Astrônomos revelaram a descoberta do buraco negro mais antigo já encontrado, que existiu quando o Universo tinha apenas 5% de sua idade atual. E esse buraco negro é tão massivo que tem cerca de 800 milhões de vezes a massa do Sol.
No estudo, publicado na revista The Astrophysical Journal Letters, os cientistas afirmam que o buraco negro se formou apenas 690 milhões de anos após o Big Bang. Quando esses buracos negros gigantes devoram uma estrela eles emitem muita luz devido a fragmentação do objeto a ser engolido, então os cientistas acreditam que os buracos negros provavelmente são a força motriz por trás dos quasares, que são os objetos mais brilhantes do Universo conhecido.
Quasares são objetos hiper luminosos, que podem ser vistos a bilhões de anos-luz de distância. E quanto mais longe está um quasar, mais antigo ele é, já que a luz leva um tempo maior para chegar até a Terra.
O recorde anterior do quasar mais antigo (e mais distante) era de ULAS J1120 + 0641, localizado a 13,04 bilhões de anos-luz da Terra, e teria se formado cerca de 750 milhões de anos após o Big Bang. O novo quasar (e seu buraco negro recém descoberto), chamado ULAS J1342 + 0928, está a 13,1 bilhões de anos-luz de distância.
Não tem explicação
Como os buracos negros conseguiram crescer tanto no início do Universo? Essa é a pergunta que está desafiando os pesquisadores, mas compreender isso irá ajudar os cientistas a entender como aconteceu e continua acontecendo o crescimento e a expansão do cosmos.
Esse quasar foi descoberto através de um dos telescópios de Magellan, no Chile, e também foi analisado pelo Grande Telescópio Binocular, no Arizona, e pelo Gemini North, no Havaí. Seu buraco negro central tem uma massa de cerca de 800 milhões de vezes a do Sol.
Para explicar sua existência, temos que entender como quase 1 bilhão de sóis se reuniu em um único objeto em menos de 690 milhões de anos. "Isso é extremamente difícil e os teóricos precisarão explicar em seus modelos", disse Eduardo Bañados, astrofísico do Instituto de Ciências Carnegie e autor principal do estudo.
Ilustração artística do buraco negro ULAS J1342 + 0928.
Créditos: ESO / M. Kornmesser
Quasares como J1342 + 0928 são raros. Os pesquisadores pesquisaram um décimo de todo o céu, e encontraram apenas um quasar dessa época primitiva.
Apenas cerca de 60 milhões de anos separam este quasar recém-descoberto do quasar que detinha o recorde anterior. Este novo quasar também é de interesse para os cientistas porque vem de um tempo conhecido como "a época da reionização", quando o Universo saiu da "Idade das Trevas". "Foi a última grande transição do Universo e uma das fronteiras atuais da astrofísica", disse Bañados em um comunicado.
Logo após o Big Bang, o Universo era uma sopa quente de íons de expansão rápida ou partículas carregadas eletricamente. Cerca de 380 mil anos depois, esses íons se resfriaram e se juntaram em hidrogênio neutro. O Universo ficou escuro até a gravidade fazer seu papel e começar a criar as primeiras estrelas. A intensa luz ultravioleta dessa época fez com que este hidrogênio neutro e turvo se excitasse e ionizasse, ou ganhasse carga elétrica, e o gás permaneceu nesse estado desde então. Uma vez que o Universo se tornou reionizado, a luz poderia viajar livremente pelo espaço.
"Como e quando a reionização ocorreu tem implicações fundamentais sobre o desenvolvimento do Universo", disse Bañados.
Ilustração artística do buraco negro mais antigo já encontrado.
Créditos: Robin Dienel / Carnegie Institution for Science
Os novos achados revelaram que uma grande fração do hidrogênio na vizinhança imediata do quasar recém-descoberto foi carregada de forma neutra. Isso sugere que esse quasar surgiu bem na época da reionização, e uma análise posterior disso poderia revelar o que aconteceu durante esse período crucial.
No entanto, apenas um quasar não pode revelar muito aos cientistas. "Precisamos encontrar mais desses quasares em distâncias similares ou maiores", disse Bañados. "Isso é extremamente difícil, pois são muito raros. É realmente como encontrar uma agulha em um palheiro".
"Ainda assim, o quasar recém descoberto e extremamente brilhante não deve ser o primeiro de seu tipo e de sua época", disse Bañados. "Então precisamos continuar procurando".
Imagens: (capa-ilustração/Robin Dienel/Carnegie Institution for Science) / ESO / M. Kornmesser
11/12/17
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O mais que é dramático nessa descoberta, para os cientistas, é que a imagem ocorreu a 13,1 bilhões de anos atrás.
ResponderExcluirO que aconteceu com este buraco negro neste período? Se ele continuou a se afastar do nosso ponto de vista, então em relação ao nosso tempo atual, ele se encontra hoje a mais de 26 bilhões de anos luz de distância...
Se houve algum outro tipo de colapso físico ainda desconhecido, talvez este buraco negro não exista mais, ou não tenha mais nenhuma emissão energética visível, ou quem sabe, ao contrário, esteja muito mais próximo de nós hoje em dia!!!
Afinal, talvez dentro de alguns bilhões de anos poderemos saber!!
Quem viver verá!!!