Astrônomos encontraram um objeto que se encontra a 140 UA (Unidades Astronômicas) do Sol. Vale lembrar que 1 Unidade Astronômica equivale a distância média entre a Terra e o Sol (aproximadamente 150 milhões de km). Pra se ter uma ideia, a órbita de Plutão encontra-se numa distância média de 39 UA.
"Essa notícia está quentinha", disse Scott Sheppard, do Instituto Carnegie de Ciência, em Washington. "Ele é bem opaco, e está na linha final da nossa habilidade de detecção."
Sheppard disse ter encontrado o objeto , intitulado FarFarOut, uma noite antes da revelação feita em uma conferência em Washington, EUA, enquanto analisava algumas imagens do Sistema Solar exterior pegas por telescópio em janeiro.
Sheppard e sua equipe ainda não conhecem o objeto FarFarOut muito bem. Eles o encontraram, mas não tiveram muitos dados pra serem analisados, então ainda não temos uma estimativa de tamanho, e nem mesmo uma órbita definida. Os pesquisadores continuarão observando esse objeto longínquo para coletar mais informações, porém não será uma tarefa fácil.
Veja como seria a órbita do suposto Planeta X, que os pesquisadores acreditam existir nos confins do Sistema Solar.
Créditos: Caltech / R. Hurt / IPAC
FarFarOut apresenta pouquíssimo brilho, e como disse Sheppard, ele está no limite, quando ultrapassando aquela linha tênue onde não conseguimos mais enxergá-lo.
O mais distante 'já observado'!
O nome FarFarOut deriva de FarOut - o objeto mais distante do Sistema Solar até então. Conhecido pelo nome oficial 2018 VG18, Farout encontra-se a 120 UA do Sol. Os astrônomos acreditam que Farout seja um planeta anão, e para completar uma volta ao redor do Sol ele pode levar cerca de 1.000 anos.
Farout significa algo como "muito longe" em português, e FarFarOut seria como "muito muito longe".
Vale ressaltar que esses recordes de distância, tanto de Farout quanto de FarFarOut são de suas posições atuais. Existem outros objetos cuja órbita os levam à distâncias muito maiores do que isso (órbitas altamente alongadas). O planeta anão Sedna, por exemplo, chega a absurdas 900 UA, e a espessa e gigantesca Nuvem de Oort se inicia a uma distância de 5.000 UA do Sol - uma região repleta de cometas.
Outro objeto oficialmente intitulado 2015 TG387, apelidado "The Goblin", de 350 km, chega numa distância de até 1955 UA, e se aproxima a cerca de 65 UA do Sol, porém quando observado em 2018 estava a 80 UA.
Orbita do objeto 'The Goblin' (2015 TG387) e do planeta anão Sedna.
Créditos: Roberto Molar Candanosa / Scott Sheppard / Carnegie Institution for Science
Sheppard e seus colegas, como Chad Trujillo, da Universidade Northern Arizona, e Dave Tholen, da Universidade do Havaí, têm monitorado o Sistema Solar exterior há muitos anos, principalmente utilizando o Telescópio Subaru de 8 metros, no Havaí.
Todo esse monitoramento dos locais mais distantes do Sistema Solar tem a intenção de detectar sinais do hipotético Nono Planeta (também conhecido como Planeta X).
Pesquisas feitas por Mike Brown e Konstantin Batygin, Caltech, sugerem que um nono planeta ainda não detectado por nós existe em regiões longínquas do Sistema Solar. A órbita de vários objetos condizem com interações gravitacionais que são respondidas pela presença de um objeto massivo que estaria perturbando a trajetória dos outros. Esse possível planeta desconhecido teria, de acordo com calculos matemáticos, cerca de 10 vezes a massa da Terra, orbitando o Sol a cerca de 600 UA.
E a possibilidade do Planeta X realmente existir não é baixa. De acordo com Sheppard e seus colegas, a chance dele realmente estar lá é de 85%.
Imagens: (capa-ilustração/Roberto Molar Candanosa/Carnegie Institution) / Caltech / R. Hurt / IPAC / Roberto Molar Candanosa / Scott Sheppard / Carnegie Institution for Science
28/02/19
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