Imagine conseguir ter acesso a todo e qualquer sinal de rádio do Espaço sem sofrer praticamente nenhuma interferência do nosso planeta.
Pois é justamente isso o que cientistas holandeses em conjunto com a missão chinesa Chang’e-4 acabam de anunciar!
O NCLE (Netherlands-China Low-Frequency Explorer, ou "Explorador holandês-chinês de Baixa Frequência) é um novo experimento testado recentemente pela missão Chang’e-4.
Ele é projetado para procurar por sinais conhecidos como "linha de hidrogênio", que só pode ser detectado longe das interferências da ionosfera da Terra.
A experiência é parte da missão Chang’e-4, operando a partir do satélite que agora é usado apenas para a comunicação na triangulação entre a Terra e a sonda na superfície da Lua.
Lado Oculto da Lua registrado pelo orbitador da NASA, LRO.
Créditos: NASA / LRO
O NCLE consiste em 3 antenas que só poderiam funcionar depois de serem abertas, e isso levou 18 meses desde a chegada da missão na Lua. Na imagem de capa dessa matéria, podemos ver a abertura de uma das três antenas.
"Nossa contribuição para a missão chinesa Chang’e-4 agora aumentou tremendamente. Nós agora podemos fazer observações durante as 14 noites ininterruptas na parte de trás da Lua, o que é muito mais tempo do que era originalmente nossa ideia. Agora a noite lunar é nossa", disse em comunicado Marc Klein Wolt, diretor gerente da Radboud Radio Lab e líder do time holandês.
Infelizmente a abertura das antenas não aconteceu tão perfeitamente, de forma que elas não estão completamente esticadas no momento.
A experiência deveria ter começado bem antes, mas o satélite acabou sendo necessário para ajudar o pousador por muito mais tempo que o planejado. A equipe suspeita que esse atraso pode ter causado algum dano, mas eles escolheram iniciar as observações mesmo assim, tentando forçar a abertura total no futuro.
Se as antenas estivessem totalmente abertas poderiam captar emissões de hidrogênio dos primórdios da formação do Universo, período conhecido como "Idade cósmica das trevas", quando as estrelas nem estavam formadas.
Mas com as antenas como estão, os cientistas esperam detectar "apenas" emissões de hidrogênio provenientes de cerca de 800 milhões de anos após o Big Bang.
O estudo detalhado desses sinais é considerado pelos especialistas como uma das coisas mais importantes na cosmologia, o que pode revelar, por exemplo, os segredos de como a matéria se distribuiu no Universo formando estrelas.
Imagens: (capa-Marc Klein Wolt/Radboud University) / NASA / LRO / YouTube / divulgação
02/12/19
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