De acordo com a Teoria da Panspermia, asteroides poderiam transportar a vida de um planeta para outros planetas ao seu redor. Como? De uma forma até bem simples: imagine que um meteorito colidiu com a Terra, o que fez levantar muita poeira e claro, pedaços da crosta terrestre. Dependendo da força do impacto, um "pedaço da Terra" de alguns poucos metros pode sair vagando pelo espaço, e parar (quem sabe) em Marte... ou em uma lua de Júpiter... E assim, semear a vida entre os planetas e até mesmo entre sistemas estelares!
Como se isso não bastasse, um novo estudo, liderado por Arjun Berera, professor da Faculdade de Física e Astronomia da Universidade de Edimburgo, na Escócia, afirma que a poeira espacial poderia, por si só, espalhar a vida pelo espaço. Teoricamente, a poeria de um planeta, carregada de micróbios, poderia subir na alta atmosfera, se desprender e viajar pelo espaço, compartilhando formas de vida entre outros planetas e até outras estrelas.
"A proposição de que as colisões de poeira espacial poderiam impulsionar os organismos em distâncias enormes entre os planetas levanta algumas perspectivas emocionantes de como a vida e as atmosferas dos planetas se originaram", diz Arjun Berera. "Correntes de poeira em alta velocidade são encontradas em todos os sistemas planetários e pode ser um fator comum na proliferação da vida".
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A ideia da Panspermia já existe há muito tempo, mas agora ganha argumentos renovados, sobretudo pelo fato de que certas bactérias e micro-animais (como os tardígrados) podem sobreviver por longos períodos no espaço.
Os cientistas encontraram inúmeros meteoritos aqui na Terra que são originários de Marte, incluindo um conhecido como ALH 84001, que alguns cientistas acreditam que pode guardar sinais de antigas formas de vida do Planeta Vermelho.
Objeto em rota de colisão com a Terra.
Créditos: divulgação
Nesse novo estudo, publicado na revista Astrobiology, Berera revelou o que provavelmente acontece quando fragmentos de poeira interplanetária atingem moléculas e partículas na atmosfera terrestre. Esse "material espacial" chega aqui todos os dias, atingindo nosso planeta em velocidade que variam entre 36.000 e 253.000 quilômetros por hora.
Segundo seus cálculos, as pequenas partículas que flutuavam a pelo menos 150 quilômetros acima da superfície da Terra poderiam, teoricamente, serem lançadas para o espaço por fragmentos espaciais errantes. Não ficou claro se os micróbios iriam sobreviver a tais colisões tão violentas, mas caso sobrevivessem, eles entrariam em modo de hibernação e desfrutariam de uma longa viagem interplanetária.
E mesmo se considerarmos que esses impactos seriam fatais para toda e qualquer forma de vida (o que é pouco provável), essa poeira lançada no espaço poderia ainda entregar os blocos de construção da vida quando encontrassem com outros mundos (moléculas complexas que compõem os micróbios, por exemplo).
Agora, os cientistas irão estudar mais a fundo essa ideia, e quem sabe, teremos novas revelações em breve. Se isso realmente for possível - a vida viajar pelo espaço através da poeira interplanetária - será que as toneladas que nos atingem diariamente não estão trazendo algo novo pra cá?!
Imagens: (capa-NIAID) / NIAID / divulgação
27/11/17
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