Nós vamos para Titã! Sim. A NASA anunciou que a próxima missão em sua linha de missões de custo médio da New Frontiers será Dragonfly, uma espécie de helicóptero projetado para sobrevoar os céus da enorme, nebulosa e potencialmente habitável lua de Saturno.
Se tudo correr conforme o planejado, Dragonfly será lançado em 2026 e pousará em Titã oito anos depois. A sonda então passará pelo menos dois anos e meio explorando a lua em diversas regiões.
O drone de 3 metros de comprimento irá coletar uma variedade de dados em cada uma de suas paradas. Esse trabalho ajudará os cientistas a aprender mais sobre Titã, que é o único mundo do Sistema Solar que não a Terra, que abriga corpos de líquidos estáveis em sua superfície.
No entanto, os lagos, rios e mares de superfície de Titã não são compostos de água. O sistema climático dessa lua gelada é baseado em hidrocarbonetos, em particular metano e etano.
A missão tem o intuito de entender a química de Titã em detalhes. Já sabemos que moléculas orgânicas complexas existem na atmosfera espessa e rica em nitrogênio dessa lua, e alguns cientistas acreditam que seus mares de hidrocarbonetos poderiam abrigar formas de vida exóticas.
Titã também abriga outro ambiente potencialmente habitável - um oceano subterrâneo de água líquida, que se espalha sob a crosta gelada da lua.
Dragonfly ( que significa libélula em inglês) poderá encontrar evidências de vida em Titã, caso a lua seja realmente habitável. Por ser muito parecido com a Terra primordial, a missão pode entender como os processos químicos se desenvolveram para que a vida existisse aqui na Terra.
Ilustração artística de Dragonfly - drone que será enviado para explorar Titã, lua de Saturno.
Créditos: JHP / NASA
"Titã é diferente de tudo que temos no Sistema Solar, e Dragonfly é como nenhuma outra missão", disse Thomas Zurbuchen, administrador associado da NASA.
"É impressionante pensar neste helicóptero voando quilômetros e quilômetros pelas dunas da maior lua de Saturno, explorando os processos que moldam esse ambiente extraordinário", acrescentou. "Dragonfly visitará um mundo repleto de variedade de compostos orgânicos, que são os blocos de construção da vida, e podem nos ensinar sobre a origem da vida em si."
Dragonfly vai pousar entre as dunas de Titã, em seguida, fazer o seu caminho para o seu destino final: a Cratera Selk de 80 quilômetros de largura. Selk é um lugar particularmente interessante para estudar química pré-biótica e procurar sinais de vida, disse a NASA em um comunicado. Isso porque os três ingredientes necessários para a vida como a conhecemos - água líquida, moléculas orgânicas e energia - existem ali.
A Dragonfly será movida a energia nuclear, assim como o jipe robótico Curiosity, a sonda New Horizons que visitou Plutão, entre outros.
A Dragonfly será a quarta missão do programa New Frontiers (Novas Fronteiras, em português), seguindo a New Horizons, a sonda Juno de Júpiter e a missão para coleta de amostras de asteroide, OSIRIS-REx. Os custos de desenvolvimento da Dragonfly estão limitados a 850 milhões de dólares americanos, embora o preço total da missão, incluindo o lançamento, provavelmente chegue a 1 bilhão de dólares.
Mas vale lembrar: Dragonfly não será a primeira nave espacial a pousar em Titã. Essa honra pertence à sonda européia Huygens, que pousou na Lua em janeiro de 2005. Huygens viajou para o sistema de Saturno com a sonda Cassini, da NASA, que orbitou o planeta entre 2004 e 2017.
Imagens: (capa-illustração/JHP) / JHP / NASA / divulgação
28/06/19
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É a atmosfera densa dessa lua que faz a visualização do pouso ficar esquisita assim?
ResponderExcluirÉ uma simulação, acho.
ExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
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