Exoplaneta 'brasileiro' está na zona habitável de sua estrela e pode ter luas habitáveis

exoplaneta guarani - estrela tupi
Exoplaneta chamado 'Guarani' está na zona habitável de sua estrela, localizado a 110 anos-luz de distância


A IAU (International Astronomical Union - União Astronômica Internacional) começou ainda em 2015 uma campanha mundial para nomear exoplanetas e suas estrelas como parte das comemorações de seu centésimo aniversário.


Agora a IAU comemora a participação de 780 mil pessoas de 112 países diferentes que ajudaram a nomear 112 exoplanetas e suas estrelas.

A nomeação obedecia algumas regras, como por exemplo, os planetas tinham que ser minimamente visíveis por telescópio do país que os nomeavam, sendo gigantes de gás entre 1 décimo e 10 x a massa de Júpiter. Cada país nomeava um planeta e sua estrela hospedeira, assim o processo se tornava o mais inclusivo e acessível possível.


Muitos países, com suas culturas e mitologias, foram representados em diversos nomes que agora são oficiais, como por exemplo:

O Brasil foi representado com sua cultura indígena pela estrela agora chamada Tupi (HD 23079), com seu planeta Guarani - maior etnia indígena do Brasil e de muitos países da America do Sul.

A estrela Tupi tem massa comparada com a do Sol, de 1,03 massas solares, com um raio de 1,07 raios solares. Seu brilho é de 1,37 vezes o brilho do Sol, e encontra-se a uma distância de 110 anos-luz. Em 2001 foi encontrado um planeta orbitando-a.

Guarani é um planeta com 2,45 vezes a massa de Júpiter, e leva 731 dias (quase dois anos terrestres) para completar uma volta em torno de sua estrela. Guarani está na zona habitável e pode inclusive ter uma lua habitável.




Portugal ostenta sua estrela Lusitânia, povo que deu origem aos portugueses, e seu planeta Viriato, líder do povo lusitano que comandou a resistência à invasão romana na região.

A Argentina tem a estrela Nosaxa, da cultura Moqoit da Argentina, e seu planeta Naqaỹa, que é como essa cultura classifica qualquer pessoa, indígena ou não.

O Paraguai nomeou a estrela Tupã, um dos principais deuses indígenas guaranis que ajudou o grande deus Ñamandu a criar o Universo. Já seu planeta foi chamado de Tumearandu, pai da sabedoria na cultura paraguaia e filho do primeiro casal original criado por Ñamandu.




Da Índia temos a estrela Bibhā, que vem do sânscrito Vibha, que significa grande raio de luz. Seu planeta se chama Santamasa, que significa Nublado em sânscrito e faz alusão a atmosfera do planeta.

Big-exoplanet - Guillem Anglada
Ilustração artística de exoplaneta orbitando sua estrela.
Créditos: Guillem Anglada / divulgação

Do Azerbaijão surge a estrela agora chamada de Mahsati, nomeada em homenagem a poeta Mahsati Ganjavi (1089–1159), que é muito importante por lá. Já seu planeta foi nomeado Ganja, que foi o nome de uma antiga cidade do país que já foi sua capital, onde nasceu a poeta;

Criaturas míticas da cultura malagasy de Madagascar também foram lembradas, com a estrela Rapeto, que foi nomeada para lembrar um monstro dessa mitologia, e seu planeta Trimobe, que representa um ogro;

A cultura italiana também foi representada através da estrela Flegetonte, que é um rio fervente que carrega as almas dos que cometem violência pela eternidade, e seu planeta Lete, outro rio que lavava os pecados dos penitentes;




O Japão ganhou a estrela Kamui, uma entidade da cultura Ainu com poderes espirituais, e seu planeta Chura, que na cultura Ryukyuana/Okinawana significa beleza natural.

"A IAU está muito satisfeita em ver o interesse e a participação internacional que essa campanha de nomeação de exomundos gerou. É muito gratificante que tantas pessoas ao redor do mundo ajudaram a criar nomes para sistemas planetários que são significativos para sua cultura e herança. Esse esforço ajuda a nos unir em nossa exploração do Universo.", disse Debra Elmegreen, presidente eleita da IAU."

Todos os nomes podem ser vistos no link  http://www.nameexoworlds.iau.org/final-results



Imagens: (capa-ESO/divulgação) / Guillem Anglada / divulgação
20/12/19


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