Imagine um buraco negro supermassivo capaz de segurar 6 galáxias girando ao
seu redor...
Como já sabemos é bem comum existir um buraco negro supermassivo no centro
de cada galáxia, como na nossa própria galáxia, a Via Láctea, onde temos o
Sagittarius A*. Mas o que dizer de um Buraco Negro tão grande que consegue
aprisionar logo 6 galáxias?! Sim isso é uma grande novidade pra astronomia!
Alguns desses buracos negros monstruosos, com bilhões de vezes a massa solar
estão no universo primordial. Esse recém-descoberto buraco negro é muito
antigo, e possui 1 bilhão de vezes a massa do Sol (250 vezes mais massivo do
que Sagittarius A*, que por sua vez têm 4 milhões de massas solares).
Descoberto pelo Observatório Europeu do Sul (ESO), o caso do buraco negro
que prende seis galáxias é descrito em um artigo publicado em acesso aberto
no periódico Astronomy & Astrophysics, liderado por Marco Mignoli,
astrônomo do Instituto Nacional de Astrofísica (INAF) de Bolonha, na Itália.
Localização do buraco negro (objeto SDSS J103027.09+052455.0) com seis
galáxias ao seu redor.
Créditos: ESO / IAU / Sky and Telescope
"Realizamos este trabalho com o objetivo de compreendermos melhor uns dos
objetos astronômicos mais desafiantes: os buracos negros supermassivos do
Universo Primordial. Estes buracos negros são sistemas bastante extremos e
até agora não dispomos de nenhuma explicação convincente para a sua
existência', diz Mignoli em um comunicado.
Esses buracos negros monstruosos provavelmente surgiram com os colapsos das
primeiras estrelas do universo – por isso são tão velhos. A dúvida, no
entanto, está em como eles conseguiram crescer tanto. Isso ocorre se
alimentando, é claro. Mas de onde vem tanta matéria para alimentá-los?
"O nosso trabalho colocou uma peça importante no quebra-cabeça ainda muito
incompleto que é a formação e o crescimento destes objetos, tão extremos mas
relativamente abundantes, e que conseguiram ganhar massa tão rapidamente
depois do Big Bang", explica Roberto Gilli, co-autor do estudo
De acordo com os cientistas, uma das poucas coisas que poderia explicar esse
crescimento descomunal seria a Matéria Escura. Embora saibamos de sua
existência, a única forma de detectá-la é através da força gravitacional, já
que não interage de nenhuma outra forma com a matéria e a energia.
Concentrações de matéria escura gerariam atração suficiente para formar as
primeiras redes de gases, alimentando o buraco negro.
"A nossa descoberta apoia a ideia de que os buracos negros mais distantes e
massivos se formam e crescem dentro destes halos massivos de matéria escura
em estruturas de larga escala e que a ausência de detecções anteriores de
tais estruturas se deveu muito provavelmente a limitações observacionais",
explicou o co-autor Colin Norman.
Outras explicações para o crescimento, como a fusão de buracos negros, são
utilizadas também, como a detecção da fusão de dois buracos negros de massa intermediária recentemente.
Imagens: (capa-ESO) / ESO / L. Calçada / IAU / Sky and Telescope / divulgação
06/10/2020
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