Estamos em 1908: um meteorito acaba de explodir sobre a cidade de Tunguska, na Rússia, derrubando todas as árvores de uma floresta em uma área de mais de 1.200 quilômetros quadrados. E isso é só o começo!
1947: 70 toneladas de meteoritos metálicos caíram sobre as montanhas de Sikhote-Alin, criando mais de 30 crateras de impacto...
Em 2013, centenas de câmeras registraram o famoso evento de Chelyabinsk, quando um meteorito explodiu sobre a cidade russa de mesmo nome, criando uma onda de choque tão forte que acabou estilhaçando milhares de vidraças, e deixando toneladas fragmentos espaciais espalhados pela região.
Em 2014, outros 2 meteoros super brilhantes riscaram os céus da Rússia, um em abril e o outro em outubro. Pareciam ecos do Chelyabinsk...
Em 6 de dezembro de 2016, outra bola de fogo chamou a atenção do mundo ao cruzar os céus da Sibéria, iluminando a noite escura de diversas cidades ao redor. Por conta do brilho intenso e da explosão ouvida por testemunhas locais, muito provavelmente algumas rochas espaciais chegaram a atingir o solo, mas infelizmente, por conta da neve, não foi possível realizar buscas satisfatórias.
Recentemente (junho de 2018), um meteoro super brilhante foi visto em plena luz do dia. Sim, o caso também ocorreu na Rússia. Mas como isso é possível?
Claro! Todos nós sabemos que as rochas espaciais não escolhem a Rússia para aterrissar, mas por que será que a maior parte dos meteoros super brilhantes sempre ocorrem nessa região gelada do globo?
Floresta de Tunguska, na Sibéria, após o impacto em 1908.
Créditos: divulgação
Se considerarmos sua dimensão, a Rússia compreende uma área igual a 10% de toda a superfície da Terra, sendo que a Sibéria compreende 57% de toda a Rússia. Portanto, é inevitável que uma região tão grande do nosso mapa acabe por testemunhar grande parte dos grandes meteoros, bólidos e quedas de meteorito que ocorrem. Como comparação, os Estados Unidos compreendem apenas 1.9% da superfície da Terra. Portanto, parte da pergunta já tem sua resposta...
Outro fator é que na Rússia, as seguradoras de automóveis geralmente instalam câmeras de segurança do painel dos veículos, a fim de evitar "golpes de seguros". Isso funciona como um monitoramento em grande escala, e faz com que uma queda de meteorito, ou qualquer outro evento celeste observável, seja registrado com mais facilidade, afinal, é bem provável que algum veículo esteja circulando na região no momento exato.
Dimensão da Rússia comparada com o mapa mundi.
Créditos: divulgação
Todos os dias, cerca de 100 toneladas de rocha espacial de pequenas dimensões (meteoroides) entra na atmosfera da Terra. A maior parte dessas 100 toneladas é composta por pequenos fragmentos de poeira. Outra grande parte disso tudo é composta por pedaços pequenos, parecidos com pedregulhos. Tudo isso queima na atmosfera da Terra, criando os brilhos de luz chamados de meteoros (popularmente conhecidos como estrelas cadentes). Mas uma pequena fração dessas 100 toneladas é composta por rochas menores, que por ventura, acabam atingindo o solo - os famosos meteoritos.
Mas apesar de tanto detritos espaciais acabarem caindo por aqui, presenciamos apenas cerca de 10% desses eventos, já que a Terra é muito grande, e não é habitada por seres-humanos em todos os cantos...
Os meteoroides que atingem nossa atmosfera quase sempre viajam em grupos. Por conta da gravidade do nosso planeta, os menores colidem primeiro, e os maiores vêm logo atrás. Eles geralmente formam esteiras de detritos, sendo que a parte mais fina dessa esteira chega na frente.
Resumindo, os meteoritos caem por toda parte, principalmente nos oceanos... e isso acontece desde que a Terra existe. Mas a chance de você ver a queda de um deles é igual a porção do céu que você consegue observar, ou seja, menos de 0,1%...
Mesmo assim, aqueles que amam observar meteoros e bólidos não podem negar: às vezes dá uma vontade louca de ir morar na Sibéria!...
Imagens: (capa-divulgação) / divulgação
26/06/18
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Muito simples responder:
ResponderExcluirPorque está mais próxima do PN. Nesse caso: Polo Negativo.
Se não me engano, Sagan fala sobre esse de 1908 na série Cosmos, fiquei imaginando o tamanho do meteorito pra causar tamanha devastação. Universo é belo e destrutivo, magnífico!
ResponderExcluirIsso mesmo... Carl Sagan fala sim sobre o meteorito de 1908 na Série Cosmos!
ExcluirComo a matéria fala, na Rússia é comum os carros terem câmeras de seguradoras. Essas quedas ocorrem em todo o planeta proporcionalmente distribuídas ao tamanho dos territórios. Os pólos não influenciam em absolutamente nada.
ResponderExcluirBoa matéria...
Me lembro desse meteoro de 1908 , citado no livro e na serie Cosmos de Carl Sagan. Adoro astronomia.
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