A Terra está repleta de crateras de antigos impactos de asteroides, mas a maioria acaba sendo apagada com o passar do tempo.
Uma das raras exceções é a Cratera de Wolfe Creek, na Austrália, que acaba de se revelar bem mais jovem do que as estimativas anteriores sugeriam, mostrando também que grandes impactos podem ser perturbadoramente mais frequentes do que se pensava.
A Cratera Wolfe Creek, localizada no deserto de Sandy, na Austrália Ocidental, tem cerca de 892 metros de diâmetro e surgiu depois de um impacto de um objeto do tamanho de uma casa grande.
Embora pequena em comparação à cratera Chicxulub (aquela que surgiu após a queda do objeto que extinguiu os dinossauros há 65 milhões de anos), é a segunda onde fragmentos do asteroide original foram encontrados, sugerindo uma idade relativamente jovem.
Região da Cratera de Chicxulub, na Península de Iucatã, no México, vista pela Estação Espacial Internacional.
Créditos: Tim Peake / ESA / NASA
Apesar disso, até que o Dr. Tim Barrows, da Universidade de Portsmouth, assumisse as investigações sobre a cratera, pensava-se que ela tinha 300.000 anos de idade.
Depois de exames detalhados, que mede o tempo desde que as rochas foram expostas à luz solar graças a uma tecnologia que utiliza a luminescência, a nova estimativa de idade da cratera passou para 120.000 anos, de acordo com a revista Meteoritics & Planetary Science.
"A cratera está em uma situação muito favorável , onde podemos usar duas técnicas diferentes para determinar sua idade", disse Barrows em um comunicado. "O impacto do meteorito inclinou e derrubou a rocha, expondo as partes que antes eram protegidas da radiação cósmica. A cratera recém-formada também desviou o campo eólico local e criou um novo conjunto de dunas de areia. Os resultados das duas técnicas de datação se apoiam mutuamente na mesma faixa etária".
É difícil estimar a frequência dos impactos que causam crateras, porque muitos deles estão escondidos debaixo de água, florestas ou mantos de gelo, e as estimativas de idade são vagas, mesmo para muitas crateras conhecidas.
Para termos uma ideia de quanto as estimativas podem variar, uma cratera na Groenlândia, por exemplo, já foi datada como tendo apenas 11.700 anos ou 2,6 milhões de anos!
A vantagem da geologia da Austrália é que as crateras são mais fáceis de localizar do que em qualquer outro lugar do mundo, tornando-o o melhor continente a ser usado para estimar as taxas de impacto global.
Placa indicando localização da Cratera Wolf Creek.
Créditos: divulgação
E essa nova datação da cratera Wolfe Creek eleva para sete o número de impactos identificados como tendo ocorrido nos últimos 120.000 anos.
Isso significa um asteroide grande o suficiente para causar grandes danos ocorre a cada 17.000 anos aproximadamente (antes era de 20.000 anos).
Já os impactos menores parecem ser bem comuns. Nos últimos 180 anos, por exemplo, já tivemos os meteoritos de Tunguska e Chelyabinsk, que explodiram no ar, sem deixar crateras de impacto consideráveis e duradouras.
Imagens: (capa-Jack Kinney/divulgação) / Tim Peake / ESA / NASA
25/11/19
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A cratera da Groelândia já foi datada em 11.700 ou 2,6 milhões de anos!!! PQP quase nada o desvio padrão hein...depois reclamam quando os criacionistas piram que a Terra tem 10.000 anos!
ResponderExcluirÉ que ao menos a datação é um método replicável, passível sim a erros mas que é baseado em um método racional, não num livro de fábulas de cobra falante, inundações planetárias e etc.
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