Em janeiro de 2016, os astrônomos Mike Brown e Konstantin Batygin publicaram evidências surpreendentes sobre a existência de um nono planeta em nosso Sistema Solar. Conhecido como "Planeta 9", acreditava-se que este corpo hipotético orbitava a uma distância extrema do Sol. Desde então, foram realizados diversos estudos que tentaram entender de onde o Planeta 9 poderia ter vindo.
Algumas pesquisas sugeriam que o "nono planeta" foi ejetado para a extremidade do Sistema Solar depois de se formar mais próximo do Sol, enquanto outros estudos diziam que o suposto planeta teria sido capturado no início do Sistema Solar.
No entanto, uma pesquisa recente - publicada na revista da Royal Astronomical Society - realizada por uma equipe de astrônomos revela que o Planeta 9 provavelmente se formou mais próximo do Sol, e foi se distanciando durante sua história. O estudo foi liderado pelo Dr. Richard Parker, do Departamento de Física e Astronomia da Universidade de Sheffield, junto com seus colegas da ETH Zurich. Simulações feitas pelas equipes colocam em xeque a probabilidade do Planeta 9 ter sido capturado.
Ilustração artística do suposto Nono Planeta. No canto superior direito,
podemos ver o Sol e a órbita de Netuno, o planeta mais distante conhecido do Sistema Solar.
Créditos: ESO
"Oficialmente", a existência do Planeta 9 foi sugerida pela primeira vez em 2014 pelos astrônomos Chad Trujillo e Scott S. Sheppard, mas na verdade, o brasileiro Rodney Gomes já havia identificado sua possível existência em observações de 2012.
Basicamente, o Nono Planeta foi identificado através de perturbações incomuns em órbitas de objetos trans-netunianos. De acordo com cálculos, esse planeta teria pelo menos 10 vezes a massa da Terra, e cerca de 3 vezes o seu tamanho. Acredita-se também que ele teria uma órbita altamente inclinada em torno do Sol, e levaria entre 10.000 e 20.000 anos para completar uma volta ao redor do Sol.
Por conta disso, parece improvável que o Planeta 9 tenha se formado em sua localização atual. "Sabemos que os sistemas planetários se formam ao mesmo tempo que as estrelas, e quando as estrelas são muito jovens, geralmente são encontradas em grupos onde as interações entre irmãos estelares são comuns", disse o astrônomo Scott Sheppard. "Portanto, o ambiente onde as estrelas se formam afeta sistemas planetários como o nosso, e geralmente é tão densamente povoado que as estrelas podem capturar outras estrelas ou planetas ".
Ilustração artística mostra as órbitas dos objetos mais distantes
já conhecidos do Sistema Solar e a possível localização da órbita do Planeta 9.
Repare que todos os objetos estão alinhados em um dos cantos do Sistema Solar,
o que indica a existência de um objeto massivo na outra ponta.
Créditos: Caltech / R. Hurt / IPAC / WorldWide Telescope
A equipe realizou simulações do Sistema Solar enquanto ele ainda estava em processo inicial de formação. Embora as interações com outros sistemas estelares (e seus planetas) sejam comuns neste período, a equipe descobriu que, mesmo quando as condições foram otimizadas para capturar planetas flutuantes, as chances de o Planeta 9 ter sido capturado eram bastante baixas.
No geral, suas simulações indicaram que, com uma órbita como a do Planeta 9, apenas 5 a 10 planetas entre 10.000 seriam capturados quando o Sistema Solar ainda era jovem. Em suma, a probabilidade do Planeta 9 ter sido "roubado" de outro sistema estelar é de 1 em 1.000, na melhor das hipóteses...
Se o Planeta 9 não foi capturado, então permanece apenas uma possibilidade: se formou mais perto do nosso Sol e gradualmente migrou para além da órbita de Netuno, alcançando distâncias ocupadas apenas pelos objetos mais distantes do Cinturão de Kuiper.
Recentemente, em uma matéria publicada aqui em nosso site, abordamos um estudo que teria detectado evidências de uma "Super Terra" entre o Sol e Mercúrio no início do Sistema Solar. Segundo o estudo, nosso Sol teria engolido esse tal planeta gigante. Quem sabe esse suposto planeta, ao invés de ter sido engolido, migrou para o extremo do Sistema Solar, sendo ele mesmo o Planeta 9?
E enquanto a caçada deste planeta evasivo e misterioso continua em andamento, qualquer pesquisa sobre suas características e origem é extremamente útil, pois ao descartar diferentes cenários, os pesquisadores também estão levantando novas questões sobre a história e a evolução do nosso Sistema Solar, e claro, chegam cada vez mais perto de sua posição atual.
Imagens: (capa-ilustração/divulgação) / ESO / Caltech / R. Hurt / IPAC / WorldWide Telescope
20/09/17
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Nibiru
ResponderExcluirkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
ExcluirNão é o caso!
ExcluirPor que o telescópio Kepler, que já encontrou milhares de planetas fora do sistema solar não consegue comprovar a existência do planeta 9 no nosso sistema, que até agora tem dividido opiniões de cientistas sobre sua real existencia?
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ExcluirOs exoplanetas são detectados quando passam na frente de suas estrelas, produzindo uma pequena variação em seus brilhos. Já o planeta 9 está atrás do ponto de observação, ao fundo, no espaço profundo, não é possível perceber visualmente nenhuma perturbação em algum ponto luminoso atrás dele, mas somente se ele refletir a luz do nosso Sol, que pela distância fica além da capacidade dos instrumentos atuais, além disso teria que se saber a sua posição exata para apontar o telescópio.
ExcluirE o uso do infra-vermelho?
ExcluirLRJORGE, talvez porque ele vá para um lado oposto de onde se encontraria esse planeta 9.
ResponderExcluirkamehameha
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