Quem acompanha nosso site ficou sabendo em primeira mão no Brasil que a sonda Curiosity poderia ter encontrado vestígios fósseis em Marte. Era isso que alguns cientistas cogitavam, mas após algumas análises mais profundas, as coisas mudaram um pouco...
De acordo com os membros da equipe da missão Curiosity, as estranhas estruturas tubulares que a sonda Curiosity vem investigando ultimamente provavelmente foram formadas por crescimento de cristais, e não por pequenas criaturas. "Quando olhamos as estruturas bem de perto, vemos que elas são lineares, e não tubulares no sentido de serem cilindros. São bastante angulares", disse o cientista da missão Curiosidade Ashwin Vasavada, do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA.
"Elas possuem um quadrado ou paralelogramo transversal, e forma em ângulos. Tudo isso nos lembra bem o crescimento de cristais", disse Vasavada.
A equipe da missão acredita que as características tubulares são feitas de cristais, ou então que os cristais formaram um molde na rocha que mais tarde foi preenchido por material sedimentar. Ambos os cenários envolvem água líquida, o que sugere que a área onde os estranhos tubos foram encontrados já foi bastante molhada no passado.
Imagem feita pela MastCam da sonda Curiosity em dezembro de 2017.
Créditos: NASA / JPL-Caltech / MSSS
Essa região faz parte do início do Monte Sharp, 300 metros acima do local de pouso da sonda Curiosity, no solo da Cratera Gale.
A sonda Curiosity já encontrou diversas evidências de água subterrânea e até mesmo de um antigo sistema de lagos e rios abaixo da cratera. A equipe da missão suspeita que as rochas do Monte Sharp podem conter evidências da transformação que fez com que Marte, um mundo antes quente e úmido, se tornasse o planeta frio e seco que conhecemos hoje em dia. Para isso, a sonda Curiosity terá que continuar escalando a montanha a fim de encontrar essa zona de transição. Ainda não chegamos na parte seca de Monte Sharp", disse Vasavada.
Os instrumentos científicos acoplados à sonda Curiosity, ChemCam de disparo a laser e o espectrômetro de raios-x APXS, estão sendo utilizados para descobrir a real composição dos tubos marcianos, mas eles são extremamente difícies de serem estudados. Apesar de parecem grandes nas fotos ampliadas, eles têm cerca de 1 milímetro de comprimento (como grãos de arroz).
Os resultados da ChemCam e do APXS devem sair na próxima semana. Até lá, não podemos afirmar nada ainda.
A equipe da missão ainda não descarta a possibilidade dos tubos terem sido esculpidos por formas de vida marcianas. Mas de acordo com eles, esse não é o cenário mais provável dada a evidência disponível.
Além disso, mesmo que essas estruturas tubulares tivessem sido encontradas aqui na Terra, já seria extremamente difícil comprovar que elas teriam origem biológica, mas como estamos falando de algo encontrado em Marte, fica ainda mais difícil, mesmo que seja verdade, afirma Vasavada. "Infelizmente nós podemos não ser capazes ou não ter habilidade suficiente para descobrir isso", disse ele.
Imagens: (capa-NASA/JPL-Caltech/LANL) / NASA / JPL-Caltech / MSSS
09/01/18
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