Já localizado dentro da órbita de Mercúrio, o cometa 96P/Machholz está mergulhando em direção ao Sol, e ele não tem medo de se queimar! Amanhã, 27 de outubro, ele fará sua máxima aproximação com a nossa estrela (periélio), quando chegará a apenas 0,12 UA de sua superfície. [1 Unidade Astronômica equivale a distância média entre a Terra e o Sol]
O Observatório Solar e Heliosférico (SOHO) está monitorando a bola de gelo e rocha, e assim, poderemos acompanhar o grande momento:
Mas calma! Se você está esperando ver uma colisão com o Sol, está enganado(a)! O cometa 96P/Machholz faz isso em todos os seus anos. Ele leva 5.24 anos terrestres para completar uma volta ao redor do Sol, e sempre acaba passando bem pertinho da nossa estrela.
Sempre que ele faz sua máxima aproximação com o Sol, fortes explosões são geradas em seu interior, causadas pelo calor extremo.
Durante seu periélio em 2002, foi possível observar dois fragmentos à sua frente através das imagens da SOHO. Isso nos mostra que esse cometa está evoluindo ativamente, e portanto, pode se dividir novamente durante essa semana.
O cometa 96P/Machholz possui 6.4 quilômetros de diâmetro, e permanecerá no campo de visão da sonda SOHO até o dia 30 de outubro.
Um cometa incomum
Cometas já são por si só objetos super interessantes de serem estudados. Mas o que dizer de um cometa que consegue ser ainda mais diferente?
A órbita do cometa 96P/Machholz sofre interferências de diversos objetos do Sistema Solar. Além disso, ele está ligado a pelo menos 3 chuvas de meteoros conhecidas: Arietidas (diurna), Delta Aquarídeas do Sul e Quadrantídeas, e também a duas famílias de cometas rasantes e um asteroide (2003 EH1). Acredita-se que todos esses objetos faziam parte de um único corpo, que ao longo de milênios, foram de fragmentando.
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Outro fator curioso sobre esse cometa é sua composição química, que de acordo com estudos, "possui abundâncias moleculares extremamente anômalas'. Ou seja, ele é quimicamente diferente de todos os cometas já estudados. Alguns cientistas acreditam que ele tenha vindo de outro sistema estelar. Uma explicação mais simples diz que sua composição é diferenciada por conta de suas grandes aproximações com o Sol, o que faria com que sua química fosse alterada ao longo do tempo.
Imagens: (capa-SOHO/Lasco C3) / SOHO / Lasco C3 / HelioViewer
26/10/17
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