Asteroide com composição igual a da Lua estava bem escondido na órbita do
Planeta Vermelho...
Um asteroide muito especial, chamado (101429) 1998 VF31, foi
identificado por uma equipe internacional de cientistas planetários
liderados pelos astrônomos do Armagh Observatory and Planetarium como
"irmão da Lua", e pode ajudar muito na compreensão de como nosso
satélite natural se formou.
A teoria mais aceita até agora diz que a Lua é resultado da união de
detritos restantes de um enorme
impacto de um hipotético planeta chamado Theia com a Terra, há
bilhões de anos.
E é exatamente aí que esse asteroide "irmão" da Lua pode ser decisivo! Ele é
um asteroide Troiano, ou seja: uma rocha que segue seu planeta (no
caso Marte) como um satélite natural sem colidir com ele.
Isso acontece porque esse tipo de asteroide fica "preso" gravitacionalmente
ao planeta, e representa o material que restou da formação e evolução do
Sistema Solar inicial.
Embora sejam muito comuns ao redor de Júpiter, esses asteroides ficam mais
raros nas proximidades do Sol.
Ilustração artística mostra Marte e seus pontos de Lagrange L4 e L5 onde
se encontram asteroides troiano.
Créditos: Armagh Observatory
Embora muitos cientistas estejam confiantes sobre a origem desse "Asteroide Irmão da Lua", outros acreditam que o asteroide 1998 VF31 seja originário de
Marte mesmo, ou que sua aparência similar ao material lunar seja
apenas resultado de exposição a altos níveis de radiação.
O Dr. Galin Borisov, pesquisador da equipe responsável pelo estudo explicou:
"muito do espectro que temos para asteroides não é muito diferente da Lua,
mas quando você olha de perto, existem diferenças importantes, como a forma
e a absorção do espectro".
Os cientistas já comprovaram que a radiação solar já trouxe
asteroides troianos de Marte aqui para a Terra. Então eles acreditam
que o mesmo processo possa ocorrer com asteroides troianos da Terra,
que podem ir parar em Marte.
De qualquer forma os estudos continuam e podem nos dar mais pistas sobre a
formação da nossa Lua. E mesmo que no final se comprove que esse asteroide
não é realmente "irmão" da Lua, ainda poderemos aprender muito sobre a
migração de materiais no nosso Sistema Solar.
Imagens: (capa-ilustração) / Armagh Observatory / divulgação
05/11/2020
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