Um "bug" no sistema de operação dos satélites Starlink, da SpaceX, impossibilitou a mudança de curso dessa frota de satélites, forçando a ESA (Agência Espacial Europeia) a conduzir a primeira "manobra de prevenção de colisões" com um novo satélite de sua nova geração.
No Twitter, a ESA confirmou que seu satélite meteorológico de 1.200 kg, Aeolus Earth, disparou seus propulsores a fim de evitar uma colisão com a frota de 60 satélites da SpaceX, lançados no início do ano com o intuito de fornecer internet ultra-rápida para todo o globo.
"Os especialistas da nossa equipe de detritos espaciais calcularam o risco de colisão entre os satélites ativos, determinando que a opção mais segura para o Aeolus seria aumentar sua altitude e passar por cima dos satélites da SpaceX", escreveu a ESA em um tweet.
A manobra ocorreu cerca de meia órbita antes da colisão. Logo depois, Aeolus enviou os dados confirmando o sucesso da manobra. A ESA deixou claro que é muito raro realizar manobras para evitar colisões com satélites ativos. A grande maioria dessas manobras são feitas para evitar colisões com lixo espacial e fragmentos de colisões anteriores.
Ponto de possível colisão entre satélites Starlink e Aeolus.
Créditos: ESA / divulgação
No final de agosto, a chance de colisão entre a frota Starlink e o satélite europeu era muito baixa, porém, os riscos de colisão foram aumentando gradativamente, e ao chegar na estimativa de risco de 1 pra 10.000, um "bug" no sistema de operações Starlink impediu qualquer manobra de emergência.
"A SpaceX ainda está investigando o problema e implementará ações corretivas", afirmou a SpaceX.
No ano passado, 28 manobras de prevenção de colisões foram conduzidas pela ESA, mas especialistas alertam que, à medida que o número de satélites em órbita aumenta, centenas ou até milhares de satélites podem ser comprometidos.
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Atualmente, essas manobras são conduzidas manualmente e exigem muita preparação, mas a agência diz que está se preparando para automatizar o processo usando inteligência artificial. Para se ter uma ideia, estimativas sugerem que os detritos na órbita da Terra pesam mais de 8.400 toneladas, sendo que a maior quantidade deles tem menos de 1 cm de diâmetro.
Imagens: (capa-ilustração/ESA) / ESA / divulgação
04/09/19
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