Após o início da Guerra fria, a União Soviética lançou uma sonda chamada Cosmos 482, no dia 31 de março de 1972. Porém, uma falha nos propulsores do foguete fizeram com que essa sonda ficasse presa numa órbita ao redor da Terra.
Até hoje a sonda soviética continua orbitando a Terra como lixo espacial. Mas essa história antiga vai ganhar um novo capítulo, já que os especialistas afirmam que Cosmos 482 irá reentrar na atmosfera da Terra num mergulho ardente, que pode ocorrer ainda nesse ano.
Cosmos 482 é uma nave irmã da famosa Venera 8, que em julho de 1972 se tornou a segunda sonda a pousar com sucesso na superfície de Vênus, ficando atrás de sua antecessora Venera 7, que em 15 de dezembro de 1970 se tornou a primeira sonda a pousar na superfície de Vênus.
Selo postal da União Soviética mostra sonda Venera 8 chegando em Vênus em meados de 1972.
Créditos: divulgação
Venera 8 permaneceu "viva" na superfície venusiana por 50 minutos e 11 segundos antes de sucumbir ao ambiente extremamente hostil.
Cosmos 482 completa uma volta ao redor da Terra a cada 112 minutos, e por ironia do destino, ela foi projetada para aguentar o ambiente venusiano e para sobreviver a entrada na espessa atmosfera de lá. Por isso, essa sonda de 495 quilos deve sobreviver a reentrada na atmosfera da Terra por conta de sua proteção termal.
"Sim, a nave sobreviverá a uma reentrada sem problemas", disse o observador de satélite Thomas Dorman, da comunidade de Zeb, no nordeste de Oklahoma. "Seria engraçado se fosse descoberto que o pára-quedas se abriu... mas tenho certeza de que as baterias para dispará-los morreu há muito tempo!"
Dorman disse ainda que observou Cosmos 482 com seu telescópio, e disse ter vistos brilhos cintilantes, o que não condiz com uma cápsula de entrada. Isso indica que uma parte grande da sonda está intacta.
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O astrofotógrafo veterano Ralf Vandebergh, da Holanda, tem observado a espaçonave rebelde pelos últimos oito anos. Ele fez uma nova avaliação do Cosmos 482:
A sonda da antiga União Soviética Cosmos 482 fotografada por Ralf Vandenbergh.
Créditos: Ralf Vandenbergh
"Minha conclusão preliminar do Cosmos 482, observando usando um telescópio de abertura de 250 mm durante várias passagens, ângulos e iluminações diferentes, ele parece ser um objeto alongado com fortes variações de brilho", disse ele. "Há uma indicação de estruturas menores, mas estas não estão confirmadas. Apesar dos resultados bem-sucedidos, o mistério sobre a verdadeira condição do Cosmos 482 e quais elementos da espaçonave ainda estão exatamente em órbita continua sem solução."
De acordo com Dorman, a reentrada da sonda soviética deve acontecer entre meados de 2019 e meados de 2020. "Mas prever a queda é uma arte tanto quanto ciência", disse ele. "Ninguém consegue prever qual será a atividade solar para o próximo ano, que pode afetar diretamente o tempo de queda."
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A órbita atual de Cosmos 482 tem apogeu (máximo distanciamento) de 2.735 km e perigeu (máxima aproximação) de apenas 200 km. Outra estimativa diz que Cosmos 482 pode permanecer no espaço por mais dois anos e meio no mais tardar, mesmo com uma aproximação tão grande com a Terra.
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Imagens: (capa-Alamy/divulgação) / divulgação / Ralf Vandenbergh
25/02/19
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Se nao vai derreter, caso nao caia em algum oceano ou deserto... o estrago vai ser grande...
ResponderExcluirSe nao vai derreter, caso nao caia em algum oceano ou deserto... o estrago vai ser grande...
ResponderExcluirPorque não recarregar a sonda e mandá-la novamente para Vênus, assim recupera o tempo perdido...
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