Um objeto recém descoberto acaba de ganhar o primeiro lugar da lista dos objetos mais distantes já observados no Sistema Solar - o primeiro cuja órbita se encontra a mais de 100 vezes a distância da Terra com o Sol.
O objeto ganhou a designação 2018 VG18, e foi apelidado de "Farout" ('bem longe' em português). Ao que tudo indica, trata-se de um planeta-anão de forma arredondada e (acreditem) de cor rosa!
"Tudo o que sabemos atualmente sobre 2018 VG18 é sua distância extrema do Sol, seu diâmetro aproximado e sua cor", disse David Tholen, pesquisador da Universidade do Havaí e parte da equipe de descoberta. "Como o objeto 2018 VG18 está tão distante, ele orbita muito lentamente, provavelmente levando mais de 1.000 anos para completar uma volta em torno do Sol".
Novo planeta anão Farout observado pelo telescópio Subaru, no Havaí.
Créditos: Scott S. Sheppard / David Tholen
Farout está a uma distância de 120 UA (unidades astronômicas) do Sol. Uma UA equivale a distância média entre a Terra e o Sol, ou cerca de 150 milhões de quilômetros. Pra se ter uma ideia do quanto isso é distante, Plutão está a cerca de 34 UA do Sol. Antes de Farout, o objeto mais distante conhecido no Sistema Solar era Eris, que encontra-se a 96 UA do Sol.
Vale lembrar: existem outros objetos mais distantes do que Farout, como o planeta anão Sedna que chega a 900 UA do Sol, além de trilhões e trilhões de cometas na Nuvem de Oort (periferia do Sistema Solar, que fica entre 5.000 UA e 100.000 UA do Sol), porém, Farout foi o objeto mais distante já observado aqui em nosso Sistema Solar.
A descoberta de Farout
O telescópio de 8 metros, Subaru, localizado no Havaí, foi o primeiro a detectar Farout. Em seguida, observações feitas pelo Maggellan, no Chile, confirmaram sua existência em dezembro de 2018. De acordo comas observações feitas até o momento, o objeto 2018 VG18 tem cerca de 500 km de diâmetro, sendo um planeta anão esférico. Sua cor rosada sugere que ele seja rico em gelo.
Os pesquisadores estão examinando cada detalhe desses objetos muito distantes para tentar entender a influência gravitacional que está sendo causada por um planeta terrestre gigantesco, chamado Planeta X, cuja teoria indica sua órbita nos confins do Sistema Solar. Dezenas de objetos distantes apresentam anomalias orbitais, indicando a presença de um planeta com pelo menos 10 vezes a massa da Terra, mas que ainda não foi encontrado de fato.
Ilustração artística de Farout - o novo planeta anão encontrado no Sistema Solar.
Créditos: Roberto Molar Candanosa / Carnegie Institution for Science
"2018 VG18 é muito mais distante e mais lento do que qualquer outro objeto do Sistema Solar observado, então levará alguns anos para determinar completamente sua órbita," disse Scott Sheppard, pesquisador da Instituição Carnegie de Ciência em Washington, EUA, e membro da equipe da descoberta. "Mas ele foi encontrado em um local no céu onde outros objetos extremos são conhecidos no Sistema Solar. As semelhanças orbitais mostradas por muitos dos objetos distantes conhecidos no Sistema Solar foi o que estimulou nossa afirmação de que há um planeta distante massivo a varias centenas de UAs, que pastoreia esses objetos menores."
Entender a órbita desses objetos distantes vai, cada vez mais, afinar a localização exata do proposto Planeta X, que de acordo com os cientistas, estaria alterando as órbitas de objetos que estão longe demais para sofrerem alterações gravitacionais dos planetas do Sistema Solar interno.
A tecnologia envolvida nessa mais recente descoberta inclui telescópios muito grandes, e a participação de cientistas de vários países. Como disse Chad Trujillo, pesquisador da Universidade Northern Arizona e terceiro membro da equipe da descoberta, "Com as novas câmeras digitais de campo largo em alguns dos maiores telescópios do mundo, estamos finalmente explorando o extremo do nosso Sistema Solar, muito além de Plutão".
Imagens: (capa-ilustração/Carnegie Institution for Science) / Scott S. Sheppard / David Tholen / Roberto Molar Candanosa / Carnegie Institution for Science
17/12/18
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Uau! Ah se pudéssemos ver uma foto dele...
ResponderExcluirImagina quantos planetas anões ainda não foram encontrados, simplesmente porque estão afastados demais nesse momento, para serem identificados.
ResponderExcluirPois é! Só pra ter uma ideia de quão distante o "Farout" está, pode-se dizer que a Voyager 2 (lançada em 20 de agosto de 1977) ainda nem chegou nele! O "Farout" está a 120 UA do Sol e segundo o site do Programa Voyager, a Voyager 2 hoje (18 de dezembro de 2018) está a 119 UA do Sol (a Voyager 1 está a 144 UA).
ExcluirIsso é quase tão longe quanto o Acre!
É longe mesmo. kkkkk
ExcluirOutro dia estive pensando: Por que esses corpos menores do nosso Sistema Solar (corpos menores que eu digo são esses planetas anões - muito pequenos para serem classificados como planetas, mas muito grandes para serem considerados asteróides) se encontram em sua maioria nos confins do Sistema Solar? Será que tem alguma explicação? A única exceção mais notável é Ceres; o restante - Plutão e Caronte, Éris, Sedna, Makemake...estão todos muito distantes.
ResponderExcluirAcho que isso se deve ao cinturão de kuiper, localizado nessa região. Há fragmentos espalhados em um espaço grande demais, o que parece impedir a formação de planetas maiores.
ResponderExcluirnão poderia estas órbitas alongadas serem resultado da "cauda" que o Sistema Solar cria ao se deslocar na galáxia em altíssima velocidade? 800mil km/h
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