A superfície de Vênus só deveria ser visível por câmeras de infravermelho ou
radar, mas a Parker Solar Probe não tem nenhuma delas. Como isso é possível?
Brevemente a Parker Solar Probe se tornará o objeto mais próximo do
Sol já feito pela humanidade.
E para chegar cada vez mais próxima desse feito, é preciso a ajuda do
planeta Vênus, através de manobras chamadas estilingadas gravitacionais
(quando a sonda passa perto do planeta para aproveitar sua gravidade e
aumentar a velocidade).
Durante um desses sobrevoos rasantes a
Parker Solar Probe aproveitou pra fazer algumas imagens de Vênus bem
de pertinho. E as fotos acabaram mostrando algo que não deveria aparecer:
a superfície de Vênus!
Mas afinal por que isso é inesperado? Bem, vale lembrar que, ao contrário da
Terra, Vênus é coberto por uma grossa camada de nuvens. E para conseguir ver
através dessa camada, precisamos de câmeras infravermelho ou de radares, mas
a Parker Solar Probe não tem nenhuma dessas câmeras.
Vênus fotografado pela sonda Parker Solar Probe em fevereiro de 2021.
Créditos: NASA / Johns Hopkins APL / Naval Research Laboratory /
Guillermo Stenborg / Brendan Gallagher
A Parker Solar Probe possui apenas uma câmera de ângulo aberto (WISPR), que
deverá fazer imagens no espectro de luz visível da Corona Solar, ou seja:
não poderia (ao menos em teoria) ter visto através das grossas nuvens
venusianas.
"WISPR foi projetada e testada para observações de luz visível. Nós
esperávamos ver nuvens, mas a câmera atravessou e olhou direto para a
superfície", disse Angelos Vourlidas, cientista do projeto WISPR e do
laboratório de física aplicada Johns Hopkins, em um comunicado.
Detalhes da Superfície de Vênus fotografados pela sonda Parker Solar Probe
em fevereiro de 2021.
NASA / Johns Hopkins APL / Naval Research Laboratory / Guillermo Stenborg
/ Brendan Gallagher
"WISPR efetivamente capturou a emissão termal da
superfície venusiana. Isso é muito similar as imagens feitas pela
sonda Akatsuki do Japão, que trabalha nas frequências próximas do
infravermelho", afirmou Brian Wood, astrofísico da equipe WISPR do
Laboratório de pesquisas da marinha dos EUA em Washington, D.C.
Essas observações de Vênus devem ter um enorme impacto na missão, afinal, se
a WISPR pode ver mais do que apenas a luz visível, ela também poderá revelar
mais detalhes sobre processos internos no Sol.
Pesquisadores também se entusiasmaram com essa revelação sobre a câmera
WISPR, afinal mesmo que "sem querer", a missão já está oferecendo mais dados
do que o esperado. As imagens mostram o brilho noturno do planeta e a vasta
região conhecida como Afrodite Terra, onde estão as maiores montanhas de
Vênus.
"Estamos realmente ansiosos por essas novas imagens.
A superfície de Vênus e o brilho noturno - muito provavelmente de
oxigênio - no limbo do planeta, podem fazer contribuições valiosas para os
estudos da superfície venusiana", disse Javier Peralta, cientista planetário
da equipe da Akatsuki (que orbita Vênus desde 2015) que colaborou com o time
da Parker Solar Probe.
E vale lembrar: a última passagem da sonda Parker Solar Probe bem próxima de
Vênus foi em 20/02/2021. Novas imagens e revelações podem surgir a qualquer
momento!
Imagens: (capa-NASA) / NASA / Johns Hopkins APL / Naval Research
Laboratory / Guillermo Stenborg / Brendan Gallagher
01/03/2021
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Olhem só que chuva de raios cósmicos.
ResponderExcluirExplêndido!!! O Universo é mágico!!!
ResponderExcluirInteressante! Poderiam ter informado as temperaturas que o equipamento está exposto!
ResponderExcluir