade estelar muito intensa, com altas taxas de emissões energéticas, o que pode aniquilar qualquer tipo de vida. Já no caso da LHS 1140, ela parece quase inativa. "Não vimos explosões em todos os anos de monitoramento", disse Jason Dittman, do Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian, e responsável pelo estudo. "O que pode não ser uma surpresa, dado seu período de rotação de 130 dias. Apesar das anãs vermelhas terem um histórico negativo com relação a habitabilidade de seus planetas, a plácida estrela LHS 1140 pode provar que é uma exceção à regra."




LHS 1140 é uma estrela que só pode ser vista através de telescópios, e está localizada na constelação de Cetus, a Baleia. Seu planeta, LHS 1140b, recebe cerca da metade da energia de sua estrela em comparação com a energia que a Terra recebe do Sol. Provavelmente trata-se de um planeta rochoso; sua massa deve ser suficiente para que abrigue uma atmosfera, e quem sabe até mesmo água líquida em sua superfície.

Futuramente, novas missões como a do Telescópio Espacial James Webb e do Telescópio Espacial TESS, que deverão já estar em operação em 2018, poderão analisar LHS 1140b com detalhes ainda mais precisos. Ao analisar o espectro de sua atmosfera, por exemplo, poderemos verificar se existem sinais de atividade biológica.


"LHS 1140b é a melhor aposta de exoplaneta terrestre a ser estudado", afirma Elisabeth Newton, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts. "Proxima b não passa na frente de sua estrela com relação ao nosso ponto de vista, o que significa que não poderemos usar o Telescópio James Webb para estudar sua atmosfera. A estrela de TRAPPIST-1 tem um brilho muito mais tênue, o que significa que a medição de massa de seus planetas através da velocidade radial é extremamente desafiadora."




Dentro de alguns anos, a nossa compreensão do Universo e dos planetas ao nosso redor poderá ser muito diferente do que pensamos. Aos poucos estamos descobrindo nossa vizinhança, e talvez em breve, teremos respostas para algumas das maiores questões da humanidade...





Imagens: (capa-ilustração/ESO/SpaceEngine) / M. Weiss / CfA
24/04/17

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9 comentários:

  1. "em breve, teremos respostas para algumas das maiores questões da humanidade..." - Melhor termos a resposta por telescópios e deixar a vida lá quieta, sem intromissão. (vide o filme "Life") rsrsrs

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  2. Esse tem o problema de ser meio grandinho, o que dificultaria a exploração​, por sua gravidade, mas é mas promissor de ter atmosfera que Trappist 1 e Próxima B. Cada vez acha planetas com melhores condições​ de ter atmosfera igual a Terra.Tamo quase lá.

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  3. Na verdade usamos a Terra como parâmetro, mas talvez existam planetas com ambientes ainda mais propícios à vida do que o nosso. O problema é que só enxergamos o nosso umbigo e por isso não temos parâmetro melhor pra avaliar.

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  4. A vida é a regra e não a exceção. Assim vomo ela é vasta e diversificada na Terra, também é em todo o cosmos.

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  5. Beleza de matéria, com certeza não estamos sozinhos, só o tempo irá esclarecer. Por enquanto vamos observar as maravilhas do nosso universo. Boa semana a todos que curte o GDM.\o/

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  6. Eu acho que vai chegar um momento que vamos nos deparar com tanta vida na nossa galáxia, como existem vizinhos no nosso bairro. \o/

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  7. E falando de Sóis e seus exoplanetas, a nossa estrela está, a mais de cinquenta horas, nos castigando com ventos muito fortes de 650km/s até rajadas de 750km/s. Tem três manchas : 2651; 2652; 2653, bem voltadas pra Terra. As tempestades Geomagnéticas chegaram ao nível 06 do índice KP. vou ali comprar um protetor fator 1000.\o/

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  8. Caraca apenas 41 anos luz que maravilha. Se n me engano o proxima b tem 4,5 anos luz e com nossa tecnologia levariamos trocentos anos pra chegar la imagina 41 anos luz. A descoberta é legal mas q possa ter um futuro ao menos uma nave nossa é impossivel nós vermos. Quantas gerações serão preciso pra ver a maquina humana chegando la. Como dizia o filosofo Chaves. SERIA MELHOR IR VER O PELÉ. KKKKK

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