Foi descoberto um planeta do tamanho de Júpiter girando em torno de uma estrela a 466 anos-luz de distância da Terra, e ele pode ser azul, vermelho, rosa, lilás... ou até branco. Na verdade, ele pode se parecer com qualquer coisa...
Os pesquisadores não conseguem descobrir qual sua real aparência porque esse objeto massivo e gasoso é um dos planetas mais sombrios que os astrônomos já detectaram. De acordo com o novo estudo recém publicado, o planeta conhecido como WASP-104b é "mais escuro que o carvão" e pode absorver até 99% da luz que sua estrela local lança sobre ele.
"De todos os planetas escuros que pude encontrar na literatura, este é o um dos primeiros da lista", disse o autor do estudo Teo Mocnik, pesquisador da Universidade Keele, em Staffordshire, Inglaterra. "Na verdade está no top 3."
Pra efeito de curiosidade, até hoje, o planeta mais escuro já descoberto é o exoplanetaTrES 2B, ou Kepler-1b, localizado a cerca de 750 anos-luz de distância. ele absorve mais de 99% da luz que o atinge.
Mas WASP-104b não fica atrás. Teo Mocnik e seus colegas não descobriram o WASP-104b. Na verdade, eles o revelaram a partir de registros fornecidos pelo Telescópio Espacial Kepler.
Ilustração artística.
Créditos: ESA
Como eles não puderam ver WASP-104b diretamente, os pesquisadores estudaram o planeta através do método de trânsito, que envolve uma medição de uma estrela distante quando um planeta passa em frente a ela. Outras observações, como a sutil oscilação gravitacional que WASP-104b produz em sua estrela anfitriã, ajudaram Mocnik e seus colegas a descrever detalhadamente o misterioso exoplaneta.
Planetas como o WASP-104b são chamados de "Júpiteres quentes", ou seja, são tão maciços quanto Júpiter, mas com uma torção abrasadora: os Júpiteres quentes orbitam muito perto de suas estrelas hospedeiras, resultando em temperaturas de superfície altíssimas. No caso de WASP-104b, o planeta está tão próximo de sua estrela que completa uma volta ao redor dela a cada 1,76 dias.
Talvez, a grande proximidade entre o planeta e sua estrela é que seja a chave para explicar essa grande escuridão. Como a nossa Lua, WASP-104b possui rotação sincronizada. Isso significa que uma face de WASP-104b está sempre voltada para a estrela hospedeira, enquanto a outra metade fica sempre na escuridão, oposta aos raios de luz. Como resultado, em um lado do planeta está sempre de dia, e do outro lado, uma noite sem fim.
Explicar a escuridão do lado em que temos uma noite permanente é fácil. Já o lado diurno do planeta, provavelmente está muito encharcado de radiação estelar para que nuvens ou gelo se formem. Acredita-se ainda que WASP-104b tenha uma atmosfera espessa e turva, rica em sódio atômico e potássio, que pode absorver muitas cores no espectro visual. Juntando esses fatores, podemos entender porque esse mundo recém descoberto é tão escuro.
O resultado é um planeta que absorve algo entre 97% e 99% de toda a luz que o atinge. Mas mesmo sendo mais escuro que o carvão, WASP-104b provavelmente tem uma cor abaixo de sua espessa atmosfera que nós, observadores distantes, simplesmente não conseguimos perceber.
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Mas quando questionado sobre qual seria seu palpite sobre as cores reais de WASP-104b, Mocnik responde que "a radiação de sua estrela é muito forte, então talvez ele brilhe com tons roxos ou vermelhos". Isso, por enquanto, é o máximo que saberemos sobre esse planeta extremamente escuro e misterioso...
Imagens: (capa-ilustração/divulgação) / ESA
16/05/18
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