Asteroide 2016 NF23 representa um perigo para a Terra?

asteroide 2016 nf23 - perigoso para a terra?
Sua máxima aproximação com o nosso planeta acontece no dia 29 de agosto de 2018 - o que vai acontecer?


Diversos meios de comunicação têm falado sobre um "asteroide potencialmente perigoso" que irá passar próximo da Terra a uma distância arriscada entre os dias 28 e 29 de agosto de 2018. Alguns estão dizendo até mesmo que ele representa uma ameaça iminente ao nosso planeta, e que uma colisão pode acontecer nos próximos dias. Mas qual é a verdade sobre isso?



É verdade que o asteroide 2016 NF23 existe; é verdade que a NASA o considera um NEO (Objeto Próximo da Terra); é verdade que ele foi classificado como "potencialmente perigoso"; e também é verdade que ele NÃO REPRESENTA uma ameaça ao nosso planeta.

"Não há absolutamente nada para nos preocuparmos com essa passagem do asteroide 2016 NF23", disse Lindley Johnson, oficial do escritório de defesa Planetária da NASA. "Esse objeto é designado um 'Asteroide Potencialmente Perigoso' (PHA) porque sua órbita ao longo do tempo o leva a 8 milhões de quilômetros da órbita da Terra, mas não há nada de perigoso para o nosso planeta no que se refere à passagem desse asteroide."




Alguns sites dizem por aí que o asteroide 2016 NF23 irá fazer "um rasante na Terra", mas a verdade é que esse asteroide passará muito distante daqui. No dia 29 de agosto de 2018, às 03:38 pelo horário internacional (00:38 pelo horário de Brasília), o asteroide 2016 NF23 passará a cerca de 13,2 DL (distâncias lunares). Uma DL (distância lunar) equivale a distância média entre a Terra e a Lua (cerca de 385.000 km). Ou seja: esse asteroide passará a mais de 5 milhões de quilômetros de distância. Não há risco algum.

máxima aproximação asteroide 2016 NF23 - grafico
Gráfico mostra como será a máxima aproximação do asteroide 2016 NF23 com a Terra.
Créditos: NASA / JPL / SSD

Segundo a NASA, esse asteroide tem entre 70 e 160 metros de diâmetro, o que de fato é relativamente grande, e poderia causar danos graves se colidisse aqui na Terra, sobretudo numa região densamente populada. Felizmente, esse não será o caso.


Tem asteroide maior vindo por aí!

Algumas vezes, todas as atenções se voltam para um fenômeno em particular, e logo, toda a imprensa se reúne em torno de um único assunto, ignorando detalhes importantes.

Para se te ruma ideia, no mesmo dia em que o asteroide 2016 NF23 fará sua máxima aproximação com a Terra (29 de agosto), outro objeto relativamente grande, que tem entre 38 e 86 metros de diâmetro, também fará sua máxima aproximação com o nosso planeta. Mas diferente de 2016 NF23, o asteroide intitulado 1998 SD9 passará a 4,2 DL (distâncias lunares). Isso é muito mais próximo do que a passagem do NF23 que todos estão comentando. Ainda assim, mesmo passando a menos de 5 DL, o asteroide 1998 SD9 também não representa qualquer perigo para o nosso planeta.




A máxima aproximação do asteroide 1998 SD9 ocorrerá no dia 29 de agosto de 2018, às 02:27 pelo horário de Brasília, e mais uma vez, ela não representa risco de impacto.

Outra coisa interessante é que, no dia 3 de setembro de 2018, apenas alguns dias após a máxima aproximação do asteroide citado acima, um outro objeto passará a 12,2 DL (distâncias lunares). O asteroide intitulado 2015 FP118 passará mais próximo da Terra do que o 2016 NF23, e olha que ele é bem maior, já que seu tamanho fica entre 370 e 820 metros. Sim, ele pode ter quase 1 quilômetro de diâmetro!

máxima aproximação asteroide 2015 FP118
Gráfico mostra o momento da máxima aproximação entre o asteroide 2015 FP118 e a Terra.
Créditos: NASA / JPL / SSD

Para ter acesso as máximas aproximações de objetos com a Terra, basta acessar a página de Monitoramento de Asteroides Próximos da Terra, e veremos que é muito comum encontrar asteroides que passam mais distantes do que a Lua.

Ah! Vale lembrar que o asteroide de quase 1 quilômetro de diâmetro (2015 FP118) TAMBÉM NÃO REPRESENTA risco de colisão com o nosso planeta.

De fato, asteroides próximos da Terra podem ser uma grave ameaça ao nosso planeta, mas não é o caso de agora. Além da NASA, existem diversas instituições espalhadas pelo mundo que monitoram os céus constantemente. Muitas vezes não é possível detectar a aproximação de um objeto, sobretudo de rochas espaciais relativamente pequenas, mas que ainda representam algum risco local. Mas quando essas rochas espaciais são conhecidas e monitoradas, conseguimos ter uma boa precisão sobre sua trajetória.




Para a nossa sorte, não há qualquer ameaça para os próximos meses, pelo menos sobre os asteroides já conhecidos...


Imagens: (capa-ilustração/divulgação) / NASA / JPL / SSD
27/08/18


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