Buraco negro supermassivo de uma galáxia está em rota de colisão com outro objeto monstruoso

dois buracos negros supermassivos na galáxia Cygnus A
Uma coisa é certa: será uma colisão colossal!

Dois buracos negros gigantescos estão aparentemente em rota de colisão perto da região central de uma galáxia próxima, revela um estudo aceito para publicação na revista The Astrophysical Journal.

Os astrônomos descobriram um objeto extremamente brilhante, localizado a cerca de 1.500 anos-luz do buraco negro supermassivo que habita no coração da galáxia Cygnus A, que fica a 800 milhões de anos-luz da Terra.

"Nós acreditamos que encontramos um segundo buraco negro supermassivo nessa galáxia, indicando que ela se fundiu com outra galáxia em um passado recente", disse o co-autor do estudo, Chris Carilli, do Observatório Nacional de Rádio Astronomia (NRAO), nos EUA. "Estes dois provavelmente formam o par de buracos negros supermassivos mais próximos já descobertos, e provavelmente irão se fundir no futuro".

Dois buracos negros na galaxia Cygnus A
Animação mostra imagens em rádio captadas pelo VLA (em laranja) da região central da galáxia Cygnus A,
sobrepostas com imagens registradas pelo Telescópio Espacial Hubble.
Créditos: Perley, et al. / NRAO / AUI / NSF / NASA

Os pesquisadores estudaram a galáxia Cygnus A em 2015 e 2016 usando o Very Large Array (VLA), um sistema de radiotelescópios no Novo México. Essas observações revelaram o misterioso objeto brilhante, que não tinha aparecido nas imagens anteriores de Cygnus A, feitas nos anos de 1980 e 1990.




"Para nossa surpresa, encontramos uma nova característica proeminente perto do núcleo da galáxia que não apareceu em nenhuma imagem publicada anteriormente. Essa nova característica é tão brilhante que teríamos visto em observações passadas, se nada tivesse mudado", disse Rick Perley, também co-autor do estudo e do NRAO. "Isso significa que ele deve ter se tornado ativo em algum momento entre 1996 e agora."

Observações adicionais feitas em 2016 pelos radiotelescópios do Very Long Baseline Array, localizado no Novo México, também detectaram o objeto.

Ilustração artística de um buraco negro supermassivo orbitando o buraco negro central da galáxia Cygnus A
Ilustração artística de um buraco negro supermassivo orbitando o buraco negro central da galáxia Cygnus A.
Créditos: Bill Saxton / NRAO / AUI / NSF

As imagens no infravermelho capturadas pelo telescópio espacial Hubble da NASA e pelo Observatório Keck do Havaí, entre 1994 e 2002, mostram um objeto tênue, no mesmo local de Cygnus A. Esse objeto misterioso foi originalmente interpretado como "um grupo de estrelas", mas o brilho recente e dramático fez com que os cientistas repensassem tal hipótese.




De acordo com os pesquisadores, existem apenas duas possibilidades viáveis ​​que poderiam explicar esse tal objeto: ou ele é uma supernova ou um buraco negro supermassivo em ação.

A equipe acredita que a hipótese do buraco negro seja mais plausível, afinal, nenhum tipo conhecido de supernova poderia permanecer tão brilhante por tanto tempo. Esse segundo buraco negro supermassivo provavelmente se tornou tão ativo porque capturou muita matéria de uma só vez - talvez diversas estrelas próximas, ou nuvens de gás gigantescas após a fusão das duas galáxias.




"Novas observações nos ajudarão a resolver algumas dessas questões", disse o autor principal do estudo, Daniel Perley, do Astrophysics Research Institute da Universidade Liverpool John Moores, na Inglaterra (paí do co-autor Rick Perley). "Além disso, se for mesmo um segundo buraco negro supermassivo, podemos encontrar outros em galáxias semelhantes."






Imagens: (capa-Perley, et al) / Perley, et al. / NRAO / AUI / NSF / NASA / divulgação
01/06/17

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4 comentários:

  1. Muito boa matéria. Mas gostaria mais ainda se exemplificassem com eventos semelhantes no histórico das observações, com links diretos, pra acessarmos. Vlw GDM!

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  2. A 800 milhões de anos luz da Terra? Então eles já devem ter se fundido há muito tempo.

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    1. É amigo, concordo, mas nosso tempo é relativamente atrasado quanto a essa fusão

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    2. Talvez tenham se fundido em algum momento 800 milhões de anos atrás, mas não saberemos até que a luz chegue até aqui. Não existe equipamento que consiga observar em tempo real o que ocorre distante de nós sem que a luz interaja com esses equipamentos.

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