As montanhas congeladas de Plutão são muito diferentes do que temos aqui na
Terra. Dados da missão New Horizons que sobrevoou Plutão continuam nos dando
mais conhecimento
Lançada em janeiro de 2006, a missão New Horizons demorou muitos anos até de
fato chegar ao distante Plutão.
E só em 2015 a sonda conseguiu sobrevoar o planeta anão e nos dar
informações inestimáveis sobre sua real aparência e muitos outros detalhes.
Grande parte desses dados ainda estão sendo analisados, e de tempos em tempo
os cientistas fazem novas descobertas muito interessantes.
E dessa vez uma equipe internacional de cientistas descobriu alguns segredos
sobre a formação de neve que cobre as
montanhas de Plutão, de uma forma que se parece muito com o que vemos aqui na Terra... mas só
parece! Pois na verdade tudo é muito diferente!
Na pesquisa publicada na revista 'Nature Communications', os especialistas
descrevem como o gelo que cobre as montanhas do planeta anão na verdade é
formado de metano.
A descoberta foi feita por uma equipe internacional de cientistas liderados
por Tanguy Bertrand, pesquisador de pós-doutorado no Ames Research Center,
da NASA, e principal autor do estudo.
Sputnik Planitia registrado pela New Horizons durante um sobrevoo em
Plutão.
Créditos: NASA / JHUAPL / SwRI / Paul Schenk / John Blackwell /
Lunar and Planetary Institute
Eles analisaram dados sobre a atmosfera e a superfície de Plutão, e
descobriram que a cobertura de gelo das montanhas do planeta anão é criada
em um processo muito diferente do que acontece na Terra.
"É particularmente interessante ver que duas paisagens bem parecidas na
Terra e Plutão podem ser criadas por processos tão diferentes", disse
Bertrand
Para entender esses processos, os pesquisadores simularam a atmosfera e a
temperatura ao longo do tempo. Eles descobriram que a atmosfera do planeta
anão tem mais metano gasoso nas altitudes maiores e mais quentes, o que faz
o gás saturar e condensar, congelado diretamente no pico das montanhas sem a
necessidade da formação de nuvens. Já nos locais mais baixos o metano não
congela porque existe menos gás, de modo que a condensação não acontece.
É o oposto do que acontece na Terra, onde a temperatura atmosférica cai com
a altitude, e a atmosfera resfria a superfície. E quando ventos úmidos
chegam a uma montanha da Terra, a água esfria e se condensa, formando nuvens
e a neve do topo das montanhas.
Já em Plutão, é o contrário: a atmosfera do planeta anão esquenta com o
aumento da altitude devido ao metano, que fica mais concentrado em altitudes
elevadas e absorve mais radiação solar. Mas como a atmosfera é fina demais,
a temperatura da superfície se mantém constante.
Região de Tartarus Dorsa em Plutão.
Créditos: NASA / JHUAPL / SwRI / Roman Tkachenko
De acordo com os especialistas, esse processo não só cria a neve nas
montanhas de Plutão, como também forma o terreno misterioso da região
Tartarus Dorsa, em volta do equador do planeta anão (como mostra a imagem
acima).
"Plutão é realmente um dos melhores laboratórios naturais que temos para
explorar os processos físicos e dinâmicos de componentes que se movem
regularmente entre o sólido e o gasoso interagem com a superfície do planeta
anão. O sobrevoo da New Horizons revelou paisagens glaciais impressionantes,
sobre as quais continuamos aprendendo". disse Bertrand.
Imagens: (capa-New Horizons) / NASA / JHUAPL / SwRI / Roman Tkachenko / Paul
Schenk / John Blackwell / Lunar and Planetary Institute / divulgação
15/10/2020
Gostou da nossa matéria?
Inscreva-se em nosso canal no YouTube
para ver muito mais!
Encontre o site Galeria do Meteorito no Facebook, YouTube, Instagram, Twitter e Google+, e fique em dia com o Universo Astronômico.
Puxa! A New Horizons fez apenas um único vôo sobre Plutão há cinco anos e ainda continuamos aprendendo com os dados enviados! Isso que é aproveitar a oportunidade ao máximo.
ResponderExcluirImagina o quanto não seria descoberto se fosse colocada uma sonda pra orbitar Plutão!
Imagina se pousassem então.
Excluir