A magnitude de um objeto astronômico, como de um planeta ou de uma estrela, é uma medida utilizada para definir a intensidade de seu brilho. Quanto menor é o número de magnitude, mais brilhante será o objeto.
Uma diferença de 5 magnitudes implica numa diferença de brilho de 100 vezes. A fotometria é responsável por fazer a medição das magnitudes aparente e absoluta.
Qual a diferença entre magnitude aparente e magnitude absoluta?
Magnitude aparente é uma forma de medir o brilho de um objeto visto a partir do nosso planeta, com a ausência da atmosfera (que pode interferir sutilmente e diminuir o brilho de alguns objetos).
A escala utilizada para indicar a magnitude originou-se na Grécia antiga, onde passaram a dividir as estrelas visíveis a olho nu em seis magnitudes. Às estrelas mais brilhantes do céu noturno era atribuída a primeira magnitude (m = 1), enquanto as estrelas mais tênues tinham a sexta magnitude (m = 6), que é o limite da percepção visual humana (sem o auxílio de um telescópio). É por conta disso que quanto menor a magnitude de um objeto celeste, mais brilhante ele é. Automaticamente, quanto maior é o número, mais tênue é seu brilho.
A escala da magnitude é logarítmica, sendo que a diferença de cada unidade na magnitude corresponde a uma mudança no brilho por um fator de 2,512 como mostra a tabela abaixo:
Créditos: Galeria do Meteorito
A magnitude absoluta é um pouco mais complicada. Ela é basicamente a magnitude aparente de um objeto se ele estivesse a 32,6 anos-luz de distância (o equivalente a 10 parsecs) e na ausência de quaisquer fontes que possam interferir em seu brilho (como gases e poeiras que dispersam e absorvem a luz no Universo).
A fixação da distância permite que os astrônomos comparem diretamente o brilho das estrelas como eles são de fato, e não como vemos daqui da Terra.
Uma estrela fraca pode ser vista mais brilhante do que uma estrela gigantesca, mas que encontra-se distante da Terra. Nesse caso, essa estrela mais fraca teria uma magnitude aparente menor do que a outra (já que a vemos mais brilhante por estar mais perto), porém, teria uma magnitude absoluta maior (já que naturalmente ela não é tão brilhante quanto a outra).
A magnitude aparente de alguns objetos celestes conhecidos
−26,74 Sol visto da Terra (cerca de 400,000 vezes mais brilhante que a Lua cheia).
−25,00 Menor brilho que provoca a leve dor ocular típica ao se olhar.
−12,90 Brilho máximo da Lua cheia (perigeu + periélio)
−5,9 Estação Espacial Internacional, quando está no seu perigeu e totalmente iluminada pelo Sol
−4,89 Brilho máximo de Vênus quando iluminado como um crescente.
−2,94 Brilho máximo de Júpiter
−2,91 Brilho máximo de Marte
−2,50 Brilho mínimo da Lua nova
−2,45 Brilho máximo de Mercúrio na conjunção superior
−1,61 Brilho mínimo de Júpiter
−1,47 Sirius, a estrela mais brilhante do céu noturno
−0,72 Canopus, a segunda estrela mais brilhante
−0,49 Brilho máximo de Saturno em oposição e periélio, quando os anéis estão totalmente abertos
0,03 Estrela Vega, que foi originalmente escolhida para definição do ponto zero
1,47 Brilho mínimo de Saturno
1,84 Brilho mínimo de Marte
3 a 4 Estrelas mais tênues visíveis no ambiente urbano a olho nu
3,44 Galáxia de Andrômeda (M31)
5,20 Brilho máximo do asteroide Vesta
5,32 Brilho máximo de Urano
5,73 Brilho mínimo de Mercúrio
5,95 Brilho mínimo de Urano
6,49 Brilho máximo do asteroide Palas
6,50 Limite aproximado de estrelas observáveis por um observador médio a olho nu, em condições muito boas. Há cerca de 9 500 estrelas visíveis até a magnitude 6,5
6,64 Brilho máximo do planeta anão Ceres
6,75 Brilho máximo do asteroide Íris
7,78 Brilho máximo de Netuno
8,02 Brilho mínimo de Netuno
9,50 Objetos mais tênues visíveis usando binóculos comuns 7x50, sob condições típicas
11,7 Limite máximo que um telescópio de 70mm de abertura consegue enxergar
12,3 Limite máximo que um telescópio de 90mm de abertura consegue enxergar
13 Limite máximo que um telescópio de 127mm de abertura consegue enxergar
13,65 Brilho máximo de Plutão (725 vezes mais tênue que a magnitude 6,5 para observações a olho nu)
14,4 Limite máximo que um telescópio de 230mm de abertura consegue enxergar
22,00 Limite aproximado de magnitude de um telescópio Ritchey-Chrétien de 600 mm, com 30 minutos de imagens superpostas (6 subfotogramas de 300 segundos cada), utilizando um detector CCD
27,70 Objetos mais tênues observáveis em uma imagem de 10 horas com um telescópio terrestre classe 8 m, como o Subaru
36,00 Objetos mais tênues observáveis a luz visível com o E-ELT
Agora que você já sabe como funciona a escala de magnitudes de objetos celestes, fica muito mais fácil observar o céu noturno e saber quais objetos são visíveis a olho nu, através de telescópios amadores e quais são impossíveis de serem observados do quintal de casa.
Imagens: (capa-Nebulosa da Tarântula/ESO) / Galeria do Meteorito
28/08/18
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Excelente artigo. Principalmente a tabela de magnitude de objetos celestes.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirmuito bem explicado :3
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