Quem se lembra do sistema TRAPPIST-1? Em fevereiro de 2017, a NASA revelou ao mundo a descoberta de 7 planetas que orbitavam uma estrela a 40 anos-luz da Terra. O mais interessante é que muitos deles estariam localizados na zona-habitável, ou seja, a água líquida poderia estar fluindo em suas superfícies.
Agora, os cientistas anunciaram uma nova descoberta incrível: a de um oitavo planeta que orbita a estrela Kepler-90. Com isso, o sistema Kepler-90 agora possui a mesma quantidade de planetas que o nosso, ultrapassando o recordista anterior, TRAPPIST-1.
O novo achado coloca o sistema Kepler-90 como recordista extrassolar em número de planetas que orbitam a mesma estrela. O estudo foi aceito para publicação na revista The Astronomical Journal.
Os pesquisadores encontraram o novo planeta, conhecido como Kepler-90i após analisar dados da missão Kepler da NASA. Além desse, outro mundo extrassolar também foi descoberto (Kepler-80g).
O telescópio espacial Kepler foi lançado em março de 2009, e durante 4 anos de missão, digitalizou 150.000 estrelas de forma contínua, buscando pequenas quedas em seus brilhos causadas por planetas que passam na frente de suas estrelas (de acordo com o nosso ponto de vista). Em 2014, Kepler assumiu sua segunda missão conhecida como K2, onde buscava por exoplanetas mas também fazia outros tipos de observações.
Até hoje, Kepler já descobriu mais de 2.500 mundos fora do Sistema Solar que já foram confirmados, e mais de 2.000 candidatos, que esperam confirmação por observações e análises de acompanhamento.
Descobrindo novos mundos com dados antigos
Os pesquisadores Christopher Shallue (engenheiro sênior de software do Google) e Andrew Vanderburg (astrônomo da Universidade do Texas em Austin) desenvolveram um programa de computador para reconhecer os sinais mais fracos de exoplanetas que até agora passaram despercebidos nas análises de Kepler.
Ilustração artística de Kepler-90i - oitavo planeta descoberto no sistema Kepler.
Créditos: NASA
Os cientistas testaram o novo software em 15.000 sinais examinados previamente por Kepler, incluindo detecções confirmadas e falsos positivos. Shallue e Vanderburg descobriram que o novo programa tinha um acerto de 96%.
Em seguida, os pesquisadores analisaram sinais fracos de 670 sistemas que já tinham planetas confirmados, e assim, foram encontrados dois novos planetas, incluindo o Kepler-90i, que encontra-se a 2.500 anos-luz da Terra. Os pesquisadores acreditam se tratar de um planeta rochoso, assim como a Terra, e que também é o terceiro em distância de sua estrela. Mas as coincidências parecem terminar por aí, já que Kepler-90i completa uma órbita ao redor de sua estrela a cada 14.4 dias terrestres, o que pode torná-lo muito quente para abrigar a vida como conhecemos. Sua temperatura média deve girar em torno dos 430°C, disseram os pesquisadores.
O sistema Kepler-90 se parece muito com o nosso no sentido de possuir 8 planetas (até onde se sabe) que são rochosos e gasosos. Mas esse sistema é muito mais compacto, pois os oito planetas de Kepler-90 estão bem mais próximos de sua estrela se comparados com o nosso.
Kepler-90 pode hospedar ainda mais planetas
"Há muito o que se explorar no sistema Kepler-90, e seria surpreendente se não houvessem mais planetas em torno desta estrela", disse Vanderburg.
Ilustração artística mostra o sistema Kepler-90 e Sistema Solar comparados.
Créditos: NASA / Ames Research Center / Wendy Stenzel
O outro exoplaneta recém-descoberto, nomeado Kepler-80g, é o sexto planeta conhecido em seu sistema. A estrela que hospeda os seis planetas é uma anã, localizada a cerca de 1.160 anos-luz de distância. Assim como Kepler-90, o sistema Kepler-80 também é bastante compacto. Kepler-80g, por exemplo, completa uma volta ao redor de sua estrela a cada duas semanas.
O novo software de detecção de exoplanetas está apenas dando seus primeiros passos. Shallue e Vanderburg pretendem aplicar as mesmas análises em todos os dados de Kepler, e assim, quem sabe, descobrir muitos mundos que estão lá mas não foram identificados ainda pelos métodos tradicionais.
Chegou a hora de descobrirmos logo o tal do 9° planeta do Sistema Solar... ou quem sabe, o décimo também (caso eles realmente existam). Se o avanço na busca de exoplanetas continuar como está, logo logo conheceremos um sistema com mais planetas do que o nosso!
Imagens: (capa-ilustração/NASA) / NASA / Ames Research Center / Wendy Stenzel
18/12/17
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