Uma nuvem bem diferente foi avistada em Marte - como isso é possível?

Cientistas explicam o motivo da estranha nuvem que paira sobre a região equatorial do Planeta Vermelho


Há mais de um mês, o satélite Mars Express, que orbita Marte, está observando uma nuvem longa em forma de pluma no Planeta Vermelho.



A nuvem permaneceu no mesmo lugar sobre uma montanha chamada Arsia Mons, perto do equador marciano desde 13 de setembro, de acordo com um comunicado divulgado pela Agência Espacial Européia (ESA). Mas essa localização é apenas uma coincidência, acrescenta a agência. Nenhum processo vulcânico está produzindo a nuvem - o antigo vulcão sob ela não está ativo há cerca de 50 milhões de anos, acreditam os cientistas. Então por que essa nuvem estaria ali?

Nuvem marciana avistada sobre Arsia Mons registrada pela ESA.

Nessa versão, temos informações gráficas e geológicas do Planeta Vermelho.

Créditos: ESA / GCP / UPV / EHU Bilbao

O satélite Mars Express, assim como seus antecessores, já haviam avistado nuvens similares em pelo menos três ocasiões anteriores, e essas estruturas se formaram na mesma época do ano marciano. De acordo com a ESA, isso não é uma coincidência.

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A nuvem possui muito gelo, criado pelo fluxo de ar ao lado do vulcão. Este fenômeno é chamado pelos cientistas de nuvem orográfica.

Um segundo instrumento da Mars Express registrou essa imagem da estranha nuvem em 17 de setembro de 2018.

Créditos: ESA / CNES / CNRS / IAS

Em geografia, chama-se orografia o estudo das nuances do relevo de alguma região. Efeito orográfico é também chamado de "chuvas de relevo". Quando uma massa de ar encontra uma encosta, ela se eleva, entrando em contato com o ar frio.

Isso também significa que a nuvem muda ao longo do dia junto com as mudanças atmosféricas de Marte.

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Os cientistas que observaram a nuvem notaram que ela cresce ao longo da manhã, estendendo-se ao longo do equador. Ela também pode ser afetada pela poeira que ainda é intensa na atmosfera marciana - resultado da enorme tempestade de areia que tomou conta do Planeta Vermelho recentemente.


Imagens: (capa-ESA) / ESA / GCP / UPV / EHU Bilbao / CNES / CNRS / IAS
26/10/18

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