Acreditem: uma antiga chuva de meteoros pode estar voltando com força total, ou quase isso. Estamos falando da icônica chuva de meteoros Andromedidas (Andromedids).
Se você nunca ouviu falar sobre essa chuva de meteoros, você não está sozinho. Ela é uma das chuvas de meteoros mais fracas do ano, mas não foi sempre assim.
Nos anos de 1885 e 1892, a chuva de meteoros Andromedidas chegou a produzir 15.000 e 6.000 meteoros por hora, respectivamente. Sim, isso é uma tempestade de meteoros, não uma chuva. O objeto responsável por deixar tantos detritos caírem na Terra e produzirem essa chuva é o cometa 3D/Biela. Esse cometa já não existe mais, por isso o D em seu nome.
Um fato curioso é que a primeira foto de um meteoro já feita na história da humanidade veio da chuva de meteoros Andromedidas, durante seu grande pico de 1885.
3D/Biela foi um cometa periódico que levava 6,6 anos pra completar uma volta ao redor do Sol. Em 1846, observadores relataram que o cometa Biela havia se dividido em dois. Em 1852 ele foi visto novamente, mas depois disso, desapareceu pra sempre.
Cometa 3D/Biela em fevereiro de 1846 logo após sua fragmentação.
Créditos: Bilderatias der Sternenweit
Mas essa fragmentação do cometa 3D/Biela criou algo espetacular: um "outburst" - pico intenso de meteoros que surgia a cada 7 anos, mas a alegria só durou até o fim do século 19.
Em 2001, o Programa de Rastreamento de Asteroides Próximos da Terra (NEAT) encontrou um cometa com uma órbita bastante parecida com o antigo Biela. Nomeado 207P/NEAT, os cientistas suspeitam que este cometa seja um fragmento de Biela.
Ilustração da chuva de meteoros Andromedidas durante seu pico em 27 de novembro de 1872,
pelo artista Amédée Guillemin.
Créditos: Amédée Guillemin / divulgação
Em 2011, o Radar Canadense de Órbitas de Meteoros detectou uma quantidade intensa de meteoros que surgiram da região de Andrômeda. Análises determinaram que esses meteoros realmente foram produzidos por fragmentos do cometa Biela, deixados durante sua passagem pelo Sistema Solar interior em 1649. Em 2011, a taxa de meteoros observada foi de 50 meteoros por hora. O radiante (região do céu onde os meteoros parecem se originar) sofreu uma mudança sutil, mas suficiente para alterar o nome da chuva de Andromedidas para phi Cassiopeiids de dezembro, ou simplesmente phi Cassiopeidas.
Agora, em 2018, se passaram 7 anos desde a última surpresa que os meteoros dessa chuva produziram. De acordo com a Sociedade Americana de Meteoros (AMS), a chuva de meteoros
O hemisfério norte é privilegiado na observação dessa chuva de meteoros, já que a constelação de Andrômeda ganha uma altura maior nos céus de lá. Já no Brasil, como também em todo o hemisfério sul, a constelação de Andrômeda fica próxima ao horizonte norte.
Para observar os possíveis meteoros dessa chuva, olhe na direção norte do céu por volta das 21h00 do seu horário local. Os meteoros poderão riscar outras regiões do céu, mas sempre virão dessa região.
Novo radiante da chuva de meteoros Andromedidas.
Créditos: STELLARIUM / Edição: Galeria do Meteorito
Não se sabe ao certo se realmente teremos uma boa surpresa durante o pico da antiga chuva Andromedidas para esse ano de 2018. Mas os especialistas já adiantam: cálculos sugerem que durante o pico de 2023, essa chuva poderá produzir cerca de 200 meteoros por hora.
Lembrando que no dia 14 de dezembro acontece o pico da chuva de meteoros Geminidas, e essa sim produz uma quantidade certa e intensa de meteoros. E claro: teremos live aqui no site e lá no nosso canal no YouTube.
Qualquer novidade sobre a chuva Andromedidas (phi Cassiopeidas) será relatada aqui no site - fiquem ligados, e claro, de olho nos céus!
Imagens: (capa-ilustração/divulgação) / Bilderatias der Sternenweit / Amédée Guillemin / divulgação / STELLARIUM / Galeria do Meteorito
30/11/18
Gostou da nossa matéria?
Curta nossa página no Facebook
para ver muito mais!
Encontre o site Galeria do Meteorito no Facebook, YouTube, Instagram, Twitter e Google+, e fique em dia com o Universo Astronômico.
Maravilha! Obrigado pelo trampo!
ResponderExcluir